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Fora da caixinha: relembre alguns carros que fugiram ao estilo das marcas
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Fora da caixinha: relembre alguns carros que fugiram ao estilo das marcas

Modelos que destoam do estilo de suas fabricantes podem ser um tiro no pé ou espécie de divisor de águas, como Porsche Cayenne e Lamborghini Urus

Vagner Aquino

05 de jan, 2021 · 8 minutos de leitura.

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Porsche Cayenne
Crédito:Porsche/Divulgação

Quando a Porsche anunciou a intenção de lançar o Cayenne, no começo dos anos 2000, os mais puristas torceram o nariz. Afinal, como poderia uma marca tradicional no universo dos esportivos se render ao segmento de SUVs? Ainda assim, contrariando seu próprio DNA, a marca alemã apostou no grandalhão e, ao contrário do que se pensava, alcançou outro patamar tanto em estilo quanto em vendas.

Tanto que, até hoje, o modelo – já na terceira geração – não só é um dos mais vendidos do portfólio, com abriu precedente para o lançamento do irmão menor Macan, que também virou sucesso de público e crítica.

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Houve uma época que esses modelos fora da caixinha eram ainda mais comuns. A década de 1990 abriu as portas da inovação e trouxe uma enxurrada de modelos impensáveis para determinadas marcas. Quem, por exemplo, se lembra do Fiat Coupé? Vendido no Brasil entre 1995 e 1997, o modelo não foi tão bem aceito pelo público local (em partes, pelo preço salgado), mas é bem verdade que, até hoje, gera torcicolos por onde passa.

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Fiat/Divulgação

Apresentado no Salão de Bruxelas, Bélgica, em 1993, o cupê tinha base na plataforma do hatch Tipo. Com interior assinado pelo renomado estúdio Pininfarina (e exterior sob a tutela do Centro Stile Fiat, na época chefiado por Chris Bangle), tinha estilo de sobra.

Destaque para os vincos marcantes que cortavam as laterais da carroceria. Os faróis eram carenados e as lanternas traseiras em formato de círculo (duas de cada lado). A tampa do combustível prateada, era um charme a parte, assim como as maçanetas das portas ocultas na colunas centrais.

O modelo de produção artesanal, considerado “a Ferrari da Fiat”, deixou de ser fabricado em 2000 no mercado externo.


Mais Fiat

Por falar em Fiat, a marca, tradicional pelas vendas de carros populares, como Uno/Mille e Palio, no Brasil, resolveu inovar em 2011, quando passou a importar o Freemont, do México. O veículo nada mais era que a cópia do Dodge Journey, porém, com modificações estéticas, como grade dianteira, rodas e, claro, emblemas nas extremidades dianteira e traseira.

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Fiat/Divulgação

Um dos primeiros frutos da FCA (Fiat Chrysler Automobiles), o modelo penou não só pela falta de tradição da Fiat no segmento de carros mais caros, mas também por ser o primeiro SUV da marca por aqui. Além disso, seu câmbio falho e alguns contrapontos, como suspensão ruim, fizeram com que o Freemont deixasse o Brasil no comecinho de 2017.


Apesar de já ter história com carros subcompactos a partir da década de 1950, a mesma Fiat resolveu reler o clássico 500 (chamado por aqui, inicialmente, de Cinquecento, como na Itália) nos anos 2000. Lançado em 2007, o modelo destoava totalmente da linha da montadora italiana à época.

Mas os simpáticos contornos arredondados do carrinho de estilo retrô caíram nas graças do público tanto aqui quanto lá fora. Afinal, ao menos num primeiro momento, o compacto premium era muito mais barato que modelos como Mini Cooper, por exemplo. O 500 ficou em linha até 2014 e, ainda neste ano, estará de volta. Porém, com outra proposta: propulsão elétrica. Isso, evidentemente, elevará o preço do carrinho a patamares próximos a R$ 200 mil, deduz-se.

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Aston Martin/Divulgação

Aston Martin Cygnet

Ainda falando em carro pequeno, não tem como deixar de fora o Aston Martin Cygnet. Ao contrário do estilo da marca inglesa, o irmão do Toyota iQ não tinha nada de esportivo. O estilo, então, destoou totalmente da linha da fabricante.



Mas isso tinha um motivo. Em 2011, a Aston Martin fugiu à regra com o objetivo de ganhar pontos com a sustentabilidade. Para baixar seus índices de emissões de gases nocivos, nada como acrescentar um super compacto (do naipe de smart ForTwo) ao portfólio. Afinal, o motorzinho 1.3 de 87 cv era o equilíbrio perfeito que a marca procurava.

Micos e sucessos

E quem estava acostumado com os sedãs e utilitários que a Hyundai vendia por aí, na década de 1990, se surpreendeu com o Tiburon. O cupê de visual incomum foi, inclusive, vendido no Brasil por um curto espaço de tempo. No mesmo estilo, a GM/Opel atacou de Calibra. Derivado do primeiro Vectra, o modelo hoje está na lista de clássicos. Cabe citar, também, o Tigra, que tinha base do Corsa. Ambos ficaram pouquíssimo tempo por aqui.


Sob o guarda-chuva da GM, Cadillac e Pontiac também tiveram seus momentos de infortúnio ao fugir do óbvio. Respectivamente, Cimarron e Fierro (ambos do início da década de 1980) nada tinham a ver com o DNA seguido pelas respectivas montadoras. O primeiro nada mais era que um Monza metido a luxuoso com motor V6. O outro, tinha porte pequeno e motorização irrisória na comparação com os tradicionais V8 que equipavam os carros da marca. Ambos fracassaram, claro!

Lamborghini
Lamborghini /Divulgação

Aliás, a década de 1980 foi a era do mico também para a Lamborghini. Em 1986, vinha a tona o LM002. Com linhas quadradas e formato de jipe, o modelo seria voltado ao uso militar. Mas a estratégia deu errado. Ao contrário do SUV Urus, que veio para ficar. O italiano já conquistou até as garagens de celebridades nacionais e internacionais, como os cantores Eduardo Costa, Kanye West e Jutsin Bieber. No Brasil, o jipão não sai por menos de R$ 2,5 milhões. Isso sim é sair da caixinha com atitude e estilo!


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.