Nada de carro atravessando riachos ou explorando trilhas. Em plena era de aventureiros, a Volkswagen ressuscita a sigla GTS no Polo – famosa por evocar emoções desde os anos 80. A versão esportiva do hatch compacto está à venda por R$ 99.470, preço que chega a R$ 103.440 com a pintura metálica (R$ 1.570) e o som da Beats (R$ 2.400), que são os únicos opcionais.
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Em vez de altura para transpor obstáculos da natureza, rack no teto e outros penduricalhos, a missão do GTS é proporcionar prazer ao volante. Para isso, o hatch recebeu motor 1.4 turbo flexível de 150 cv e 25,5 mkgf de torque, a apenas 1.500 rpm. São 22 cv a mais que os 128 cv do Polo com motor 1.0 turbo de três cilindros.
Na pista do Velo Città, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo, o modelo compacto mostrou algumas de suas credenciais. A aceleração e as retomadas de velocidade são rápidas, graças à boa oferta de torque em baixa rotação. Com 1.214 kg, o hatch tem relação peso-potência de 8,1 kg/cv. A Volkswagen divulga 0 a 100 km/h em 8,4 s e velocidade máxima de 207 km/h.
No modo esporte (há quatro formas de condução, selecionáveis na tela da central multimídia), a direção fica mais firme e as trocas de marcha (para cima ou para baixo) são feitas em rotações maiores. Além disso, as respostas do acelerador também ficam mais rápidas.
Quem esperava que o motor mais forte fosse acompanhado por uma transmissão manual pode esquecer. A Volkswagen nem cogitou essa possibilidade. Também não há opção de teto solar, outro item que tem peso importante em esportivos. O câmbio automático tem seis marchas, e há borboletas para trocas manuais no volante.
Para acompanhar o novo motor, o GTS recebeu quatro discos de freio e suspensão retrabalhada. Embora a altura do solo não tenha mudado (permanece em 15,7 cm), a barra estabilizadora dianteira tem 21 mm, 1 mm a mais que as versões “civis” do hatch. O eixo traseiro também é novo. Com isso, a suspensão ficou mais firme, para diminuir a inclinação em curvas e melhorar a sensação de estabilidade. Na pista, o acerto mostrou bom resultado.
Também para combinar com o desempenho superior, o Polo GTS recebeu um sistema que eleva o som do motor quando o modo esportivo está acionado. Isso, no entanto, é feito mecanicamente, e não por meio do sistema de som do veículo.
Por dentro do Polo
A posição ao volante é muito boa, e os novos bancos apoiam bem o corpo nas curvas. Eles são revestidos com uma mistura de tecido e curvim, e têm costuras vermelhas, assim como o volante. As regulagens são manuais, e o volante é ajustável em altura e profundidade.
Os detalhes vermelhos estão ainda nas saídas de ventilação, na grade dianteira e nos faróis (de full-LEDs). O para-choque dianteiro é novo, e há acabamento preto nos retrovisores, saias laterais e defletor de ar no alto da tampa traseira. O modelo tem também a sigla GTS na frente, laterais e traseira, onde se destaca ainda a saída dupla de escape.
O Polo GTS vem com chave presencial, botão de partida e sistema start-stop de “segunda geração”. Isso significa que o motor desliga mesmo antes de o carro parar completamente. As rodas são de 17″, com pneus 205/50. O quadro de instrumentos virtual configurável é de série, assim como a central com tela de 8″. Uma das novidades dela é o monitor de desempenho, que informa pressão de turbo, força G e potência instantânea. É idêntico ao que equipa o Golf GTI.
Apesar de ser a primeira vez que ele é utilizado no Polo, na prática tem pouca utilidade, porque exige que o motorista desvie o olhar da direção (normalmente numa situação em que atenção é essencial) para verificar as informações. Navegador GPS, ar-condicionado digital (com saídas para o banco traseiro), sensores de pressão nos pneus, controles de tração e estabilidade e auxiliar de partida em rampa também estão entre os itens de série. As três primeiras revisões são gratuitas.
De acordo com a Volkswagen, a versão GTS deverá responder por cerca de 3 a 5% das vendas do modelo. O sedã Virtus GTS será lançado no mês que vem.