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Aston Martin retoma produção do DB5 ”Goldfinger’ do James Bond
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Aston Martin retoma produção do DB5 ”Goldfinger’ do James Bond

Aston Martin reedita carro de 1964 usado em 007 Contra Goldfinger em série com 25 unidades e preço de R$ 18,2 milhões

Tião Oliveira

10 de jul, 2020 · 6 minutos de leitura.

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ASTON MARTIN DB5 GOLDFINGER
Crédito:ASTON MARTIN

Além de sir Sean Connery, no papel de James Bond, 007 Contra Goldfinger, filme de 1964, contou com a atuação irrepreensível de outro inglês emblemático: o Aston Martin DB5. O carro do agente secreto se transformou em objeto de desejo de fãs de automóveis e colecionadores no mundo todo.

Mais de 50 anos após o lançamento da produção para as telonas, a fabricante britânica acaba de concluir a montagem da primeira de 25 unidades da série limitada. As réplicas do modelo tem preço sugerido de £ 2,7 milhões (uns R$ 18,2 milhões, na conversão direta).

A ideia de criar a série de réplicas, que são fiéis ao modelo original de 1964, havia sido anunciada há dois anos. A empreitada conta com a participação da Eon Productions. Ela é a produtora dos filmes da franquia, e também a batuta de Chris Corbould. Ele é especialista em efeitos especiais e ficou conhecido por seu trabalho em grandes blockbusters. Ele é responsável pelas cenas de ação de 11 filmes de James Bond desde o início dos anos 1980.

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ASTON MARTIN

Montagem artesanal

Todos os carros da série DB5 Goldfinger serão feitos de forma artesanal, utilizando as mesmas técnicas da época em que o cupê foi lançado. Segundo informações da Aston Martin, a montagem de cada unidade corresponde a 4.500 horas de trabalho. As réplicas estão sendo feitas pela divisão de veículos históricos da companhia. Ela fica localizada em Newport Pagnell, a 76 km de Londres.

Os DB5 têm chassi feito de aço e carroceria de alumínio. O motor é seis-cilindros em linha de 4 litros alimentado por três carburadores e gera 290 cv de potência. O câmbio manual tem cinco velocidades, a tração é traseira e há diferencial com deslizamento limitado e acionamento mecânico.


ASTON MARTIN

A participação da Eon e de Corbould no projeto está ligada aos “equipamentos” instalados no carro. Há sistema que libera uma cortina de fumaça na traseira, spray (simulado) de óleo na pista, placas giratórias (triplas) na frente e atrás, canos de metralhadoras (falsos) sob os faróis, escudo traseiro retrátil contra balas e painel removível do teto do lado passageiro.

Na cabine, o carro traz um monitor com mapa e rastreador por radar (falso), telefone no porta-luvas, nichos para guardar armas e painel de acionamento dos dispositivos de ataque e defesa, entre outros.


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História: DB5 original

O DB5 original teve menos de 900 unidades produzidas entre 1963 e 1965. Não há informações sobre quantos desses carros ainda estão em circulação no mundo. Isso explica, em parte, seu alto valor de mercado.

Em agosto do ano passado, um DB5 de 1965, que foi criado para promover o filme Thunderball ( 007 Contra a Chantagem Atômica, no Brasil), foi leiloado por US$ 6,4 milhões (cerca de R$ 34,5 milhões em valores atuais), nos Estados Unidos.


Para o colecionador e ex-presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigo, Roberto Suga, esse tipo iniciativa não interfere no valor dos carros originais. “Essas recriações são uma oportunidade para quem deseja comprar um carro antigo raro ou que não tenha unidades à venda no mercado.” Suga, contudo, diz que prefere os modelos originais. “Isso, é claro, considerando que dinheiro não seja um problema.”

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Reedição não é novidade

A Aston Martin não é a primeira marca a reeditar um carro clássico. Em 2016, a também britânica Jaguar fez nove unidades do XKSS, de 1957. O preço sugerido era de ¤ 1,1 milhão (pouco mais de R$ 6,7 milhões hoje).


A Mercedes-Benz também fez duas reedições do MotorWagen, modelo construído por Karl Benz em 1886 e considerado o primeiro carro do mundo. As réplicas, produzidas em 1980 e 2002, eram destinadas a colecionadores e museus.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”