Blog do Boris

Ouviu um palpite sobre seu carro? Não acredite, é mentira!

Curioso como a besteira circula com maior velocidade e eficiência que a verdade. Então, quando vem pelos apps de comunicação... leia mais

Boris Feldman

03 de nov, 2020 · 7 minutos de leitura.

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Calibragem incorreta pode exigir mais da suspensão
Crédito: JF Diorio/Estadão

Curioso como a besteira circula com maior velocidade e eficiência que a verdade. Então, quando vem pelos apps de comunicação e redes sociais…

Etiqueta no posto

A etiqueta no posto está bem explícita a informação para “ajudar” o motorista: abastecer com o etanol só é vantajoso se custar igual ou abaixo de 70% do preço da gasolina.

Besteira!  Este percentual foi estabelecido quando o carro flex foi lançado, em 2003. Ele pode chegar hoje a 75% e não é o mesmo em todos os carros. Cada motorista deve abastecer com os dois combustíveis e fazer as contas para determinar o percentual de seu carro

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Repair kit

O pneu run flat deveria ser proibido no Brasil pois não é adequado às nossas estradas. Algumas importadoras colocam um estepe no porta-malas para não deixar o motorista a pé na estrada. Outras, um kit de reparo.

Besteira!  O pneu run flat só resolve no caso de um furo na banda lateral. Um rasgo na banda de rodagem (provocado com frequência pelas nossas crateras asfálticas), nem o run flat nem o kit de reparo resolvem. Só o reboque…

Oito anos

Quando um carro deixa de ser fabricado ou importado, o argumento de venda para o freguês preocupado com a manutenção é uma suposta obrigação legal de se manter componentes de reposição no mercado durante oito anos.


Besteira! Não existe lei nenhuma, nem poderia haver: como obrigar uma concessionária ou loja de peças a manter em estoque uma peça sem demanda? O código do consumidor trata do assunto de forma hilária: “obrigatório manter peças durante um prazo ‘razoável’”. Piada, não?

Água no radiador

Água de torneira ou mineralizada para completar o nível do sistema de arrefecimento? Há quem diga que a de torneira, de jeito nenhum…

Besteira!  Não se deve usar água nenhuma, mas o líquido próprio, composto de água com etilenoglicol em proporção próxima a 50% cada.


Rodar 10km!

Ao trocar o combustível do carro flex, rodar pelo menos 10 km até estacionar à noite para a central identificar a mudança no tanque.

Besteira! Só no caso de se trocar gasolina pelo etanol e mesmo assim nos dias mais frios. Nestas condições (e só nelas) o motor poderá ter dificuldade para pegar na manhã seguinte.

Dedo no para-brisa

Numa estrada com pedrinhas no asfalto, apoie um dedo no para-brisa para evitar que ele seja trincado por uma delas arremessada pelo veículo à frente.


Besteira! A pressão do dedo encostado não é capaz de evitar a trinca no para-brisa.

Tanque na reserva

Usar o combustível na reserva, até perto do final do tanque, é um perigo pois a bomba se queima por falta de refrigeração.

Besteira!  A bomba não é refrigerada por estar envolta em combustível. Neste caso, como funcionavam as bombas externas ao tanque?


Calibragem

Pressão maior que a recomendada reduz o consumo. Menor, dá mais conforto.

Besteira! Pode até ser, mas aumenta o desgaste do pneu, reduz estabilidade e a vida útil dos componentes da suspensão.

Naftalina

Naftalina no tanque, aumenta a octanagem da gasolina e a potência.


Besteira!  Essa é velha, hem! Usava-se no passado com a nossa – então – pobre gasolina. Hoje, a presença de etanol já torna inócua a naftalina.

Gasolina formulada

Gasolina formulada não presta, melhor evitá-la.

Besteira!  Difícil entender esta “guerra” contra a gasolina formulada. Aliás, fácil, pois são as grandes do setor contra as pequenas. Entretanto, tudo depende: a formulada pode ser melhor ou pior que a refinada.


Comissão

Consultores técnicos das oficinas das concessionárias recomendam uma lista de inutilidades no momento do carro levado para a revisão.

Besteira! Não são todas as concessionárias nem todos os consultores, mas a maioria é treinada para praticar a mais refinada “empurroterapia”. Explica-se seu empenho: são comissionados em função do faturamento.

Motor turbinado

Não desligar o motor com turbo assim que estacionar, mas aguardar cerca de 30 segundos em marcha lenta.


Besteira! Recomendação válida apenas para motores orginalmente aspirados e depois turbinados em oficinas especializadas. Os atuais, turbinados de fábrica, são projetados com uma lubrificação específica para o turbo que dispensa este cuidado.

Óleo da montadora

Não há dúvida de que o óleo recomendado no manual é o melhor para o motor. Mas…

Besteira! Existem outras marcas tradicionais e reconhecidas internacionalmente que podem ser também utilizadas, desde que mantidas as mesmas características do óleo original.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.