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O que está acontecendo com o design dos carros?
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O que está acontecendo com o design dos carros?

Fontes de mercado dizem que falta de investimento está levando a 'estagnação' do design

Redação

31 de out, 2019 · 6 minutos de leitura.

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RENOVAÇÃO DO HB20 FOI CONSIDERADA CONTROVERSA
Crédito:HYUNDAI/DIVULGAÇÃO

Hyundai HB20 (da primeira geração), Fiat Toro e Jeep Renegade são exemplos de carros com design revolucionário, que se tornaram atípicos e facilmente reconhecíveis. Mas segundo fontes ouvidas pelo Jornal do Carro, são três exemplos de dor de cabeça na hora da renovação, como mostrou o novo HB20.

“É difícil manter o fôlego quando se cria um design tão inovador”, afirmou uma das fontes. A citação em questão leva em conta que carros com um projeto visual facilmente reconhecível e disruptivo tendem a sofrer para conseguir manter o mesmo nível nas próximas gerações.

É impossível agradar a gregos e troianos. E o Hyundai HB20 aprendeu isso na prática com a chegada da segunda geração. Com ela, ouviu desde sonoras negativas quanto ao seu design, a burburinhos de canto de boca de quem não gostou. A realidade é que as linhas da segunda geração não trouxeram um impacto esperado, como da primeira. E na verdade perderam parte do apelo moderno e único que a linguagem de ‘escultura fluída’ da Hyundai trazia.

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A nova linguagem, utilizada em todos seus carros, de ‘esportividade sensual’ não agradou. E tem recebido críticas também lá fora. Além do HB20, está nessa situação o novos Hyundai Azera, Palisade e Sonata. A tentativa de manter o “pique” de algumas marcas ainda depende de estúdios de design concentrados em alguns lugares do mundo. E as vezes não levam em conta as peculiaridades para produtos locais.

No caso do HB20, um produto criado e desenvolvido para o Brasil, a renovação foi feita à distância, já que a Hyundai não tem um estúdio de design local. E ele foi produzido sem proximidade com o mercado local e com as preferências do consumidor.

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JEEP/DIVULGAÇÃO

Falta de investimento gera design ruim

Em alguns casos, como Fiat e Volkswagen, há investimento maciço em design com grandes estúdios locais para garantir a criação ideal do produto local ou a adaptação correta de um carro global. Um exemplo é o Polo, que ganhou uma dianteira diferente para o Brasil em relação à europeia.

A Fiat desenvolveu a Toro por completo aqui e está trabalhando também no SUV que será derivado da picape, inspirado pelo conceito Fastback. Esses carros que hoje estão nas ruas surgiram de massivos investimentos quatro, cinco anos atrás.

“Se hoje estamos em uma maré estranha, é possível ver que em quatro ou cinco anos vamos entrar em uma nova fase. Os investimentos estão começando novamente, mas os produtos ainda levarão um novo ciclo para surgir”, disse a fonte.


Ela também citou como exemplo negativo o fechamento do centro de design que a GM tinha em São Caetano do Sul (SP) e que era um dos maiores da companhia.

Há itens importantes para garantir a previsibilidade de sucesso de um produto em relação ao visual. Entre eles, conhecimento do mercado onde será vendido, interação próxima com a equipe de marketing que vai entregar os dados do que o consumidor procura e inovação.


E o que será de produtos marcantes?

A fonte consultada pelo Jornal do Carro fez um exercício de futurologia a nosso pedido. Ela aposta que modelos como o Jeep Renegade vão “beber na mesma fonte” que o Land Rover Defender. O modelo vai adiante, seguir com seu próprio visual, mas com pequenas inserções de design que vão remeter ao antigo ou a elementos que são caros à marca. No caso do SUV, um exemplo são as sete barras da grade frontal.

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FIAT/DIVULGAÇÃO
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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”