Recebi do amigo Ricardo Teixeira fotos de uma perua dos anos 80, estacionada em uma típica rua americana, dessas que a gente vê em filmes, em Boston. O Marcos Rozen, do Museu da Imprensa Automotiva, logo reconheceu o modelo e me contou qual era: uma Caprice Estate, da Chevrolet, feita no fim dos anos 80.
(No Instagram: @blogprimeiraclasse)
Postei as fotos dessa Caprice no Instagram do blog e o @fabio_reato_chede fez o comentário que inspirou esse post: “Sensacional. Tem uma carra de filme da ‘Sessão da Tarde’ (da TV Globo). Bons tempos.”
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E tem mesmo, não é? Quem foi criança e adolescente nos anos 80 e 90, e passou muitas tardes daqueles bons tempos assistindo as inúmeras reprises de filmes americanos que são típicos da sessão vespertina da Globo, provavelmente também fará essa associação.
Quem se lembra de dar aquele fugidinha dos estudos e das tarefas da escola para assistir “A Lagoa Azul”, “Curtindo a Vida Adoidado”, “Os Goonies” e outros dramas, romances e comédias familiares? Tinha alguns filmes de ação também.
Um dos meus preferidos era “Admiradora Secreta”, com todos os ingredientes de filmes da “Sessão da Tarde” na época: adolescentes, colégio, romances complicados e aquelas roupas e cabelos que são um símbolo dos anos 80.
Ali, havia também algumas peruas, dos pais de Toni, Michael e Debbie, mas usadas também pelos três adolescentes em seus joguinhos quase infantis de sedução e tentativas frustradas de namoro.
A Caprice Estate é a “cara” desses carros. Ela não está em “Admiradora Secreta”, de 1985, mas o filme tem outras peruas no mesmo estilo, como uma Pontiac Catalina e uma Chevrolet Impala – sem contar um belo conversível Alfa Romeo Spider Veloce que, para mim, é o automóvel mais legal do filme.
Um pouco de história. A perua Caprice das fotos é da terceira geração, feita entre 1976 e 1989. O exemplar é um dos últimos daquela geração, representante da “leva” de modelos reestilizados em 1986 – e lançados como linha 1987.
A perua tem espaço para levar oito pessoas e transmissão automática de quatro marchas. Há alguns itens que eram luxo para aquela época, como retrovisores externos com acionamento elétrico, rádio AM/FM e faróis automáticos.
A linha de motores incluía unidades V6 e V8, com potências a partir de 170 cv.
Entre os clássicos da “Sessão da Tarde” dos anos 80 em que a Caprice Estate apareceu está “Nascido em Quatro de Julho”, drama de 1989 com Tom Cruise. A versão, porém, era da geração anterior à do exemplar das fotos.
GALERIA: ITENS DOS CARROS DE LUXO NOS ANOS 80
Antena elétrica
Bem, se hoje muita gente nem ouve rádio no carro, nos anos 80, o charme era contar com uma antena elétrica no seu veículo, item disponível apenas em versões de topo de alguns carros, como o Monza Classic. E ainda assim havia duas opções, a elétrica, acionada por um botão e a automática, que se levantava ao ligar o rádio
Teto solar
Se hoje há mais opções de carros com teto solar, a maioria importados ou carros de maior valor, na década de 80 eles eram garantia de sucesso. Já naquela época, seu carro deveria ser uma versão de topo para contar com o acessório. Um dos carros com o item que fazia a cabeça dos oitentistas era o Ford Escort XR3, versão esportiva do compacto
Vidros verdes
Se hoje parece banal falar de vidros verdes, que oferecem maior proteção contra os raios UV, nos anos 80 eles eram um item guardado para as versões mais caras ou como um opcional. O esportivo nacional Miura era um desses veículos que tinha uma série de itens mais requintados para a época, como os vidros verdes, além de outros tecnológicos e mais caros, como os faróis retráteis
Equalizador Tojo
Se o toca-fitas de gaveta era uma necessidade porque era caro e visado por ladrões, havia também o famigerado equalizador, aqui representado por um da marca Tojo, que fez muito sucesso nos anos 80. Ele servia para melhorar o sistema de som do carro e quem podia ter um era privilegiado.
Faixa degradê
Além dos vidros verdes, que eram um charme à parte para os carros de quem podia tê-los, havia também outro item bastante cobiçado e que demonstrava que seu carro tinha mais luxo: a faixa degradê. Era uma fração superior do vidro com uma tonalidade mais escura, que servia para reduzir a incidência de luz do sol na área dos olhos do motorista e passageiro. Na imagem, o Volkswagen Santana CD
Faróis de milha
Os faróis auxiliares, ou faróis de milha, como ficaram conhecidos lá atrás, eram outro item de luxo para os carros. Havia alguns que contavam ainda com uma capa protetora das lentes para quando não estavam sendo utilizados. Na imagem, o Chevrolet Monza
Direção hidráulica
O seu carro compacto tem direção hidráulica? Bem, nos anos 80, se você fosse o feliz comprador de um Dodge Magnum Le Baron, versão de luxo do Dart, ou um Chevrolet Opala Comodoro ou Diplomata, haveria a opção desse item de conforto, do contrário era bom ser forte de braço
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