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Foxconn, fornecedora da Apple, mostra primeiros veículos elétricos
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Foxconn, fornecedora da Apple, mostra primeiros veículos elétricos

Controlada pela 'big tech' Hon Hai, Foxconn pretende lançar sedã, SUV e ônibus 100% elétricos e autônomos em 2023, para encarar a Tesla

Redação, Com Renan Monteiro, especial para o Jornal do Carro

31 de out, 2021 · 5 minutos de leitura.

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Foxconn veículos elétricos
Veículos elétricos e 100% autônomos da Foxconn serão feitos em parceria com a fabricante local, Yulon Motor
Crédito:Foxconn/Divulgação

A Foxconn, maior e mais antiga fornecedora da Apple, deu um grande passo na corrida pelos veículos elétricos que dirigem sozinhos. Em evento recente em Taipé, capital de Taiwan, a empresa que produz componentes e monta iPhones, iPads e Macbooks apresentou três modelos elétricos com propostas diferentes: um SUV, um sedã e um ônibus.

Os veículos elétricos promovem a estreia da marca Foxtron, uma joint-venture entre a Foxconn e a montadora local, Yulon Motor. A fabricante de carros é uma das maiores do país asiático e é conhecida pela construção modelos da japonesa Nissan.

Foxconn veículos elétricos
Foxconn/Divulgação

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Elétricos e autônomos

O sedã Model E, por exemplo, tem 750 cv de potência, e, segundo informações da Foxconn, vai de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos. Além disso, pode rodar até 750 km com uma carga completa de bateria. Já o SUV Model C tem 4,64 metros de comprimento e um entre-eixos generoso de 2,86 m. O modelo faz zero a 100 km/h em 3,8 s e tem autonomia para 700 km.

Um detalhe interessante é que os modelos elétricos da gigante taiwanesa de eletrônicos foram desenhados, então, pelo famoso estúdio Pininfarina. Com os modelos, a Foxconn planeja concorrer diretamente com a Tesla.

O plano da Foxconn é começar a vender o SUV Model C a partir de 2023 em Taiwan, com preço em torno de US$ 357 mil (o equivalente a R$ 1,9 milhão na conversão direta e sem taxas). Já o ônibus elétrico Model T pode começar a operar no país já em 2022, mas para isso precisa receber autorização do Ministério dos Transportes local.


Foxconn veículos elétricos
Foxconn/Divulgação

Maior fábrica de eletrônicos do mundo

A Foxconn tem um papel fundamental na montagem de Iphones e outros aparelhos eletrônicos da Apple e das grandes marcas internacionais. A gigante taiwanesa, que pertence à “big tech” Hon Hai, é, atualmente, a maior produtora de eletrônicos do mundo.

A nova aposta de inovação da fabricante, portanto, está na construção e no design de veículos elétricos e totalmente autônomos. Só em 2020, a Foxconn investiu US$ 355 milhões (cerca de R$ 1,9 bilhão) no desenvolvimento de carros elétricos. Entretanto, a expectativa é de que mais investimento ocorram nos próximos anos.




Outras parcerias em andamento

No início deste ano, na China, a Foxconn fechou parceria com a montadora Byton e a Zona de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Nanjing para produção de SUVs elétricos. Previstos para 2022, os veículos também fazem parte da ofensiva da empresa no segmento de carros elétricos. De acordo com a Bloomberg, o negócio atinge US$ 200 milhões (R$ 1,06 bi).

Primeiro SUV elétrico fruto da parceria, o M-Byte está próximo de estrear no mercado chinês. Entretanto, neste caso, a Foxconn fornece tecnologias e eletrônica. Ou seja, a Foxconn não desenvolveu o veículo, como os modelos recém-apresentados neste mês em Taiwan.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”