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Chip na placa pode voltar com novo sistema de pedágio por trecho percorrido
Legislação

Chip na placa pode voltar com novo sistema de pedágio por trecho percorrido

Aprovada pela Câmara, Projeto de Lei de cobrança de pedágio por quilômetro rodado volta a discutir implementação do chip na placa para identificação

Emily Nery, para o Jornal do Carro

06 de mai, 2021 · 6 minutos de leitura.

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Dentro de alguns meses, será possível escapar do trânsito e das cobranças de pedágio
Crédito:Arteris/ViaPaulista/Divulgação

Em 2018, após anos de discussão, foi acordado que a placa do Mercosul ainda não ganharia o chip de identificação, que foi substituído pelo QR Code. Contudo, hoje (6), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que regulamenta o pedágio “free flow”, cobrança em rodovias e vias urbanas conforme o trecho percorrido. Assim, um dos prováveis meios de identificação do veículo ocorrerá por meio de chips instalados nas placas.

Após aprovada pelo Senado e pelo Congresso, a PL 886/2021 segue para sanção presidencial. De acordo com o texto, o sistema de livre passagem valerá somente para os novos contratos de concessão de rodovias.

Desse modo, estradas que já possuam concessão e que não exista a possibilidade de implementação desse sistema, deverá haver um termo aditivo que viabilize benefícios tarifários a usuários frequentes.

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Estradas que não possam implementar o sistema free flow devem dispor de algum tipo de benefício tarifário a usuários frequentes Crédito: Estadão Conteúdo

Após aprovação presidencial, a proposta entra em vigor em até 180 dias. Caberá ao Poder Executivo regulamentar o sistema “free flow” e ao Contran estabelecer normas técnicas para identificação e cobrança dos veículos.

Como ocorrerá a identificação do veículo?

Há duas possibilidades. A primeira se trata da instalação de um sistema de reconhecimento visual automático de placas, chamado de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR). O software já é usado em câmeras fixas de videomonitoramento em diversas cidades do país para reconhecimento facial e identificação de placas, por exemplo.


Santos (SP) tem monitoramento por câmeras com tecnologias OCR
Santos (SP) tem monitoramento por câmeras com tecnologias OCR Sérgio Castro/Estadão

A segunda opção diz respeito ao alojamento de um chip na placa do veículo. Conhecido por Identificação por Radiofrequência (RFID), o dispositivo se comunica com antenas instaladas nas vias por meio de radiofrequência.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Placas Veiculares (Anfapv), essa tecnologia pode trazer maior valor agregado, pois poderá contribuir para coibir fraudes e clonagens. Essa tecnologia está presente em empresas de tags veiculares de pagamento.


A Anfapv ressalta que o chip deverá conter informações como número de série do chip, identificação da placa, categoria, espécie e tipo do veículo.

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Tecnologia de chips de radiofrequência RFID está presente em empresas de pagamento por tag, como o Sem Parar, por exemplo NISSAN/DIVULGAÇÃO

Quanto ao custo ao motorista, a Associação não dá números e afirma que ficará a cargo do Contran decidir. Mas acredita que terá um custo mais baixo do que os concorrentes ou até gratuita.




Justificativa da PL

A intenção das rodovias free flow não é nova. Ela foi apresentada em 2011 pelo então deputado federal Esperidião Amin (PP-SC), que na época buscava isentar a tarifa de moradores de municípios localizados próximos à área de cobrança. A PL aprovada hoje incorpora mudanças feitas por senadores e altera a Lei 10.233/01, que se refere à reestruturação dos transportes aquaviário e terrestre

A intenção da PL, portanto, é fazer uma cobrança mais justa. O Senado afirma que a mudança pode melhorar o trânsito, bem como reduzir a emissão de gases poluentes, por não precisar mais frear para realizar o pagamento nas cabines. O sistema de passagem livre já está presente em mais de 20 países ao redor do mundo.


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