A situação hoje seria menos desesperadora que num passado não muito distante, pois a corrida tecnológica em busca de alternativas para o combustível fóssil nunca esteve tão acelerada.
Entraram em cena novos combustíveis. Os principais são o biocombustível, gás natural, hidrogênio e energia elétrica. Aliás, dois deles – eletricidade e álcool – estão voltando ao palco, pois foram usados no século 19, antes mesmo da gasolina.
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Combustão “limpa”
Alternativa para se evitar a queima do carbono presente no petróleo é substituir seus derivados pelos de origem vegetal. Utilizados em motores convencionais ou adaptados para queimá-los.
Biocombustível
O Brasil é o maior especialista do mundo para o uso do álcool em motores a combustão, no lugar da gasolina.
O diesel dos nossos motores já recebe uma mistura de biodiesel (hoje em 12%) e já se desenvolve o “Diesel Verde” (ou HVO) que pode ser usado puro no motor (100%).
Hidrogênio
Foi utilizado experimentalmente em substituição à gasolina, entre outros pela BMW (série 7 em 2005) e pela Mazda num RX-8 com motor rotativo Wankel (2004). E voltou recentemente como combustível em novos projetos:
- Akyo Toyoda, presidente da Toyota, foi piloto este ano ao volante de um Corolla com H2 (hidrogênio) no tanque. Os engenheiros da marca afirmaram ter obtido torque 15% maior que a gasolina.
- A empresa belga de tecnologia Punch desenvolve em sua filial italiana (Turim) uma picape Nissan com motor a diesel, porém preparado para queimar H2.
Híbridos, há mais de 100 anos
Tecnologia muito em evidência hoje, foi apresentada inicialmente por Ferdinand Porsche em 1900. Isso mesmo: 1900, há 121 anos! É ele mesmo, o austríaco fundador da fábrica dos famosos esportivos alemães.
O híbrido “Lohner-Porsche” tinha motor a gasolina acionando elétricos dentro das rodas. Um século depois, o projeto foi reativado e quem tomou a dianteira foi a Toyota com o Prius, que já vendeu milhões de unidades pelo mundo. Os dois motores, elétrico e combustão, tracionam o carro.
Na parede
A novidade seguinte foi o híbrido “plug-in”. Além de a bateria se recarregar nas reduções de marcha, ela se recupera também na tomada. Tem, portanto, maior capacidade e confere autonomia superior. Em geral suficiente para o carro rodar somente elétrico no dia-a-dia. Se o motor a combustão for alimentado com álcool, a solução passa a independer do petróleo.
“De Leve”
Surgiu também o híbrido “de leve”, ou “mild-hybrid”. O motor elétrico não traciona diretamente o carro, mas é recarregado nas frenagens e substitui motor de arranque e alternador. E ainda “auxilia” o motor a combustão nos momentos de maior exigência de potência.
Locomotiva
Outra ideia inteligente e que pode (no Brasil) se tornar independente do petróleo, partiu da engenharia da Nissan: um híbrido que tem um pequeno motor a combustão acoplado a um gerador elétrico.
Este aciona os motores que tracionam o carro. Sistema copiado das locomotivas: são igualmente movimentadas por motores elétricos que recebem energia de geradores acoplados a um enorme motor diesel…
Elétrica, a mais eficiente
A dificuldade desta opção vingar mais rapidamente não é do motor, mas da bateria. Desde o final do século 19, quando surgiram os primeiros automóveis elétricos, autonomia já era problema.
Ele voltou, mas a autonomia, ponto e tempo de recarga continuam problemáticos. Entretanto, tem uma notável e insuperável eficiência de cerca de 95% contra 40% do motor a combustão. E, enquanto este tem centenas de componentes, o elétrico tem uma única peça móvel e não exige manutenção.
Fuel cell
Mas o automóvel pode se movimentar eletricamente dispensando a bateria: é o sistema da célula a combustível (fuel cell) que gera sua própria energia elétrica. Uma reação química da célula (alimentada por hidrogênio) produz a energia elétrica. Tão limpo que sai apenas água pelo escapamento. E, apesar de elétrico, sem limite de autonomia.
Outro desenvolvimento para se tracionar o veículo eletricamente é a mesma célula a combustível, porém com etanol ao invés de H2 no tanque. Exige um equipamento adicional no próprio carro (ou no posto): um reformador que extrai hidrogênio do álcool.
Já está em desenvolvimento no Brasil numa parceria entre a Nissan e a USP (IPEN). Sistema que seria ideal para o Brasil, onde já existe postos de etanol em todo o país.
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