No século passado, a ideia foi lançar o carro do povo. E, assim, nasceu o Volkswagen Sedan, popularmente conhecido como Fusca – ou Beetle em alguns mercados. Agora, os tempos são outros. Com a necessidade de elaborar soluções sustentáveis – e, dessa maneira, limpar o planeta -, as fabricantes vêm investindo cada vez mais nos veículos elétricos. Mas, como torná-los acessíveis? A solução da marca alemã é o ID.Life.
Há exatamente um mês, no Salão do Automóvel alemão (IAA 2021), a Volkswagen apresentou sua nova aposta. A motorização, claro, é 100% elétrica e a promessa é lançar o ID.Life em 2025.
Além de ser um produto sustentável, a ideia é conquistar o consumidor jovem. Nesse sentido, um dos pontos cruciais é o preço acessível. Estima-se um preço de 20 mil euros (R$ 128 mil na conversão direta). Ainda é caro para a realidade brasileira, no entanto, o custo é mais baixo frente aos modelos oferecidos hoje no País.
Outro ponto de destaque no ID.Life é a tecnologia. Sistema totalmente autônomo de direção e conversão da cabine em sala de entretenimento são os destaques. Com uma grande tela no para-brisas – basicamente, um projetor que sai do teto – o modelo é capaz de exibir filmes e até possibilita jogar games, já que tem saídas de 230 Volts (16 amperes) para conexão de consoles. Para isso, contudo, precisa estar parado. Nada de ir para o trabalho jogando videogame enquanto o carro dirige sozinho…
Por enquanto, um conceito
Ainda em forma conceitual, o Volkswagen ID.Life tem vários detalhes em aberto. A começar pelo nome. Informações apontam que o carrinho poderá seguir a família ambientalmente amigável e adotar o esquema de números à nomenclatura. Pelo tamanho reduzido, poderá ficar abaixo do ID.3 e, assim, ser batizado como ID.2.
Por falar em tamanho, o ID.Life, a princípio, chega com a ideia de ser a variante elétrica do T-Cross. Mesmo com porte menor, todavia, o novo compacto é até mais alto que o SUV da Volkswagen. Acompanhe as medidas: 4,09 metros de comprimento (4,20 m no T-Cross), 1,84 m de largura (1,76 m) e 1,59 m de altura (1,57 m).
Motorização
Também não há definição sobre a mecânica pela Volkswagen. Por enquanto, o carrinho tem motor elétrico dianteiro (impulsiona as rodas da frente por meio de uma transmissão de velocidade única) de 172 kW de potência, equivalente a 234 cv. Na prática, vai de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos – quase tão rápido quanto um Golf GTI. Isso é mérito, inclusive, do torque instantâneo, de 29,5 mkgf.
De acordo com a marca, a bateria (células de íon-lítio fosfato) de 57 kWh rende autonomia de 400 km. Alojada no assoalho, exclui o túnel central. Logo, seu piso plano é uma das vantagens. E tem um compartimento na frente, pertinho das tomadas.
Na prática
Lá fora, a imprensa especializada já teve contato com o conceito. A publicação inglesa Autocar garante que a Volkswagen montou o motor elétrico no eixo dianteiro (não no traseiro, como nos demais ID) para baixar custos. Isso, no entanto, rendeu espaço extra no porta-malas. Aliás, a marca pode preparar uma versão mais básica, aposta a revista.
Para seguir a proposta exterior – e baixar custos – o ID.Life terá estilo minimalista e materiais sustentáveis, como madeira e poliéster reciclável. É tão minimalista que não tem multimídia. Em meio à tanta modernidade, o elétrico deixa de lado o espelhamento (tão comum hoje em dia) e prefere que o motorista utilize o próprio smartphone – fixado por meio de um suporte no painel. Essa solução, evidentemente, não dá certo no Brasil. Alguns modelos já adotaram o método, mas a falta de segurança do País não permite esse tipo de ideia. Câmeras substituem os retrovisores internos e externos.
Os bancos, em posição alta, como manda a cartilha dos SUVs, podem virar cama. Basta, então, rebater a fileira da frente e a de trás (ambas são inteiriças). Todas essa soluções, por fim, devem-se ao know-how da Volkswagen, que aproveitou a plataforma modular MEB dos irmãos ID.3 e ID.4, que já estão no Brasil passando por clínicas.