Você está lendo...
Honda Africa Twin 1100 casa bem com câmbio automatizado
Avaliação

Honda Africa Twin 1100 casa bem com câmbio automatizado

Nova geração da Africa Twin tem motor mais potente, eletrônica refinada e câmbio automatizado de dupla embreagem

José Antonio Leme, DE SPERLONGA, ITÁLIA

16 de dez, 2019 · 10 minutos de leitura.

Publicidade

africa twin 1100
CRF 1100 AFRICA TWIN
Crédito:CAIO MATTOS/HONDA

Após o renascimento do nome Africa Twin em 2016, a versão dos anos 2000 da big trail da Honda associada a aventura chega a sua segunda geração. O modelo que havia voltado à vida como CRF 1000 L Africa Twin passa a atender por CRF 1100 L Africa Twin – seu nome completo – ou só Africa Twin 1100.

A mudança no nome não é puramente comercial. A nova Africa Twin cresceu no motor. O modelo que tinha um propulsor dois cilindros em linha de 998 cm³ passa agora a ter 1.084 cm³. O antigo motor rendia 95 cv na Europa (88 cv no Brasil por restrições de ruído). Agora, o novo bicilíndrico entrega 102 cv. O torque passou aumentou 6% e foi a 10,7 mkgf.

honda africa twin 1100

Publicidade


HONDA/DIVULGAÇÃO

Segundo o chefe de projeto da Africa Twin 1100, Kenji Morita, o principal motivo para o crescimento do motor foi porque eles sentiam falta de potência para manter uma velocidade mais elevada no asfalto durante viagens.

A estrutura da Africa Twin 1100 é toda nova. Quadro e sub-chassi mudaram, o primeiro é de aço e o segundo de alumínio, para reduzir a massa suspensa na parte traseira da moto. O mesmo ocorreu com a balança. Essas e outras mudanças geraram uma perda de 5 kg no peso total da moto.

honda africa twin 1100

HONDA/DIVULGAÇÃO

Em relação a geração anterior, a moto está mais esguia, o que garante mais agilidade e melhor posição de pilotagem, especialmente em pé. O banco está 40 mm mais estreito próximo ao tanque e pode ser ajustado em 850 mm ou 870 mm.

Na eletrônica são quatro modos de condução: tour, urban, gravel e off-road. Eles alteram a resposta do acelerador e nível de intervenção da eletrônica, que inclui freios ABS, controle de tração e anti-wheeling, que evita que a moto empine. Além do freio motor. O piloto ainda tem à disposição dois modos configuráveis que pode deixar a seu gosto.

honda africa twin 1100

CAIO MATTOS/DIVULGAÇÃO

Tudo isso é possível por causa da nova unidade de medição inercial (IMU) de seis eixos. Ela lê as inclinações laterais e longitudinais, aceleração e velocidade das rodas. Com isso, escolhe como e quando aplicar a eletrônica.

Outra novidade da Africa Twin é o painel de instrumentos de TFT de 6,5” com tela sensível ao toque. É possível personalizar as informações da tela e tem integração com Apple CarPlay se o capacete estiver com intercomunicador integrado


HONDA/DIVULGAÇÃO

Africa Twin 1100 Adventure Sports

No caso da versão avaliada, de topo, a Adventure Sports, há ainda o adendo de um tanque maior, com 24,8 litros contra 18,8 l da Africa Twin 1100 “normal”. Outras mudanças são o para-brisa e o protetor de cárter maior.

Ela oferece ainda barras de proteção do tanque, base de fixação dos baús e rodas raiadas com pneus sem câmara. Por fim, traz carregador 12V e manoplas aquecidas. Como opcionais há a suspensão eletrônica adaptativa com quatro modos: soft, mid, hard e off-road e um quinto configurável entre pré-carga, retorno e compressão, e o câmbio automatizado de dupla embreagem e seis que estava na moto que pudemos avaliar.


HONDA/DIVULGAÇÃO

Visual e ergonomia

Além do visual que passou por uma bela repaginada e ganhou luzes diurnas, faróis completos e de neblina de LEDs e mais detalhes no design nas laterais, como uma faixa cromada que se destaca nas laterais do tanque. A qualidade das peças plásticas melhorou muito e faz jus ao padrão de moto premium a qual a Africa Twin 1100 se propõe.

A posição de guiar agora é igual para as duas opções, Africa Twin normal e a Adventure Sports. E é confortável para longos trechos e também para o uso urbano. Os braços ficam relaxados, as pernas levemente flexionadas. Para quem tem mais de 1,8 metro, o ideal é deixar o assento no ajuste mais alto, para dar mais espaço para as pernas.


HONDA/DIVULGAÇÃO

No painel, a Honda adotou uma solução bem inteligente e simples. Colocou uma cobertura sobre a tela para ajudar a cobrir do sol em algumas situações e permitir que a visibilidade continue boa. O ajuste de altura do para-brisa ficou mais fácil e prático nessa geração.

Ciclística é o ponto alto

O que era bom na geração anterior foi mantido. A Africa Twin 1100 continua ágil, na mão para mudanças de trajetória, rápida em baixa velocidade e maleável nas mãos dos pilotos mais experimentes para uma tocada mais esportiva em estradas sinuosas. Ao pilotar em pé, a posição da Africa Twin também é boa, na triangulação que forma entre guidão, pedaleiras e piloto.

Restava saber como era lidar com o câmbio automatizado DCT, que na Gold Wing com um motor maior e com mais torque caiu muito bem. Além de ter opções de trocas manuais, tem três níveis de intensidade no modo Sport.


HONDA/DIVULGAÇÃO

A evolução do câmbio em relação à primeira geração utilizada na VFR 1200 X é notória. As trocas são mais rápidas e sutis. Ele também entende melhor o que o piloto quer, mesmo sem precisar ficar trocando de modo de pilotagem. Ao ‘descer’ marchas, ele reduz mais rápido. Claro, tudo isso também é possível porque a eletrônica embarcada da moto está mais robusta do que sete anos atrás.

A primeira vista pode parecer desnecessário, mas na condição em que pudemos avaliar a Africa Twin 1100, chuva, em estradas sinuosas e desconhecidas, o fato de você não ter que se preocupar com o câmbio e a embreagem, ou seja, ter que pensar em algo a menos, se tornou também uma vantagem, além de um conforto.


O câmbio ainda hesita um pouco no modo gravel e urban em baixa velocidade, mas nada que desabone o bom comportamento geral da nova geração da transmissão DCT. A Honda não confirma, mas a ideia é oferecer a nova geração da Africa Twin 1100 no Brasil em 2021 com a opção do câmbio DCT..

HONDA/DIVULGAÇÃO


AFRICA TWIN 1100 DCT – FICHA TÉCNICA

Motor: 1.084 cm³, dois cil., 8V, gasolina
Potência: 102 cv @ 7.500 rpm
Torque: 10,7 mkgf @ 6.250 rpm
Câmbio: Automatizado, 6 marchas
Peso: 250 kg (DCT + Susp. elec.)
Tanque: 24,8 litros

JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA HONDA



Deixe sua opinião