Primeira Classe

O maior sucesso da Fiat

Novo Argo começou desacreditado, mas já é o Fiat mais vendido para o consumidor final

Rafaela Borges

10 de dez, 2017 · 5 minutos de leitura.

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Novo Argo
Crédito: Hatch finalmente caiu no gosto do povo (Foto: Nilton Fukuda/Estadão)

Eu fui uma das que não deram muita credibilidade ao novo Argo antes de ele chegar às concessionárias. Sabia, por meio de fontes, que ele viria sem grandes inovações, e quem chega depois tem que trazer algo novo.

Porém, logo no primeiro contato com o carro, mudei de ideia. Logo percebi que ele tinha grandes chances de ser o maior acerto da Fiat nos últimos anos. Maior que a Toro.

Os primeiros meses do novo Argo no mercado foram ruins. Ele demorou a entrar no “top 10” de vendas. Para um carro que vinha para ser o Fiat mais vendido, parecia uma decepção.

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Neste mês, o Argo passou a fazer parte da lista dos dez mais emplacados. E, agora, a nova informação: ele passou a ser o Fiat mais vendido para quem realmente importa, o cliente final.

Embora ainda esteja atrás de Strada e Mobi no ranking geral, o Argo é o Fiat mais vendido no varejo. Esse é o tipo de venda feito na concessionária, para o consumidor final.

Nas vendas de varejo, não há vantagens, nem contratos que valem mais que a qualidade do produto, como nas no atacado (ou diretas). Por isso, elas traduzem o que o consumidor brasileiro realmente quer.


E o consumidor brasileiro, finalmente, quer o novo Argo. Seis meses após seu lançamento, ele caiu no gosto do povo.

No varejo, o Argo já é o quarto carro mais vendido do País, com 4.197 emplacamentos em novembro. Isso tem um grande significado: ele deixa para trás potências mercadológicas como Gol e Prisma.

Na verdade, pode-se dizer que o novo Argo é o primeiro do resto. À frente dele estão apenas os três imbatíveis: Onix, HB20 e Ka.


 

VEJA TAMBÉM: 5 RAZÕES PARA COMPRAR O NOVO ARGO. E 5 PARA NÃO COMPRAR

 


Terceiro colocado no varejo, o Ka já é ameaçado pelo hatch da Fiat. Em novembro, registrou 4.608 emplacamentos. Onix e HB20 estão com mais vantagem (nas casas dos 11 mil e 7 mil exemplares vendidos, respectivamente).

Hoje, a Fiat, que vem perdendo espaço nas vendas no varejo, é em contrapartida a que mais vende no atacado. As vendas diretas são o que ainda sustentam a montadora na vice-liderança do mercado.

Imagine, então, o que vai acontecer quando a Fiat começar a trabalhar forte com o Argo no atacado! Briga pela liderança de vendas? Não dá para descartar.


Isso porque, hoje, o Argo não tem representatividade no atacado. Nesse ranking, foi apenas 33º em novembro, com 818 unidades vendidas. Porém, ele pode vir a ter. Basta a Fiat querer. Onix, HB20 e Ka que se cuidem.

RAZÕES DO SUCESSO

O Polo, que chegou recentemente, é um modelo melhor que o Argo. Mas só na versão de topo.


No recente comparativo entre o Fiat e o Polo, e também contra Onix e HB20, todos em versões intermediárias, o novo Argo se mostrou uma opção melhor.

Ele custa menos que o Polo intermediário, e é mais bem equipado. Conseguiu se destacar também ante HB20 e Onix.

São as versões intermediária e de entrada que realmente vendem. Então, podem se preparar: o novo Argo ainda vai crescer muito. A Fiat, finalmente, acertou.


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Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.