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EcoSport: valeu a pena mudar a parte mecânica e não o visual do carro?
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EcoSport: valeu a pena mudar a parte mecânica e não o visual do carro?

Há dois anos, a Ford promoveu no EcoSport importantes mudanças onde não se vê, mas não investiu muito na parte visível

Hairton Ponciano Voz

28 de out, 2019 · 6 minutos de leitura.

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Ford EcoSport chegou ao mercado em 2002 e compartilhava plataforma com o hatch Fiesta
Crédito:Ford/Divulgação
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Há pouco mais de dois anos, o EcoSport chegou renovado às lojas. Trocou o câmbio automatizado Powershift – que era uma caixa de problemas – por uma transmissão automática convencional. Ganhou dois novos motores (1.5 de três cilindros e 2.0 de quatro cilindros de injeção direta do Focus). E um interior totalmente mudado. Havia, no entanto, um problema: visual. Não que o carro fosse feio. Mas um dos fatores mais importantes na decisão de compra havia permanecido quase intocado. Valeu a pena? A julgar pelas vendas, não.

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A partir de 2015, com a chegada de concorrentes de peso, como Jeep Renegade e Honda HR-V, a vida do EcoSport nunca mais foi fácil. E só se complicou posteriormente, com o lançamento de Nissan Kicks e Hyundai Creta. O balanço de setembro da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostra o SUV da Ford na quinta posição do segmento. E muito mais próximo de ser ultrapassado pelo novato Volkswagen T-Cross do que de se aproximar do Honda HR-V.

+ Ford recentemente teve redução de preços

Os números são os seguintes: no acumulado até setembro, o EcoSport soma 24.242 unidades. O Renault Captur, sexto, tem 21.264 unidades, enquanto o T-Cross, em ascensão, já tem 19.113 unidades emplacadas. Enquanto isso, o HR-V registra 35.445 unidades.


Na época do lançamento do novo modelo, no final de 2017, a Ford ainda utilizou a estratégia de manter o preço abaixo dos concorrentes. Com mecânica e interior novos, além de preço atraente, o EcoSport chegou até mesmo a bater os concorrentes em um comparativo. Mas, naquela época, já fazíamos uma ressalva: “No trânsito, o novo EcoSport passa praticamente despercebido, mesmo no tom de azul do carro. Afinal, foi bem leve a reestilização feita na dianteira (grade, faróis e para-choque) do carro baiano. O visual é muito semelhante ao do Ford lançado em 2012, incluindo o estepe na tampa traseira.”

EcoSport mudou tudo mas parece igual

O texto continuava dizendo que, na ausência de novidades visuais a apresentar, o EcoSport conquistava o cliente que se dispusesse a entrar no carro e dirigi-lo. Ou seja, para quem desse muita importância à beleza interior, e não se importasse com as aparências.


Já naquela época, porém, o jornalista chamava a atenção para os riscos no meio do caminho: “Vejo dois problemas para que o EcoSport possa reviver o sucesso de outrora. Um é o de sempre: tamanho do porta-malas. O bagageiro é limitado até para acomodar as malas da viagem familiar no fim de semana. O outro é intangível, mas igualmente importante atualmente: quem compra carro novo muitas vezes quer mostrar sua conquista aos amigos e vizinhos. O Ford não tem o que mostrar: mudou muito onde não se vê (mecânica e interior), e quase nada onde se vê (exterior).”

Posteriormente, a Ford foi elevando os preços do carro e remanejando as versões. A estratégia de remover o estepe da tampa na versão Titanium não surtiu muito efeito em termos de vendas. Além disso, atualmente o motor 2.0 equipa somente a versão topo de linha, Storm, com tração 4×4. Todas as demais vêm com o 1.5 aspirado de três cilindros.

Territory vem aí

A Ford deverá manter o EcoSport como está para investir no Territory, SUV desenvolvido na China, e que foi mostrado no Salão do Automóvel do ano passado. A empresa não dá muitos detalhes sobre o modelo, mas ele deverá ser lançado no Brasil no segundo semestre do ano que vem. O Territory virá inicialmente da China, para concorrer na faixa do Jeep Compass, portanto um degrau acima do EcoSport. Existe a possibilidade de que ele seja montado na Argentina.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.