Blog do Boris

Economizador de combustível: 10 trapaças para enganar motorista 

Quanto mais sobe o preço do combustível, mais o pi-ca-re-ta tenta faturar às custas dos incautos donos de carro

Boris Feldman

06 de set, 2021 · 7 minutos de leitura.

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Combustível vai ficar mais caro
Crédito: Opep/Divulgação

Subiu muito o preço da gasolina nas últimas semanas e o litro já chegou a R$ 7,00 em algumas cidades. Milhões de motoristas, preocupados com a conta do posto, fazem qualquer coisa para reduzir o consumo de combustível.

Cenário perfeito para entrarem em ação centenas de “ixxxpertos” em busca do trouxa. Aliás, dizem que “todo dia sai um de casa”, mas o ditado poderia ser atualizado para “cada dia a internet acha um trouxa em casa”.

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1. Acendedor de cigarros

O “economizador” é encaixado no acendedor de cigarro. Posicionado, acende uma luzinha que indica o funcionamento do dispositivo. Basta isso para estar em andamento a “magia” que faz o trouxa acreditar que o carro está consumindo menos…

2. OBD2

O receptor do OBD2 está sempre sob o painel, próximo à coluna de direção. Sua finalidade é passar informações da central eletrônica para o mecânico. Ou para vigaristas que vendem um dispositivo mágico que se encaixa no mesmo lugar e “altera” os parâmetros de funcionamento do motor com redução de consumo. Não lhes falta cara de pau para anunciar redução de 50%. Ou seja, mais competentes que as centenas de engenheiros que projetaram o carro…

3. Magnético

O milagre, neste caso, é envolver o tubo de alimentação de gasolina com um aparelho magnético (um imã, na verdade) que “interfere” em suas moléculas, realinhando-as e proporcionando queima mais eficiente. Tem gente que acredita…


4. Na bobina

A trapizonga eletrônica é inserida em série no cabo que liga a bobina à vela de ignição, “aumentando” a corrente para obter melhor centelha. E então, queimando com maior eficiência a mistura na câmara de combustão. Testado no passado, ele provou que atua de fato no funcionamento do motor: comprovou-se um ligeiro… Aumento do consumo.

5. Pino metálico

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A estratégia é a mesma do campo magnético na linha de combustível, mas com um pino metálico que se joga no tanque. Seu poder magnético também “prepara” a gasolina para uma queima mais poderosa… que jamais se comprovou em testes práticos. Um deles, que derrubou a charlatanice, feito por um engenheiro da equipe do AutoPapo.


6. Gerador de hidrogênio

Existem vários anunciados na internet. Já enganaram até uma tevê aberta e a “mágica” consiste num tanquinho de água (H20) de onde se extrai hidrogênio (H2) que vai ser queimado no motor. Ele pode reduzir o consumo e até fazer o carro andar com água. E faz mesmo, com um “ligeiro” senão: as contas não “fecham”, pois a energia elétrica necessária para a reação química (hidrólise) que retira o hidrogênio da água é superior à fornecida para o motor. Então, a bateria se descarrega rapidamente.

7. Vapor de gasolina

Os vapores emitidos pelo tanque de combustível são canalizados para o canister, evitando-se assim contaminar a atmosfera. Ora, ora, pensaram os “ixxxpertos”, sejamos inteligentes: vamos canalizá-los para o motor e reduzir o consumo. Ou formar uma grande bolha de vapor que pode até explodir o carro…

8. Turbo-ar

Engenhoca que se instala antes do filtro de ar que provoca um turbilhonamento e que deveria facilitar a formação da mistura ar-combustível, aumentando a eficiência da combustão. Há também quem acredite…


9. Adensamento de ar

Outra charlatanice é a engenhoca que empobrece a mistura ar-combustível e anuncia assim a redução de consumo. Entretanto, se a relação dessa mistura é maior que a estequiométrica (mais partes de ar em relação às de combustível), o consumo se reduz de fato, porém eleva-se a temperatura de combustão até danificar seriamente o motor;

10. Chip

Substituição do chip da central eletrônica é outra “pi-ca-re-ta-gem”, pois permite reajustar a calibração do motor para aumento de potência, ou torque, regime de rotações, redução de consumo, etc.

Entretanto, o ajuste original da fábrica é que resulta na maior eficiência possível do motor e qualquer alteração nunca é “ganha-ganha”: sempre que se ganha de um lado, perde-se do outro.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.