Nesta semana, a Volkswagen anunciou um investimento de US$ 5 bilhões (quase R$ 28 bilhões) na Rivian, startup norte-americana de carros elétricos. O objetivo é criar uma joint venture para desenvolver uma nova geração de arquiteturas para carros elétricos. A parceria será benéfica para as duas empresas, com trocas sobre experiência em processos de produção da primeira e conhecimentos em softwares e tecnologia da segunda.
Nessa primeira etapa, o aporte inicial será de US$ 1 bilhão, com adicional de US$ 4 bilhões financiados até 2026. Se as agências regulatórias aprovarem a transação, a VW será uma das maiores acionistas da Rivian, junto da Amazon. Além disso, a injeção de capital será fundamental para dar fôlego à startup, que sofreu prejuízo no último trimestre de 2023 e enfrentou demissões, paralisações na fábrica e precisou baixar suas expectativas de produção no início deste ano.
O acordo também significa que a VW terá acesso imediato às atuais plataformas da Rivian para usar em seus próprios carros. Nos últimos meses, um trabalho maciço foi feito para confirmar a compatibilidade entre as arquiteturas da empresa baseada na Califórnia e os veículos da montadora alemã.
Futuros carros da Rivian
Atualmente a linha da Rivian é composta pela picape R1T e o SUV de sete lugares R1S, mas a fabricante já anunciou o desenvolvimento dos utilitários R2 (médio) e R3 (compacto), que chegam em 2026. Entretanto, durante uma apresentação para investidores a fim de detalhar a parceria, um slide da startup chamou a atenção. Nele, apareciam outros cinco carros misteriosos cobertos, indicando que a empresa tem planos de dobrar seu portfólio nos próximos anos.
Cada coluna representa uma arquitetura diferente, como a da primeira geração dos modelos atuais, e a segunda geração que vai estrear na linha 2025. Há também a base que será usada nos carros compactos e médios. Outra possibilidade seria o lançamento de uma picape compacta, conforme especulado alguns anos atrás. Por fim, a última coluna será o que a Rivian chama de “plataforma acessível para o mercado de massa”, que será usada em ao menos três modelos elétricos de entrada com preço em torno de US$ 25 mil (R$ 140 mil).
VW e suas parcerias elétricas
A Rivian não será a primeira marca de carros elétricos que receberá investimentos da Volkswagen. Em 2020, a alemã comprou 50% da JAC para utilizar a expertise da chinesa em eletrificação. Além disso, de acordo com apuração do Jornal do Carro, a próxima geração da Amarok vai usar como base outra picape do país oriental, a Maxus T90 (acima), da Saic, e terá versões a combustão e elétricas. Mas se essa parceria azedar, a VW já tem na manga as plataformas da Rivian na manga para desenvolver sua famosa caminhonete.
Enquanto o acordo não recebe aprovação, o mercado de ações das duas fabricantes ficou em polvorosa durante esta semana. As ações da Volks recuaram após o anúncio, enquanto os papeis da Rivian dispararam, chegando a registrar um aumento de 40%.
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