Os anos 1970 ficaram marcados na cultura motociclística e deixaram como herança o conceito de customização e pinturas diferenciadas. A Harley-Davidson Iron 1200 traz de volta as duas coisas, agora de fábrica. O modelo montado em Manaus parte de R$ 46.900 na cor preta. Na branca, são R$ 47.300.
No tanque, os grafismos em diferentes tons de azul remetem à pintura utilizada pela marca nos anos 70. De lá veio também a inspiração para o guidom no estilo “mini-seca-sovaco”, ou mini-Ape, como é chamado pela marca, além dos para-choques mais curtos.
Outros detalhes chamativos do modelo são a “carenagem” ao redor do farol, que dá um tom de esportividade, e o assento só para o piloto, sem espaço de garupa. Revestido de couro, é bem estiloso, mas após uma chuva acumula boa quantidade de água, que fica por lá durante dias e incomoda. Há uma grande falha no acabamento da moto: o vão entre o banco e o tanque deixa aparente o chicote elétrico.
A mecânica é formada pelo bom motor V2 de 1.202 cm3, que gera torque de 9,4 mkgf a 3.500 rpm (a Harley não divulga a potência de suas motos). O câmbio é de cinco marchas. Geralmente, o conjunto mecânico dos modelos da marca se destaca pelo torque sempre presente. Não é o caso da Iron: aqui, o casamento entre motor e câmbio não foi perfeito.
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A relação final da transmissão é muito longa, o que faz o motor engasgar em baixas velocidades. Não é possível aproveitar toda força do V2 e é preciso trocar de marcha o tempo todo. Na estrada, a falta da sexta marcha aumenta a vibração do motor e das pedaleiras, pois a rotação fica sempre elevada. Isso causa desconforto e chega a prejudicar a dirigibilidade.
A posição de guiar da Iron 1200 agrada. As pedaleiras permitem manter as pernas flexionadas em 90°, o que é confortável, apesar de incômodo no trânsito. O guidom, como é apenas semi-elevado, não força muito a posição dos braços.
Agilidade não é forte da Iron 1200 (e nem é o foco desse modelo da família Sportster, a linha mais “esportiva” das Harley). Os pneus mais grossos dão estilo à moto, mas deixam as mudanças de direção mais lentas.
O painel simples não tem mostrador de nível da gasolina e indica apenas de autonomia. Os freios a disco com ABS vêm de série. Há ainda partida sem chave com alarme integrado.
PRÓS E CONTRAS
PRÓS – VISUAL
Apelo das motos modificadas comuns na década de 70 dão estilo inigualável à Iron 1200
CONTRAS – TRANSMISSÃO
O câmbio de relações longas mata o bom torque do motor e prejudica o desempenho.
FICHA TÉCNICA
Preço sugerido
R$ 46.900
Motor
1.202 cm³, V2, gasolina
Torque (mkgf)
9,5 a 3.500 rpm
Câmbio
Cinco marchas
Peso
256 kg