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Vendas de importados caem 9,6% no primeiro semestre
Mercado

Vendas de importados caem 9,6% no primeiro semestre

Associação de importadoras reduziu estimativa de vendas de 50 mil para 40 mil importados em 2019

Bárbara Nascimento, /Estadão

06 de jul, 2019 · 4 minutos de leitura.

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Kia Sportage é importado mais vendido no Brasil
Crédito:Foto: Sergio Castro/Estadão
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O emplacamento de carros importados caiu 9,6% no primeiro semestre desse ano em relação ao mesmo período de 2018, totalizando 16.219 veículos. Com isso, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) revisou a estimativa de vendas desse tipo de carro para o ano. O número caiu de 50 mil para 40 mil unidades.

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No recorte de junho, a queda foi ainda maior, de 13,4% ante maio e de 11,1% na comparação anual. Ao todo, foram emplacados no mês passado 2.679 veículos.

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Por outro lado, as quatro montadoras associadas à Abeifa que produzem internamente – BMW, Caoa Chery, Land Rover e Suzuki – tiveram crescimento de 44,1% nas vendas no semestre, na comparação com igual período de 2018. Elas totalizaram 14.527 unidades. As projeções de venda nesse segmento específico, de 55 mil veículos em 2019, ficam mantidas.

O presidente da associação, José Luiz Gandini, afirmou que a queda recente no dólar ajuda o setor. No entanto, ponderou que os carros que já estão nos navios, a caminho do Brasil, foram comprados com o câmbio desvalorizado. E reclamou da instabilidade atual. “Cada dia um fala uma coisa, outro fala outra, mercado e câmbio ficam instáveis”, apontou. Para ele, a aprovação das reformas da previdência e tributária ajudaria a melhorar o ambiente.

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Imposto menor

Gandini também disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu ao setor terminar o mandato com o imposto de importação menor. A taxa ficaria na casa dos 20%. Hoje, a taxa é de 35%.

Segundo ele, no entanto, Guedes deixou claro que isso depende da aprovação de reformas estruturais.

Ele afirmou ainda que a volatilidade do câmbio e a economia fraca atrapalharam as vendas de carros importados no Brasil no primeiro semestre. E reclamou que o cenário político tem tornado o ambiente mais confuso. “Se o filho do Bolsonaro entra no Twitter e fala umas coisinhas, o dólar sobe, é muita volatilidade”, disse.


Gandini afirmou que, dentro da Kia Motors, da qual também é presidente, trabalha com o câmbio no patamar de R$ 3,80.

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”