A figura de Danny Koker por si só já é bastante chamativa. Seu apelido? “O Conde”. Sempre de bandana, óculos escuros e usando preto, a estrela do seriado “Louco por Carros” faz jus ao nome do programa. A nova temporada estreia na TV paga brasileira na próxima segunda-feira (7), no History às 18h10. Ela vai trazer muito do que Danny gosta: carros customizados – de preferência antigos – e celebridades.
Em entrevista, o customizador contou um pouco do seu amor pelos carros e como isso surgiu Ele revela também algumas das preciosidades que ele tem na sua coleção pessoal: são cerca de 100 carros e 20 motos. O Conde também deixou claro sua opinião sobre carros novos e quais são os poucos que o atraem.
Leia Mais
Início
O carro está no sangue de Danny Koker. Ele nasceu em Cleveland, onde fica a sede da Goodyear, e cresceu em Detroit berço da indústria automotiva nos EUA. Além disso, teve diversos membros da família que trabalharam na Ford, incluindo um tio que chegou ao cargo de executivo.
“Para mim, a influência familiar foi muito forte. Eu cresci entre hot rods, motos e outros veículos que meus tios tinham. Meu pai também trabalhou na Ford antes de buscar seu sonho na música”, diz Koker. “Então eu cresci cercado de carros, motos e música e me sinto abençoado por isso”, completou.
Autodidata enquanto mecânico, Koker fez seus primeiros trabalhos em carros antes mesmo dos 18 anos. Mas na Count’s Kustom, que abriu as portas em 1998, estima que já fez mais de 500 carros e entre 200 e 300 motocicletas personalizadas para os mais diversos clientes.
Entre os famosos que tem produtos criados por sua oficina estão: Barry White, Eric Strada, Ozzy Osbourne e Alice Cooper, que também é amigo pessoal de Koker. Outros são Dee Snider e até a banda inteira Motley Crue, entre outros.
Coleção
Com uma coleção tão grande, o Conde diz que faz questão de aproveitar seus veículos ainda assim. “Meu primeiro carro foi um Chevrolet Camaro Z28 1979 que eu ganhei com 15 anos e modifiquei aos 17”, afirma. A grande lembrança desse carro é que ele ainda faz parte da coleção de Danny.
Como todo pai orgulhoso de mais de um, ele evita responder qual seria seu favorito. Mas ele diz qual é o mais importante e significativo do acervo – e não é o Camaro Z28 1979 -, mas sim um Shelby GT 350 1966 branco com faixas azuis. O motivo: esse carro pertenceu ao pai dele, que comprou a versão esportiva, preparada por Carroll Shelby quando Danny tinha apenas nove anos. O carro foi mantido pelo pai dele durante toda a vida e cerca de 15 anos atrás, Danny fez um restauração completa e o carro fica à mostra no showroom da oficina.
Danny faz questão de frisar que “gosta de carros”, não só dos americanos. Ele tem, entre outros modelos, duas Lamborghini Countach 1983, uma na especificação europeia, outra na americana. Aqui, uma explicação da redação: a versão americana, tinha para-choques proeminentes por legislação, e injeção no lugar dos carburadores.
Apesar disso ele “tem um espaço especial no seu coração” para os grandes Lincoln e Cadillac da década de 1950. Uma lista entre os cinco modelos ou marcas favoritas, independentemente de ordem, o conde é bem eclético: Mustang, Cadillac, Corvette, Mercedes e Lamborghini.
“Carros novos não têm alma”
Apesar de não ser um fã dos carros novos, há alguns que atraem a atenção de Danny e ele faz questão de salientar. O customizador elogiou alguns projetos novos – não só americanos. Entre seus favoritos estão as novas gerações do Chevrolet Camaro e do Ford Mustang, além dos Mercedes-Benz AMG-GT e o novo Toyota Supra.
Questionado se os carros os antigos, com menos eletrônica, tem mais “alma”, Danny riu: “Oh meu Deus, cara, você acertou no meio da minha cabeça com essa!”. Ele compara as novas Lamborghini em relação as suas, são carros “tão refinados, tão ‘limpos’, criados por computador, carros novos não têm alma”.
Ainda assim, entre os novos, há um que ele acha que manteve essa aura, essa “alma” da sua versão original e não é nem o Camaro ou o Mustang, mas sim o Dodge Challenger. “O Dodge captura essa vibe dos muscles cars do final dos anos 1960”.
Sobre carros elétricos, Koker respeita o fato de existirem e o propósito que tem. Ele inclusive cita o bom trabalho da Tesla no segmento, mas refuta, por exemplo, o Mustang Mach-E. “Eu não quero ver um Mustang elétrico, chame isso de outra coisa. Eu quero ouvir um Mustang roncar”.
O Jornal do Carro está no Youtube
Inscreva-seModificações
“O Conde” não esconde sua preferência por carros customizados. O foco principal da sua oficial, a Count’s Kustoms, inclusive são os projetos personalizados. Apesar disso, e de levar ao pé da letra em sua própria coleção essa regra, ele acredita que alguns carros devem ser restaurados ao seu estado original.
Na categoria de “restauração original” ele tem um projeto pessoal – e recente – um Chevrolet Corvette 1963 “Split Window”. “Se eu tenho um carro que tem um significado histórico importante, eu vou restaurá-lo, não personalizar”, diz.
Há limites ou pecados na customização? Danny acha que não e não exista regras para se personalizar uma moto ou um carro, sempre se trata de gosto pessoal. E como ele tem o próprio, não há espaço para dizer que algo não deva ser feito.
“Mas eu já recusei alguns projetos porque eu era algo que eu acreditava que não fosse realmente ficar bom ou que pudesse funcionar – e digo que talvez não seja a pessoa para fazer”, diz o astro da série.
Pandemia
Na época da entrevista, a pandemia do novo coronavírus ainda mantinha a cidade de Las Vegas, onde Danny vive, em meio a um deserto (com o perdão do trocadilho). Ele é dono de outros negócios como um bar de rock, um estúdio de tatuagem e um de gravação, além da oficina de customização. Todos estavam fechados e, Danny, estava fazendo os planos para a reabertura do bar – apenas para refeições – e do estúdio de música. A oficina funcionava a portas fechadas e o tour gratuito que tem, ainda estava proibido.
Programa: origem e sucesso
Chegando a oitava temporada, Danny Koker se orgulha do fato de que o programa se tornou um sucesso e as pessoas gostam. Ele e a oficina chegaram ao estrelato graças a participação em outros programas: Trato Feito (Pawn Stars) e Mestres da Restauração (American Restoration). “E foi a partir de uma dessas participações que o canal me ligou e disse que gostaria de fazer meu próprio programa”, diz.
“Eu acho que é o motivo que vai tão bem [o programa] é porque nós somos reais e honestos sobre o que fazemos. Todas as pessoas que trabalham comigo, os projetos, os carros, tudo é real. E os telespectadores em casa podem perceber que é real”.
“Eu quero que as novas gerações percebem como é divertido e recompensador mexer em um carro. Você se sujar, se enfiar por dentro do carro e tudo o mais. É importante para mim que as pessoas vejam isso e que esse hobby seja perpetuado por muito tempo ainda”, finalizou.