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Dez macetes que (quase) nenhum motorista conhece

Dez macetes que (quase) nenhum motorista conhece, mas o AutoPapo os compilou. Alguns podem te tirar de uma fria

Boris Feldman

15 de abr, 2019 · 7 minutos de leitura.

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Calçados inadequados podem gerar riscos ao volante
Crédito: JF Diorio/Estadão

Dez macetes que (quase) nenhum motorista conhece, mas o Blog do Boris as compilou. Algumas podem te tirar de uma fria.

Subir de ré

Carro com tração dianteira (quase todos os nacionais) se nega a subir uma rampa molhada – para sair da garage subterrânea, por exemplo – pois as rodas dianteiras (motrizes) deslisam em falso no piso.

Motivo? Falta de atrito do pneu pois o centro de gravidade se desloca para a traseira. Solução? Inverter o carro e subir de marcha-ré, pois o peso vai se concentrar nas rodas motrizes (agora lá atrás), aumentar o atrito e voltar a tracionar o carro.

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No caso de o carro não conseguir vencer uma ladeira muito íngreme por falta de potência, a solução é também colocá-lo para subir de ré. Neste caso, porque a relação da marcha-ré (quase sempre) é mais reduzida que a primeira e melhora o desempenho do carro nesta situação.

Braços cruzados

O choque frontal é inevitável: o carro se aproxima da traseira do veículo à frente sem chances de o motorista evitar a batida. E sua reação é, em geral, a pior possível: esticar os braços e segurar firme o volante. Errado: o impacto frontal será transmitido aos braços e destes para os ombros, provocando lesões consideráveis. A postura correta, nestes casos, é de cruzar os braços sobre o peito, como fazem os pilotos de competição.

Ar quente

O líquido do radiador ferveu? Um um bom “quebra-galho” até chegar à oficina é ligar o sistema de calefação (ar quente) do carro. Primeiro, porquê o líquido (água+aditivo) que estava inativa se integra ao circuito de refrigeração. Segundo, porque estava frio e, ao se misturar, reduz a temperatura do que estava fervendo.


“Dedo duro”

A bateria descarrega e ninguém descobre o motivo. Mas alguém imagina que alguma lâmpada oculta, no porta-malas ou porta-luvas, não esteja se desligando. Porém, como saber se ela apaga (ou não) ao fechar a tampa?

No porta-malas ainda seria possível entrar para verificar, mas e no porta-luvas? A solução? Acionar a função “vídeo” do celular, colocá-lo no interior do compartimento e fechar a tampa. Voltar a abrí-la e conferir no celular se a lampada apagou…

ABS ‘de pobre’

O carro é mais antigo e não tem freios ABS. Se, numa freada de emergência as rodas começam a deslizar no asfalto, basta apertar e soltar o pedal do freio repetidas vezes, o mais rápido possível, para evitar o bloqueio. Como faz o ABS, só que mecanicamente…


“Família”

Poucos conhecem as “famílias” de carros. Modelos de marcas diferentes podem compartilhar mecânica pois pertencem a um mesmo grupo empresarial.

Peças mecânicas de carros “primos” podem estar nas concessionárias das duas marcas, facilitando obtê-las. Ou comprá-las por preço inferior. Exemplos: Kia/Hyundai; Citroen/Peugeot; Volks/Audi; Fiat/Jeep/ e outras.

Freios molhados

Ufa! O carro atravessou incólume o trecho alagado, mas o problema veio logo depois: no semáforo vermelho o motorista freia e… bate no carro parado à frente pois os freios, molhados, não funcionaram. A dica é: depois de um trecho alagado, engrene uma marcha forte (segunda ou terceira) e pise simultaneamente no freio e acelerador. O atrito e calor gerado entre pastilhas e discos, lonas e tambores vai secá-los e o freio volta a funcionar.


“Linguetinha”

Acabou a bateria do controle remoto da porta. E agora? Agora, ainda tem motorista que não sabe da “linguetinha”, uma chavinha sem cabo embutida no controle remoto. E, na maçaneta da porta uma tampinha que, removida, permite abrir a porta com a bendita linguetinha…

“Encaixotado”

O carro ficou “imprensado” entre outros dois na vaga, sem chance de manobrar para sair. Se for tração dianteira (maioria dos nacionais), vire completamente o volante, puxe o freio de estacionamento, engrene uma primeira e acelere….que o carro vai girar sobre as rodas traseiras e sair da vaga!

Choque

O motorista sai do carro e, ao encostar na porta para fechá-la, toma um choque. Não é defeito elétrico, apenas eletricidade estática que se acumulou no corpo. Para evitá-lo, mantenha a mão encostada na porta (ou carroceria) ao descer do carro, para descarregar a eletricidade que se acumulou.


(Tem mais: dez outras dicas na próxima coluna, semana que vem…)

 

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”