Confesse: você passa o ano pensando nas férias (ou, pelo menos, no descanso) de fim de ano. Mas, antes de ir para a estrada, é preciso verificar as condições do veículo. Em nossa série de reportagens sobre viagem, hoje vamos falar sobre cuidados com o sistema de iluminação (faróis e lanternas) e os limpadores. Ontem, falamos sobre os cuidados ao transportar animais, bicicletas e pranchas.
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Primeiramente, a questão legal. É proibido circular com defeito no sistema de iluminação e sinalização. De acordo com o Detran, a multa é de R$ 130,16, e a falha é considerada infração média, com penalização de quatro pontos na CNH.
Por isso, verifique se todas as luzes estão funcionando, incluindo as de freio e piscas. Caso alguma esteja queimada, providencie a substituição. Mais de 90% dos carros utilizam lâmpadas halógenas (com filamento), do tipo H4 e H7. Elas são baratas, e a troca é simples. Mesmo uma pessoa sem experiência consegue fazer o serviço em cerca de 20 minutos.
O que pode dificultar o trabalho é o acesso ao componente defeituoso. Dependendo do veículo, é preciso deslocar todo o farol para alcançar a lâmpada. Entre os carros que oferecem dificuldade ao leigo estão os Ford Focus e Fusion, o Honda Fit e o Fiat Stilo. Nesses casos, portanto, é melhor recorrer a um auto-elétrico.
Faróis desregulados deixam motorista sujeito a multa
Após levantar o capô, é preciso localizar atrás do farol o guarda-pó, uma peça flexível que serve de proteção contra infiltração de água e poeira. A próxima etapa é retirar o conector e soltar o grampo, que trava o soquete da lâmpada.
Feito isso, o soquete pode ser retirado do interior do farol. Para soltar a lâmpada, basta girá-la no sentido anti-horário. Na troca, é importante respeitar a especificação original da montadora, que consta no manual do veículo. Caso a potência da lâmpada seja alterada, pode haver sobrecarga no circuito elétrico.
A causa mais comum de defeito do farol é o rompimento do filamento, que pode ser causado por excesso de vibração. É preciso cuidado na hora de colocar a nova peça. Isso porque o bulbo da lâmpada não deve ser tocado. O ideal é segurar o componente pela parte metálica, ou utilizar uma luva limpa. Qualquer sujeira no vidro pode reduzir sua durabilidade.
Além de manter todas as luzes funcionando, é importante verificar se os faróis estão regulados. Caso eles estejam desalinhados, o facho pode ofuscar motoristas que venham em sentido contrário, ou a função de iluminação será comprometida.
Os faróis devem iluminar o chão alguns metros à frente do veículo, numa altura que não atrapalhe quem vai à frente. O farol do lado direito tem a função adicional de iluminar também as placas de trânsito na lateral do caminho. A multa para conjunto descalibrado é de R$ 195,23, e, como a falha é considerada grave, acarreta ainda cinco pontos na CNH.
A mesma penalização é dada a quem utilizar faróis altos que perturbem os demais condutores.
Lembre-se que é obrigatório ligar os faróis nas estradas mesmo de dia. Nesse caso, a multa para quem desrespeitar a norma é de R$ 130,16, além de quatro pontos na CNH.
Nas férias de verão, atenção com os limpadores
Estamos entrando na estação das chuvas, e por isso deve-se prestar atenção especial com alguns componentes, caso de pneus e limpadores de para-brisa. Vamos abordar o tema relacionado a pneus nos próximos dias. Hoje, vamos falar dos limpadores.
Diagnosticar problemas com eles é fácil. Os sinais que indicam a necessidade de manutenção são falhas de limpeza na área varrida pelas palhetas de borracha, trepidação e ruído durante o uso.
É importante fazer uma verificação periódica, com a finalidade de detectar problemas com antecedência. Isso porque a negligência pode custar caro. Caso a borracha esteja cortada, a haste metálica pode riscar o para-brisa. Se isso ocorrer, a única solução é a substituição do vidro.
É possível estabelecer uma relação entre causa e efeito. Por exemplo: borracha quebradiça indica a ação de produtos à base de álcool ou querosene na limpeza. Lâminas deformadas revelam que o veículo ficou muito tempo sob o sol forte, sem uso. Para evitar esse tipo de defeito, a fabricante Dyna recomenda esguichar água no para-brisa e movimentar os limpadores todos os dias, para hidratar a borracha.
Lâminas rasgadas são sinal de que as palhetas estão batendo nas guarnições do vidro, resultado de braços desregulados.
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Na maioria dos casos, substituir as palhetas é uma tarefa simples e rápida. Em linhas gerais, há dois tipos de limpadores. Os convencionais, com armação de metal, equipam carros antigos ou versões mais simples. Os mais modernos têm estrutura inteira de borracha. Além de mais eficientes, eles estão livres de corrosão.
Na troca, procure componentes idênticos aos originais, para não alterar a área varrida e o peso das peças do sistema.
As palhetas são presas aos braços do limpador por uma trava. Para soltá-las, basta pressionar a trava e movimentar as peças. Após recolocá-las, o “clique” indicará que o encaixe foi feito corretamente.
Complete o reservatório de água do limpador
Antes da viagem, complete o nível do reservatório de água dos limpadores. O jato d’água é fundamental para manter os vidros limpos, principalmente no início da chuva. Isso porque as primeiras gotas se misturam à poeira acumulada no para-brisa, reduzindo a visibilidade.
Certifique-se de que os esguichos estejam direcionando os jatos de água para o centro da área a ser varrida. Alguns veículos, como o Fiat Uno de primeira geração, por exemplo, têm bicos que se desregulam facilmente, até mesmo durante a lavagem, porque ficam muito saltados no capô. A regulagem pode ser feita usando uma agulha ou alfinete.
Alguns fabricantes recomendam adicionar à água do reservatório uma solução com função detergente. O aditivo é útil para auxiliar na remoção de resíduos impregnados no vidro, como insetos, fuligem e seiva de árvores, por exemplo.