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Nova Ferrari 296 GTB tem motor de F1 de 830 cv e carrega na tomada
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Nova Ferrari 296 GTB tem motor de F1 de 830 cv e carrega na tomada

Ferrari 296 GTB com motor V6 e sistema híbrido chega aos 330 km/h. Supercupê é primeiro com emblema da Ferrari a usar motor V6

Eugênio Augusto Brito, Especial para o Jornal do Carro

25 de jun, 2021 · 6 minutos de leitura.

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Ferrari 296 GTB
Ferrari 296 GTB
Crédito:Foto: Divulgação/Ferrari

A Ferrari virou a chave da eletrificação e apresentou, em vídeo-conferência, o supercupê 296 GTB. Trata-se do segundo esportivo híbrido da história da marca italiana, mas o primeiro a ser produzido em série. Além disso, o híbrido Ferrari 296 GTB é o primeiro modelo de rua da fábrica de Maranello a usar a configuração V6.

Sim, os cupês Dino 206 GT, 246 GT e 246 GTS usaram motor V6 nos anos 1960 e 1970, mas não usavam o emblema da Ferrari. Anteriormente, a Ferrari só havia usado motor V6 em seus modelos de competição e performance, desde o F2 Dino 156 de 1957.

Pensando na era atual, o 296 GTB herda sua mecânica do conceito implantado na Fórmula 1 em 2014, e alcança, assim, os 830 cavalos.

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Ferrari 296 GTB
Foto: Divulgação/Ferrari

Ferrari de rua com toques de F1

O cupê Ferrari 296 GTB usa, portanto, o pacote da era híbrida da Fórmula 1 e associa motor V6 a gasolina com turbo centralizado entre as bancadas. Além disso, há motor-gerador elétrico baseado em energia cinética (MGU-K) e motor elétrico com baterias de alta performance (7,45 kWh).

Dessa forma, o motor 2.9 V6 central (limitado a 8.500 rpm), com turbo, gera sozinho 663 cv de potência, e um torque robusto de 75,2 mkgf. Assim, o V6 bebe gasolina “pódio” de um tanque de 65 litros e tem potência específica de 221 cv/litro, recorde para um carro de rua.


Ferrari 296 GTB
Foto: Divulgação/Ferrari

Por outro lado, o sistema elétrico traseiro é capaz de fornecer mais 167 cv, recarregando na tomada (híbrido plug-in), para empurrar o supercarro por 25 km, com máxima de 135 km/h, sem recorrer ao V6.

Tudo é gerenciado pelo câmbio automatizado de dupla embreagem de oito marchas, com diferencial eletrônico, mesma transmissão de Ferrari SF90 Stradale, Ferrari Roma, Portofino M e SF90 Spider.


As forças somadas empurram o superesportivo de zero a 100 km/h em apenas 2,9 segundos, com 0-200 km/h feito em 7,3 s. Assim, a velocidade máxima é de 330 km/h e o tempo de volta em Fiorano é de 1min21.



O significado o nome

A Ferrari escolheu o nome 296 GTB por conta da capacidade total do motor (2,9 litros), do total de cilindros (6 em V a 120 graus), com a adição das iniciais GTB (Gran Turismo Berlinetta). O 296 GTB também é o primeiro modelo híbrido da Ferrari com entre-eixos curto, garantindo um uso rotineiro mais “tranquilo”.

Assim, o supercupê tem 4,56 m de comprimento (pouco menor que um sedã médio como o Toyota Corolla), com 2,60 m de entre-eixos. Altura é de apenas 1,18 m, com peso a seco de 1.470 kg, graças aos 30 kg de redução para um motor V7, que garante a relação peso-potência de 1,77 kg/cv.


Alta tecnologia a bordo

Além da mecânica eletrificada, a Ferrari 296 GTB também ousa em termos visuais e de arranjo interno. O visual sinuoso e compacto é uma referência ao cupê de competição 250 LM, de 1963.

Da LaFerrari vem o spoiler ativo integrado ao para-choque traseiro, que permite alto nível de downforce traseiro: até 360 ​​kg a 250 km/h. E da SF90 Stradale vem a possibilidade de reduzir peso com o pacote Assetto Fiorano, que adiciona materiais ultraleves e aerodinâmica aprimorada.

Outra novidade é o controle de distribuição de tração ABS evo, que usa dados do sensor de seis vias na carroceria, bem como dos freios “by-wire” (eletrônicos), como em carros de competição atuais.


Ferrari 296 GTB
Foto: Divulgação/Ferrari

A cabine é compacta e recheada de detalhes digitais. O botão de partida, por exemplo, é sensível ao toque e capacitivo, como a tela de um celular. Já o painel de instrumentos atrás do volante tem visor digital configurável, sendo ladeado por duas telas menores de apoio. E mais acima, um Head-Up display se camufla no acabamento de couro.

A Ferrari Roma empresta a tela de alta definição do carona, que pode exibir informações como velocidade e nível de rotações do motor. Assim, a Ferrari 296 GTB será vendida como linha 2022 na Europa, mas sem valores definidos. Estimativas giram na casa dos 250 mil euros, cerca de R$ 1,5 milhão diretos. No Brasil, o superesportivo deverá chegar já nos próximos meses, com entregas possivelmente a partir de 2022.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”