O fim dos motores a gasolina ou a diesel está perto?

O “mundo” precisa urgentemente baixar as emissões de poluentes. Não dá para jogar a culpa apenas nos carros, há muitas fábricas e termelétricas jogando CO2 no ar indiscriminadamente. Mas não é hora de apontar dedos e nem de se esquivar. O momento é de pensar em soluções.

A cada dia que se desdobra o “Dieselgate” da Volkswagem, a pergunta fica mais forte: teriam os motores a diesel ou a gasolina chegado aos seus limites? Elon Musk, criador da montadora de carros elétricos Tesla, diz que sim e que “está na hora da indústria se deslocar para uma nova geração de tecnologia”. Óbvio, ele tem muitos interesses por trás disso e viu neste episódio a hora certa de “sangrar o porco”, como se diz no interior. Mas há pontos importantes a serem observados.

Continua depois do anúncio

O downsizing de motores, com a adoção de turbo e a diminuição das litragens para baixar as emissões aos níveis requeridos pelas cada vez mais exigentes legislações parecia ter dado certo. Algumas marcas mostraram consumo até menor do que o de alguns híbridos.

Mas as recentes pesquisas realizadas depois do escândalo alemão mostram que esse mundo perfeito pode ser uma ilusão. Há até a suspeita de estrangulamento de motores para homologação, quando na verdade o que vai no carro que o cliente compra é outro, consumindo até 50% a mais que o indicado.

Outras montadoras podem estar escondendo o jogo, como sugere um estudo da belga Transport & Enviroment, e muita coisa pode surgir sobre esse assunto. Um simples recall não vai apagar o rastro de sujeira que vem sendo deixado.


Por outro lado, a China, que divide com os Estados Unidos a liderança mundial de veículos (e de tudo) vai lançar um programa para 2017 que prevê multas pesadas para empresas muito poluentes. As fabricantes de automóveis de lá já estão com os olhos abertos para se adequar ao regime sem ter que diminuir a produção ou vendas. Hoje já há um sorteio de placas em algumas cidades para diminuir a entrada de novos veículos. Não basta o consumidor chegar e comprar o carro, é preciso contar com a sorte.

No entanto, vem da Califórnia a medida mais radical. Até 2020, os níveis de emissões dos carros e empresas de lá deverão ser os mesmos vistos em 1990, ou seja, 431 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Com esse número, quase nada além de carros elétricos conseguirão ser homologados. É nisso que Elon Musk aposta para se dar bem, já que a Califórnia é um mercado grandioso e ditador de tendências neste quesito.

Mercado brasileiro ainda engatinha na mobilidade sustentável.


No Brasil, o Greenpeace lançou o site ocarroqueeuquero para que os ativistas mandassem sugestões e assinassem uma lista para que a Fiat, Volkswagen e Chevrolet produzam carros mais “verdes” e que apostem na eletromobilidade.

O projeto ainda não deu muito resultado, já que as matrizes energéticas do Brasil são o combustível fóssil e o de cana. E ainda não há nenhum incetivo ou subsídio do governo para carros elétricos ou híbridos como ocorre em outros países.

O máximo que há aqui é o desconto do IPVA e, mesmo assim, em São Paulo apenas.  Mas como em todo tipo de produto, quem decide isso é o consumidor. Quando há demanda, há oferta, assim funciona no capitalismo.


Mais Artigos

Japão transforma esgoto em combustível

Os japoneses são capazes de muitas coisas espetaculares, inclusive reverter a ordem natural de um processo milenar. A água vem… leia mais

Uber ganha rivais que beneficiam motoristas e não os usuários

Fui ao Rio de Janeiro por um motivo pessoal bem triste. O homem que me inspirou a escrever sobre carros… leia mais

Bombardier cria carro fúnebre elétrico futurista

Há pessoas que querem fazer de seus ritos de passagem algo monumental, com direito a festas, jazigos imponentes e até… leia mais

Uber decreta o fim dos motoristas

A luta entre taxistas e motoristas do Uber, aplicativo de transporte de maior sucesso no mundo, está longe de ter um… leia mais

Audi cria diesel sintético usando CO2 da poluição e água

Os vampiros começaram a brilhar na luz. Frankenstein agora é um herói e até o Dr. Hannibal Lecter se humanizou em… leia mais

Ciclovia coreana usa painéis solares para carregar as bikes

Ter ciclofaixas ou não ter ciclofaixas, eis a questão. Esse dilema shakespeariano que agita os paulistanos nas redes sociais não… leia mais

Continua depois do anúncio