Não é de hoje que compartilhamento de peças é algo comum nas montadoras. Além disso, também é possível a divisão de um mesmo motor entre carros diferentes, até mesmo fora da mesma marca. Em grandes grupos automotivos como Volkswagen e Stellantis isso também se faz presente, por exemplo.
Pensando nisso, separamos alguns casos em que um mesmo motor equipa modelos diferentes, seja da mesma marca ou não. Ao longo da lista é possível ver que essa não é uma prática utilizada apenas em mercados exteriores, uma vez que o Brasil tem bons exemplos para contar.
Confira alguns modelos diferentes que usam o mesmo motor:
Fiat Pulse, Strada e Peugeot 208 — Motor 1.0 Turboflex GSE (T200)
A Stellantis, supergrupo dono de marcas como Peugeot e Fiat, uniu o útil ao agradável: um motor 1.0 turboflex, com bons 130 cv e câmbio CVT, a três de seus produtos, ainda que totalmente distintos entre si. O SUV compacto Pulse, da Fiat, foi o primeiro a receber o conjunto, seguido da picape Strada, que recentemente aderiu à novidade. Por fim, o hatch francês Peugeot 208 também conta com o conjunto mecânico, recentemente testado pelo JC.
Fiat Stilo e Chevrolet Spin — Motor GM Família I 1.8
O longínquo motor Chevrolet Família I 1.8, que equipou uma infinidade de modelos desde a sua estreia no Monza na década de 1980, foi parar no cofre do então recém-lançado Fiat Stilo, em 2002. O conjunto também deu mais fôlego a modelos como Palio, Idea, Punto e afins, e mesmo após a parceria entre Fiat e GM ter se encerrado em 2005, o motor seguiu na Fiat até 2010. A velha usina de força da GM ainda resiste na minivan Chevrolet Spin, cujo novo modelo foi flagrado pelo JC recentemente.
Volkswagen Gol GTS e Ford Escort XR3 — Autolatina (VW AP1800S)
A Autolatina foi uma joint-venture entre as marcas Ford e Volkswagen. Entre as muitas facetas, permitiu a Ford aproveitar o motor Alta Performance 1.8 S da VW, já usado na versão esportiva do Gol, a GTS. Em substituição ao velho 1.6 CHT, enfim a versão esportiva do Escort, o XR3, ganhava fôlego. Tinha 99 cv (declarados, estima-se mais), frente aos 82 cv do 1.6. Entretanto, apesar de também utilizado em modelos como os sedãs Santana e Versailles, a junção das marcas não gerou apenas ganhos de potência às duas linhas de produtos.
Ford Escort Hobby e Volkswagen Gol 1000 — Autolatina (Ford AE1000)
Se as versões esportivas do Gol e do Escort podiam curtir a potência vinda da VW, a iminente chegada dos populares 1.0 deixou sua marca nas versões mais baratas. Nos anos 90, o Gol, que já vinha equipado com o 1.6 CHT Ford em algumas versões, recebia um motor mais fraco, usado também no Escort Hobby, chamado Alta Economia 1000. Contudo, mesmo com parcos 50 cv, o Gol 1000 carregou o motor da Ford até a nova geração, injetada, chamada popularmente de “bolinha”, até 1997.
Citroën C4 Cactus e Peugeot 5008 — PSA/BMW “Prince” THP
Um pouco diferente da proposta de uma montadora usar o motor de outra, desta vez falamos de uma co-produção. O então grupo PSA, hoje absorvido pela Stellantis, e a BMW se uniram para criar a linha de motores Prince, com variações 1.4 e 1.6, com ou sem turboalimentação. O chamado THP equipou modelos BMW e Mini, mas se manteve em linha em modelos Peugeot e Citröen, como opção mais potente em ambas.
Modelos British-Leyland — V8 Buick/Rover
Muito antes de supergrupos automotivos como VAG e Stellantis, existiu no Reino Unido a British-Leyland. Assim, o grupo respondia por inúmeras marcas, como Rover, Triumph, Land Rover, Jaguar, Mini, MG e por aí vai. A fim de ter uma motorização mais potente para o modelo Rover P5, a solução foi utilizar um motor americano, mais especificamente um V8 Buick retrabalhado, cuja produção ficou a cargo da Rover. Assim, lançado em 1967, foi usado em uma infinidade de modelos de produção, e ficou em linha até 2004, no Land Rover Discovery.
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