Volvo XC40 encara veterano Q3

A versão T4 mal chegou ao Brasil e já fez dispararem as vendas do Volvo XC40. Em julho, o Volvo foi o terceiro carro de luxo mais emplacado. O sucesso da opção de entrada do SUV belga foi tão grande que motivou o comparativo com o Audi Q3, na configuração Ambiente, a intermediária da gama (o carro das fotos desta reportagem é da série especial Black Edition).

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Apesar de estar prestes a mudar – a nova geração acaba de ser revelada na Europa e chegará ao País no ano que vem –, o Q3 ainda faz bonito. Com tabela a partir de R$ 167.990, ante os R$ 169.950 do XC40, o Audi sobressai em acabamento e dirigibilidade. Além disso, tem seguro mais barato e itens como câmera na traseira e chave presencial, que não estão presentes na versão T4 do rival.

O Volvo, porém, venceu o duelo. Entre os motivos estão a cabine mais moderna e tecnologias que reforçam a segurança, quesitos que denunciam a idade do projeto do Audi. Além disso, o novato anda mais.

Volvo XC40 é mais forte

O Volvo XC40 tem motor 2.0 turbo a gasolina que gera 190 cv e 30,6 mkgf a 1.500 rpm. O do Q3 feito no Paraná é 1.4 flexível, também com turbo, de 150 cv e 25,5 mkgf a 1.400 rpm.

Em comum, os dois SUVs têm tração dianteira e ótimos câmbios. O do Volvo é automático de oito marchas e o do Audi, automatizado de sete velocidades e duas embreagens.

Ainda que o Audi dê a impressão de ser um pouco mais impetuoso quando se pisa forte no pedal do acelerador, os números mais “atléticos” do Volvo logo se apresentam. O desempenho do Volvo XC40 é melhor que o do Q3 em qualquer situação.

Para ir 0 a 100 km/h, o Volvo precisa de 7,1 segundos, ante 8,9 segundos do Audi. No caso da velocidade máxima, são 220 km/h para o XC40 e 204 km/h para o Q3, de acordo com dados das fabricantes.

Os dois têm suspensões muito bem ajustadas. A do Audi é um pouco mais dura e privilegia a esportividade. O Volvo tem pegada mais confortável, o que não significa que o XC40 seja instável, nem que o Q3 deixa a desejar em conforto.

A esportividade do Audi é potencializada pela direção mais firme que a do Volvo principalmente em alta velocidade.

A favor do XC40 está o bom espaço para quem viaja atrás, graças ao maior entre-eixos. Na capacidade do porta-malas, os dois SUVs são equivalentes.

Conteúdo poderia ser melhor

O XC40 T4 traz quase tudo o que o consumidor procura. O sistema multimídia tem tela vertical de 9 polegadas e espelhamento de celular (Android Auto e Apple CarPlay). Essa facilidade não está disponível no Q3, cujo monitor é pequeno e controlado por botões no console (o do Volvo é sensível ao toque). Nenhum dos dois traz navegador GPS.

No Volvo, dá para baixar um mapa, que só funciona se houver sinal de internet (usando o smartphone como roteador).

O XC40 tem painel virtual configurável, mais moderno e melhor de visualizar que o analógico do Q3. O Audi contra-ataca com ar-condicionado de duas zonas (uma no rival).

De segurança, a única vantagem do Q3 é a câmera traseira. No Volvo XC40 há apenas gráficos para indicar obstáculos atrás.

Segurança

Mas há o City Safety, sistema que detecta veículos, pedestres, animais e ciclistas e freia o Volvo se houver risco de colisão. Há ainda um recurso que prepara o XC40 para impactos iminentes: aperta os cintos, ativa os freios e ajusta o banco para proteger os ocupantes.

O sistema de condução semiautônoma é opcional e custa R$ 5 mil. Por R$ 9.500, o Audi traz um pacote com teto solar e abertura elétrica do porta-malas, inexistentes no rival. O acabamento do Q3 é mais sofisticado. No XC40, o feltro da cabine lembra carpete e não agrada.

Opinião

Mudança urgente

Não é um problema só do Q3. Diante do novíssimo Volvo XC40, todos os rivais, incluindo o BMW X1 e o Mercedes-Benz GLA, parecem ser pré-históricos. E isso não ocorre apenas com os SUVs de entrada, mas em todo o segmento de luxo: quando um novo modelo chega, traz recursos tão avançados que os demais, mesmo os que foram lançados um pouco antes, ficam muito defasados.

A conclusão é que as marcas de carros premium vão ter de criar maneiras de implementar mudanças profundas em seus produtos antes da chegada de uma nova geração que leva, no mínimo, cinco anos para ser lançada. Afinal, o público desses veículos é muito exigente.

Rivais ficarão mais antigos

Nesse contexto, o Q3 está à frente dos rivais alemães. Sua próxima geração, já apresentada, traz itens como painel virtual, sistemas avançados de conectividade e segurança e porta-malas com mais de 600 litros. BMW, com o X1, e Mercedes-Benz, com o GLA, terão de se mexer. E rápido.