Primeira Classe

Um sedã compacto que não é ‘feioso’

Novo Volkswagen Virtus é uma revolução no design em um segmento de sedãs que não são lá muito atraentes

Rafaela Borges

16 de nov, 2017 · 7 minutos de leitura.

Novo Volkswagen Virtus" >
Novo Volkswagen Virtus
Crédito: Lanternas que lembram as de modelos da Audi e linha do teto de cupê são destaques (Foto: Volkswagen)

Pense no segmento de sedãs compactos. Há muitos modelos meios “feiosos” na categoria. Creio que os principais representantes desse grupo são Toyota Etios Sedan e o Nissan Versa. Aí vêm Cobalt e Prisma, da Chevrolet, que não são necessariamente feios, mas não trazem ousadia. HB20S e City são bonitinhos. O novo Volkswagen Virtus, recém-apresentado, vai além.

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O novo sedã, que chega às lojas em janeiro, é uma revolução no design em um segmento de modelos não muito atraentes. Na verdade, visto de frente, ele é basicamente o Polo. A grande sacada é a traseira do carro.

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Há quem esteja chamando o Virtus de mini-Jetta. Discordo: para mim, ele é mini-A3 Sedan, ou mini-A4. Com o novo modelo, a Volkswagen buscou inspiração na Audi.

Cópia? Não importa. Audi e Volkswagen pertencem ao mesmo grupo automotivo. Já estava na hora de a Volkswagen, a marca, abandonar o conservadorismo e buscar inspiração em sua “irmã” especializada em carros luxuosos.

 


 

POR QUE OS SEDÃS COMPACTOS SÃO FEIOSOS?

Há algumas explicações. A principal se aplica também a alguns sedãs médios – os exemplos mais famosos são os três-volumes de 307 (407 Sedan) e Tiida, ambos já fora de linha.


Porém, isso ocorre mais nos compactos, porque é mais comum os médios serem projetos originais (ou seja: não são adaptações feitas a partir de hatches). Nesse caso, os principais exemplos são Corolla e Civic.

O Prisma é o sedã do Onix e o HB20S, do HB20. O mesmo ocorre com o Etios Sedan e com o Versa (três-volumes do March). As montadoras projetam primeiro os hatches, e algumas adaptações acabam não ficando muito boas. Ou a traseira não “casa” com a dianteira, ou a parte de trás é feia mesmo.

Nos últimos anos, as marcas parecem estar aprendendo. Elas estão errando menos nas traseiras dos sedãs compactos. Se, no geral, são bastante conservadoras, ao menos algumas já não são indiscutivelmente feias.


 

VEJA IMAGENS DO NOVO VOLKSWAGEN VIRTUS

 


Por que isso está ocorrendo? Porque o segmento de sedãs compactos é o terceiro maior do Brasil (atrás do de hatches e SUVs também compactos). E está recebendo mais atenção das montadoras.

Assim, na hora de criar os designs dos hatches, elas já pensam antecipadamente no visual de seus derivados de três-volumes. Em alguns casos, até suas dianteiras são exclusivas.

O Ka+, em minha opinião, é exemplo de sedã compacto visualmente bem sucedido.


CONSERVADORISMO

O outro fator para esses modelos não serem uma referência de design é o maior conservadorismo do cliente de sedãs, em relação ao de hatches. Normalmente, quem compra um modelo sem traseira proeminente costuma aceitar melhor a ousadia no visual.

No caso do consumidor de sedãs, essa ousadia pode ser mal aceita. Isso ajuda a explicar o fato de diversos três-volumes contarem com traseiras conservadoras demais.


REVOLUÇÃO

Vou admitir: quando fazia o exercício de imaginar como ficaria o visual do novo Volkswagen Virtus, eu pensava em um Polo com traseira feia. Ou, ao menos, sem graça.

Afinal, nem no Brasil, nem fora do País, a VW tem investido em visuais ousados. O Polo é bonito, sem dúvidas, mas não tem um design criativo.

Por isso, achei o novo Volkswagen Virtus mais bonito que o Polo. São dois os elementos que fazem sua traseira ser belíssima. As lanternas são inspiradas nas de sedãs da Audi.


O principal, no entanto, é a coluna C rebaixada, característica típica de cupês – e que tem sido adotados em sedãs mais sofisticados, como o Civic. Isso dá um toque totalmente jovial ao modelo, e ajuda a criar uma revolução no design do segmento.

Ainda assim, o Virtus não é ousado além do recomendável. É um visual bonito, mas não polêmico. E, para o brasileiro, desenho atraente é um dos fatores principais para a decisão de compra.

Se o Virtus for comercialmente bem sucedido, a concorrência vai ter de se mexer. É bom que já comece a exercitar a criatividade.


 

 

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