Um dos principais problemas da produção de vacinas contra a Covid-19, é a falta de insumos que garantam a fabricação em massa do imunizante. Pois algo semelhante está acontecendo na indústria automotiva. A Audi está diminuindo o regime de trabalho de cerca de 10 mil funcionários até 29 de janeiro por causa da escassez global de uma peça essencial na linha de produção.
O grande problema é que os semicondutores (ou microchips), componentes essenciais para sistemas multimídia, recursos de assistência ao motorista e um série de outras aplicações, estão em falta na grande maioria das fábricas mundiais.
Devido a pandemia de Covid-19, a demanda por tais peças para computadores, celulares e videogames cresceu muito acima da sua capacidade de produção.
No último trimestre de 2020, a peça sofreu um pico de compra pela indústria automotiva. Como resultado, não há insumo o suficiente para o começo desse ano. No caso da Audi, o corte na jornada de trabalho implicará por atrasos na entrega do A4 e A5.
Em resposta ao The Financial Times, o chefe-executivo da marca, Markus Duesmann, afirmou que a produção anual não será afetada, pois esse tempo será compensado no 2º semestre. A princípio, a Audi trabalhará para continuar produzindo até 10 mil unidades por mês durante o primeiro trimestre.
Outras montadoras sofrem do mesmo problema
No América do Norte, já são cinco as montadoras que passam pela mesma falta de suprimento: Volkswagen, Ford, FIat Chrysler, Toyota e Subaru.
No caso da Ford, houve a interrupção da linha de montagem na fábrica no Ketucky. Já a FCA postergou o início da produção da fábrica de Toluca, no México, onde fabrica-se o Jeep Compass. Similarmente as suas concorrentes, a Toyota precisou reduzir a montagem do Tundra.
Desse modo, a Volkswagen admitiu que a situação prejudicará particularmente os modelos derivados da plataforma MQB. No Japão, a Honda diminuiu a linha de produção para somente 4 mil unidades neste mês, comprometendo especialmente às entregas do Fit.
Falta do componente deverá continuar
Contudo, em entrevista para o Car and Driver, o diretor da Deloitte Consulting, que trabalha no segmento de semicondutores, ressaltou que “veículos modernos têm milhares de semicondutores”. Além disso, analisa que a dificuldade para suprir uma indústria global que necessita do componente deverá continuar neste ano.