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Vendas de carros para locadoras cresce 3 vezes mais que nas concessionárias
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Vendas de carros para locadoras cresce 3 vezes mais que nas concessionárias

Levantamento da Anfavea mostra que foram 520 mil unidades vendidas para empresas de locação em 2019, alta de 44% em relação ao volume de 2017

Redação

07 de fev, 2020 · 5 minutos de leitura.

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Locadoras ainda buscam atualizar suas frotas
Crédito:TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

A venda de carros novos para locadoras cresceu três vezes mais do que para o consumidor pessoa física nos últimos dois anos, aponta levantamento divulgado nesta quinta-feira pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Foram 520 mil unidades vendidas para empresas de locação em 2019, alta de 44% em relação ao volume de 2017. O mercado para o consumidor comum, por sua vez, teve expansão de 14% na mesma comparação, para 1,675 milhão de unidades.

As locadoras, quando compram veículos, negociam diretamente com as montadoras, sem passar pelas concessionárias. Em razão disso e também por comprarem volumes maiores, e não apenas um carro, conseguem descontos atrativos.

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Com a crise econômica, as locadoras obtiveram descontos ainda maiores em comparação ao que estavam acostumadas porque se depararam com montadoras “desesperadas” para vender, uma vez que a demanda do consumidor comum estava em queda.

Também por causa da crise, as locadoras passaram a ter uma demanda mais significativa de motoristas de aplicativo, que, sem conseguir emprego em suas áreas, recorreram ao aluguel do carro para trabalhar em aplicativos e obter alguma renda.

Além disso, empresas que contavam com frota própria se desfizeram de seus carros para cortar custos, passando a alugar e resultando em mais demanda para as locadoras. As empresas de locação viram, então, aumentar a necessidade de renovar a frota com mais frequência.


Passaram a vender mais no mercado de usados, para se desfazer de seus ativos já depreciados. Outro fator é a isenção do ICMS para vendas após 12 meses de uso e de um maior apetite do consumidor comum para comprar carros seminovos.

Todos esses fatores combinados criaram uma conjuntura favorável para que as locadoras comprassem mais carros das montadoras. Enquanto isso, o consumidor comum, mesmo com o fim da recessão, seguiu com apetite limitado para comprar um carro novo.

Elevação para 24 meses a locadoras

O presidente Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que não faz sentido aumentar para 24 meses o tempo que as locadoras precisam esperar para revender veículos com isenção do ICMS. É isso que prevê um projeto de lei apresentado no Congresso.


Moraes ressaltou que a participação das locadoras no mercado de revenda atende a uma demanda dos consumidores. Esta disputa entre as empresas de locação e as concessionárias não pode prejudicar o cliente final.

“Não estou defendendo as locadoras. Estou sendo racional. Falam desse tema como se o cliente não existisse. Ele existe”, afirmou o executivo. “Isso tem consequências econômicas? Tem. Como resolver isso? Vai prejudicar o consumidor? Aumentar o prazo para 24 meses? Não faz sentido”, afirmou o presidente da Anfavea, em coletiva de imprensa.

Moraes ressaltou que boa parte dos clientes das locadoras quer locar carros ainda “novos”, pouco utilizados, com baixa quilometragem. O argumento é que, se a locadora deixa para revender o seu veículo apenas depois, para ter direito à isenção, o carro ficaria por mais tempo disponível para aluguel e mais desgastado para utilização.


Na visão de Moraes, as concessionárias e as montadoras precisam se adaptar a esse novo momento do setor, que, segundo ele, “veio para ficar”.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.