José Antonio Leme

29/09/2019 - 11 minutos de leitura. Atualizado: 30/09/2019 | 10:22

Scooters e SUVs: diferentes, mas surfando na moda

Entenda como os segmentos de scooters e SUVs são diferentes, mas ao mesmo tempo seguem muitas lógicas iguais de mercado

RELAÇÕES PÚBLICAS, GUILHERME GIANNICO ADOTOU O SCOOTER EM TODOS SEUS DESLOCAMENTOS Crédito: CRÉDITO: VALERIA GONCALVEZ/ESTADÃO

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Visual, tecnologia, conforto. Esse pacote fez um determinado veículo virar a modinha do momento. Poderia estar falando dos SUVs que estão tomando conta das ruas, mas não. Falamos de outro veículo que, com os mesmos predicados, vem fazendo sucesso nas vias das cidades: o scooter.

Se no caso dos SUVs a maioria é procurada com câmbio automático, no scooter todos são equipados assim. E a praticidade desse tipo de transmissão é um dos itens que levou ao crescimento do mercado e da procura.

Se as semelhanças são interessantes, não é à toa. Segundo Alexandre Cury, diretor comercial da Honda, o cliente do scooter busca tecnologias e outros itens que ele encontra no seu veículo.

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O crescimento do mercado, mesmo com a opção de produtos mais baratos à disposição, como a Biz (que se encaixa na categoria de CUB), não foi uma imposição das marcas. Cury afirma que “quem busca a solução é o cliente e cabe às fabricantes identificar isso e apresentar um produto”.

De acordo com dados da Abraciclo, associação que reúne os fabricantes nacionais de motocicletas, nos últimos três anos, os scooters passaram de 4,3% em 2016 para 7% em 2018 do mercado. Este número representa um salto de 37.293 unidades comercializadas no atacado em 2016 para 67.183 em 2018. Isso em um mercado total de 858.120 em 2016 e 957.617 em 2018, respectivamente.


ABRACICLO/DIVULGAÇÃO

Veja abaixo todos os scooters à venda no País:

Veja mais: detalhes da galeria

Facilidade do scooter atrai diferentes públicos

O consumidor do scooter no Brasil é dividido em três grupos. O iniciante, que nunca teve contato com motocicleta e busca fugir do trânsito e também do transporte público. O que adota o scooter como uma opção ao carro e já teve moto. E o que andava de moto quando era mais novo e quer voltar a ter contato com o mundo das duas rodas.

O consultor da ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa, diz que os compradores de scooters, independentemente do recorte do público, sempre buscam o custo-benefício e a praticidade como focos principais. Depois há as diferenciações dentro dos segmentos.


“Por mais racional que ele seja na hora de comprar um scooter, o consumidor é atraído por detalhes aspiracionais”, diz Cury. Estes detalhes podem até ser menores no scooter, mas são itens presentes nos carros, especialmente nos SUVs.

Alguns desses itens presentes nos scooters e que podem ser destacados são partida por botão com chave presencial (Keyless), start-stop e entrada para carregar smartphone. Há ainda combinações de cores que dão um tom mais requintado aos modelos e a adoção de luzes de LEDs. “O consumidor busca a associação com os itens que ele encontra no seu automóvel, ou no automóvel que ele deseja ter”, completa Cury.


ABRACICLO/DIVULGAÇÃO

Entrou pelo custo-benefício, ficou pela tecnologia

O relações públicas Guilherme Giannico tirou CNH de categoria A e logo optou pelo scooter por uma série de fatores. O principal, na época, porque ia trabalhar no ABC Paulista. Depois disso, segundo ele, nunca mais largou o veículo.

“Quando peguei o Cityclass a ideia era usar apenas para trabalhar, mas com a praticidade que ele me deu, comecei a usar em todas as minhas atividades”, diz. Além do custo-benefício de gastar R$ 20 por semana, Giannico vê outros bons argumentos, como a previsibilidade no tempo e a praticidade.

