Primeira Classe

SUVs que estão se dando mal em 2018

Renault Duster e Honda WR-V estão entre os SUVs que perderam espaço neste início de ano

Rafaela Borges

20 de mar, 2018 · 8 minutos de leitura.

Renault Duster" >
Renault Duster
Crédito: Da briga pelo primeiro lugar à ausência do "top 10" (Foto: Rafael Arbex/Estadão)

O primeiro trimestre está próximo do fim, e há modelos que se deram mal neste início de ano. Nesta análise, vamos falar dos “perdedores” do segmento mais badalado do Brasil, o de SUVs. Na lista, chamam a atenção as quedas de vendas de Renault Duster e Honda WR-V, principalmente.

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A situação desses modelos é mais preocupante que a de outros dois SUVs que vêm regredindo no primeiro trimestre. Nesse grupo, estão o Hyundai Creta e o Ford EcoSport. Entre os de luxo, o destaque é a queda nos emplacamentos Audi Q3.

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Quando alguns ganham espaço, é natural que outros percam. Isso se aplica ao Creta, EcoSport e Q3. O Ford está sendo vítima da impressionante ascensão do Chevrolet Tracker. Já o Creta sofre com o avanço do Nissan Kicks.

Detalhes sobre o leve recuo de Q3, EcoSport e Creta vocês podem ler aqui.

RENAULT DUSTER
A acentuada queda do Renault Duster no ranking de vendas começou no ano passado. No primeiro trimestre, essa tendência ficou ainda mais severa.


Para se ter uma ideia, na primeira quinzena de março o Renault Duster  nem sequer apareceu na lista dos dez SUVs mais vendidos do País.

Nesse período, o Renault Duster foi apenas o 13º mais emplacado e ficou atrás de todos os compactos e de até mesmo de alguns modelos mais caros, como médios e grandes (ix35 e SW4, por exemplo).

No acumulado do ano (de 1º de janeiro a 15 de março), o Duster também não vai bem. Ao menos o Renault Duster  vem conseguindo se manter, por ora, no “top 10” – exatamente na décima posição. Este ano, o SUV teve 2.617 unidades vendidas, ante as 10.160 do líder geral, o Jeep Compass.


Antes da chegada do Jeep Renegade e do Honda HR-V, em 2015, o Duster brigava com o EcoSport pelo posto de SUV mais vendido do País. Mesmo depois que o Honda e o Jeep foram lançados, o Renault continuou bem posicionado. Foi o terceiro SUV mais vendido em 2015. Em 2016, ficou em quarto lugar.

Aí veio 2017 e o lançamento de modelos como o Renault Captur e o Creta. Os dois afetaram diretamente o Renault Duster.

Até então, o Renault Duster era a opção mais espaçosa no segmento de compactos. O Creta, porém, chegou para atender a demanda por bom espaço interno, e com um pacote esteticamente mais harmonioso, além de oferecer mais soluções tecnológicas (apesar do preço mais alto).


O Captur, além de igualmente espaçoso, é mais bonito, e divide espaço com o Renault Duster nas concessionárias. Apesar de ter demorado para deslanchar em vendas, o novato está começando a se sair um pouco melhor (ao menos na comparação com o “irmão” veterano). Na primeira quinzena de março, o Captur foi o oitavo SUV mais emplacado do País.

Os preços mais baixos do Renault Duster não estão sendo suficientes para mantê-lo atraente. Sua tabela começa em R$ 69.990, ante os R$ 80.450 do Captur e os R$ 76.350 do Creta.

HONDA WR-V
O WR-V foi lançado no início do ano passado e logo se estabeleceu na sexta posição do ranking de vendas de utilitários-esportivos. Nos últimos meses de 2017, no entanto, o Honda começou a perder espaço, oscilando entre a sétima e a oitava posições.


A primeira quinzena de março marcou o pior resultado do WR-V desde que ele começou a se destacar no ranking. No período, o Honda foi apenas o nono SUV mais vendido do Brasil.

 

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O WR-V foi, inclusive, ultrapassado pelo Captur. Porém, até o fim do mês o Honda pode virar o jogo, já que a diferença é pequena. O WR-V somou 584 emplacamentos nos 15 primeiros dias de março, ante 636 do Renault.

No acumulado do ano, o Honda está no oitavo lugar, uma posição à frente do Renault.


Na minha opinião, são dois os problemas do WR-V. O principal é o HR-V, com o qual o novato divide as concessionárias. O SUV mais velho é bem superior.

Em um primeiro momento, o WR-V pode até ter chamado a atenção. Afinal, parte de R$ 79.400 e já vem com câmbio automático, ante os R$ 87.900 do HR-V com câmbio CVT mais em conta.

Por outro lado, o SUv é muito parecido com o Fit, com o qual compartilha plataforma, mecânica, equipamentos de série e, de certa forma, até o estilo (há algumas diferenças, mas ele lembra bastante o “irmão” hatch). O HR-V é mais caro, mas também mais rápido, espaçoso e bonito que o novato. Difícil competir.


Além disso, a ascensão do Tracker vem prejudicando não apenas o EcoSport, mas também o WR-V. O crescimento do Chevrolet vem fazendo o Honda perder posições.

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