Uber decreta o fim dos motoristas

A luta entre taxistas e motoristas do Uber, aplicativo de transporte de maior sucesso no mundo, está longe de ter um fim. Os condutores de praça acusam os “Uber drivers” de serem piratas, por não pagarem impostos, diárias e demais taxas que encarecem o serviço de táxi. Já os do aplicativo dizem que pagam IPVA (os táxis têm isenção) e que não têm desconto no valor do carro, o que também é verdade.

No entanto, os taxistas estão pagando realmente mais para oferecerem o serviço, há um ponto de desigualdade na concorrência, mas são os tribunais que vão decidir como vai ficar a história por enquanto – em São Paulo e Rio de Janeiro o Uber está proibido de prestar seu serviço regular, por exemplo.

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Enquanto isso, as prefeituras se calam e não dão demostrações de que vão dar mais condições para os taxistas brigarem com a moderna e inédita concorrência do Uber. Isso significaria baixar impostos e, consequentemente, arrecadação. Esse não parece ser o objetivo atual das prefeituras.

Toda essa contextualização serve apenas de preâmbulo para o motivo principal do texto: motoristas, sejam de táxi ou do Uber, estão com os dias contados. E não haverá manifestação que consiga inibir isso.

Os carros autônomos já são uma realidade. Alguns testes estão falhando, como o do Google, que gerou o ferimento leve de três pessoas. Mas de um modo geral, eles estão sendo bem-sucedidos, com praticamente todas as montadores em estágio avançado.


Segundo a consultoria EY (antiga Ernst & Young), os carros autônomos já serão maioria em 2035, respondendo por 41% das vendas já em 2025. Ou seja, em 10 anos, quase a metade dos carros novos circulantes no mundo já não precisarão mais de motoristas.

Junta-se a isso o crescimento dos serviços de compartilhamentos de automóveis e “voilà”, o motorista passa a se tornar uma ideia obsoleta. E tem mais, o Uber já está em negociação para comprar toda a produção de veículos autônomos da Tesla Motors até 2020 – serão aproximadamente 500 mil unidades. A intenção é acabar com o atravessador, leia-se o motorista particular. Se hoje eles ganham 20% de cada corrida, no futuro será 100%. Não há argumento melhor.

Vai funcionar assim: você pretende usar um carro às 20h para te levar ao cinema. Então é só se conectar ao Uber, marcar a hora e local, e o carro vai lá sozinho te buscar e levar ao destino. Prático não? E se você estiver com fome, a Ford e Volvo já estão testando uma tecnologia que permite entregas dentro do carro, enquanto ele estiver em movimento.


Conclusão: você poderá ir para qualquer lugar comendo uma pizza e mexendo no ultrasmartphone, vendo Netflix 2.0 ou jogando PS6 sem se preocupar com mais nada. E o motorista? Bem, ele terá seu lugar garantido nos museus, ao lado dos datilógrafos, leiteiros, operadores de fotocópia, carteiros, máquinas de escrever, filmes para fotografia, CDs, locadoras, orelhões, MP3 players, listas telefônicas, enciclopédias…

 

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