Após quatro anos, resolveu comprar um carro para adicionar a sua garagem, mas viu que ele continuava optando sempre pelo scooter. “Mesmo quando chovia, eu escolhia o scooter, exatamente porque eu conseguir ir e voltar antes quando o trânsito estava ainda pior”, completa. O resultado foi que o carro foi vendido após seis meses.


Então ele optou por trocar o scooter. Procurou um que fosse mais moderno e avançado, com mais tecnologia que o anterior. Acabou escolhendo o Yamaha Nmax 160. “O fato de ele ser mais potente, ter freios ABS e um motor com tecnologias mais interessantes (o Nmax traz comando de válvulas variável) me fez escolher por ele”, finaliza.

Hoje não vê necessidade de um scooter de categoria superior, mas caso precisasse se deslocar para fora da cidade optaria por um modelo maior, na casa dos 300 cm³.

Visual é preponderante

A publicitária Tatiana Sapateiro fez um caminho diferente. Ela, inicialmente, queria uma moto grande para viagens e finais de semana. Mas quando deixou de trabalhar em home office, os planos mudaram. Para evitar o trânsito, optou pelo scooter.


Diferente de Giannico, ela foi atraída pelo aspecto visual. Fez o teste de um modelo “moderno”, mas optou por um com aparência retrô, o Honda SH 150i que viu na loja durante o test ride.

Parte da história foi bem parecida. Se no começo a ideia era utilizar apenas no deslocamento até o trabalho, o scooter se tornou o companheiro inseparável para todos os itinerários, não importa o clima ou horário.

Ainda que tenha sido atraída pelo aspecto visual, Sapateiro também diz que a economia de combustível e de tempo é “tudo de bom” e que se for trocar seu SH 150i também será por outro scooter.


Segmento do segmento

Se dentro do segmento de SUVs há diversas categorias, entre compactos, médio, de luxo, ultraluxo, esportivos, entre outros. No mundo dos scooters a dinâmica está cada vez mais parecida. O mercado está crescendo e para atender a diferentes clientes, também estão aumentando as diferenciações dentro da gama.

Líder do mercado de duas rodas e também do segmento de scooter, a Honda ampliou o leque de modelos oferecidos no Brasil. Desde modelos para quem está iniciando e quer um produto racional, até para quem busca algo “fora da curva”. Isso significa transitar do básico Elite ao X-ADV, um scooter com aptidão off-road.


A linha de scooter de capacidade cúbica superior, acima de 300 cm³, deve crescer nos próximos anos por uma demanda do mercado. O público que hoje tem scooter na faixa até 300 cm³ vai querer trocar de categoria.

Além disso, há o consumidor que quer todos os predicados desse produto (conforto, praticidade, design), mas precisa de velocidade e potência porque transita por vias mais rápidas. Ou faz trechos rodoviários no seu deslocamento dentro de grandes centros urbanos ou está sempre com garupa. Além disso, é um cliente com maior poder aquisitivo.

A Dafra popularizou a categoria de 300 cm³ com o Citycom 300 em 2010. Agora, anunciou a chegada de mais um modelo na mesma categoria, mas com uma posição de guiar diferenciada, o HD300. Isso mostra como há espaço para trabalhar diferentes produtos na mesma categoria.


A Honda, com uma pegada mais retrô, tem o SH 300i e o SH 150i. Além do estilo mais clássico, tem uma posição de guiar diferenciada, mais ereta que os outros produtos, como o PCX 150 e o Elite 125, ou até que o rival Yamaha NMax 160.

Os cinco scooters mais vendidos em 2019:

Honda PCX 150 – 21.131 Unidades
Honda Elite 125 – 11.079 Unidades
Yamaha NMax 160 – 9.650 Unidades
Yamaha Neo 125 – 8.111 Unidades
Honda SH 150i – 3.540 Unidades

FONTE: Fenabrave


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