Você está lendo...
Toyota Yaris é rebaixado para uma estrela no teste de colisão do Latin NCAP
Notícias

Toyota Yaris é rebaixado para uma estrela no teste de colisão do Latin NCAP

Relatório do Latin NCAP aponta que Yaris oferece baixa proteção para adultos e teve abertura espontânea de porta durante o teste de colisão

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

28 de out, 2021 · 8 minutos de leitura.

Publicidade

Latin NCAP
Toyota Yaris foi rebaixado em auditoria de teste realizado em 2019, quando conquistou quatro estrelas
Crédito:Latin NCAP/Divulgação

Há pouco mais de um ano, o Hyundai HB20 teve sua nota rebaixada de quatro estrelas para uma estrela no Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe (Latin NCAP). Agora, foi a vez do Toyota Yaris (hatch e sedã) amargar o mesmo resultado. Caiu de quatro para uma estrela após teste de colisão realizado pelo órgão.

O resultado do teste mostra que, durante a bateria de impacto lateral, uma das portas foi aberta. E o sistema de uso do cinto de segurança não detectou o passageiro da frente. Nesse sentido, o Latin NCAP pede à fabricante que faça melhorias de forma urgente.

“Essa abertura da porta em um impacto lateral requer ação imediata por parte da Toyota”, recomenda o Latin NCAP. Afinal, o resultado apresenta sério risco de ejeção do passageiro no caso de um impacto lateral.

Publicidade


Em números, o Toyota Yaris atingiu 41,43% em relação a Proteção de Ocupantes Adultos; 63,85% em Proteção de Ocupantes Crianças; 61,63% em Proteção de Pedestres e Usuários Vulneráveis de Estradas. E, por fim, 41,86% em Sistemas de Assistência à Segurança.

Latin NCAP
Latin NCAP/Divulgação

Importante salientar que os modelos em questão tratam-se de unidades fabricadas na Tailândia. De lá, saem os modelos comercializados em diversos países da América Latina, incluindo o México. O modelo brasileiro, vendido localmente, é exportado apenas para Argentina e Colômbia. Em todo caso, a estrutura e oferta de equipamentos é a mesma nos respectivos países.


Equipamentos

Basicamente, o modelo oferece na lista de segurança air bag duplo e controle eletrônico de estabilidade (ESC). Não tem bolsas laterais como é oferecido no modelo asiático.

O modelo da Toyota oferece, como equipamentos opcionais em alguns países da América Latina, air bags laterais. Isso, no entanto, contribuiria para melhor desempenho. A marca japonesa, todavia, se recusou a avaliar o item opcional. A ideia seria mostrar seu desempenho. Isso, por fim, levanta dúvidas sobre eficácia do componente por parte do Latin NCAP.



Posição da Toyota

Questionada sobre o resultado decepcionante atingido pelo Yaris durante a auditoria do Latin NCAP, a Toyota enviou nota ao Jornal do Carro. O texto diz que a segurança é sempre prioridade para a marca, e que continuará a trabalhar com firmeza para aumentar ainda mais o nível do modelo. “Entendemos os novos critérios de avaliação do Latin NCAP e valorizamos sua contribuição para a indústria da região, o que nos ajuda a melhorar o desempenho de segurança de nossos veículos.”


Toyota Vios
Toyota/Divulgação

A esperança, afinal, é de que tanto o hatch quanto o sedã recebam correções de chassi ou equipamentos para contornar o problema. Afinal, a reestilização da dupla está no forno. Entretanto, com estreia postergada para 2022 por causa de paralisações da fábrica de Sorocaba (SP), o facelift (já apresentado na Tailândia) deve focar apenas em redesenhos estéticos e nova central multimídia. Quem sabe esse reforço fique para a nova geração. Será apresentada do outro lado do mundo em agosto.

Duster zerou em teste de segurança

Ainda pior que o resultado do Toyota Yaris, o Renault Duster tirou nota zero no teste de segurança do Latin NCAP realizado em agosto, último. Mesmo equipado com controle de estabilidade, o SUV reprovou quando submetido a impacto lateral por não possuir air bags laterais e do tipo cortina.


De acordo com o Latin NCAP, o SUV feito em São José dos Pinhais (PR) obteve como resultados: 29,47% na proteção de adultos; 22,93% na de crianças, e, em síntese, 50,79% na proteção de pedestres. Além disso, ficou com uma avaliação ruim de 34,88% para os sistemas de assistência de segurança – são poucos no modelo.

Latin NCAP
Latin NCAP/Divulgação

Com base no resultado, o Latin NCAP sugeriu que a Renault fizesse um recall do Duster. Afinal, no testes de impacto frontal houve perda de combustível, o que pode causar explosões e acarretar em vítimas fatais.


Condumidor deve ficar de olho

Enquanto outros países já exigem equipamentos como controle de estabilidade, no Brasil, apenas freios ABS e air bags dianteiros são obrigatórios. Porém, para acelerar a oferta de itens de segurança nos carros vendidos localmente, é preciso que o consumidor pressione. De acordo com o próprio Latin NCAP, é necessário valorizar os equipamentos de segurança na hora de comprar um carro novo.

“A segurança básica dos veículos, considerada um dado adquirido em mercados maduros, é um direito que os consumidores latino-americanos devem exigir sem ter que pagar mais por isso”, enfatiza Alejandro Furas, secretário geral do Latin NCAP.


Portanto, a lição de casa é, antes de fechar negócio, levar em consideração o bom desempenho do veículo nos testes do Latin NCAP. Trata-se, afinal, de um simples ato que pode poupar a vida.

O Jornal do Carro está no Youtube

Inscreva-se
Hyundai Creta New Generation Limited Safety
Oferta exclusiva

Hyundai Creta New Generation Limited Safety

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”