Você está lendo...
Stellantis e Foxconn, fornecedora da Apple, farão tecnologias para carros elétricos e conectados
Mercado

Stellantis e Foxconn, fornecedora da Apple, farão tecnologias para carros elétricos e conectados

Batizada de Mobile Drive, joint-venture da Stellantis e com a Foxconn fará softwares, hardwares, multimídias e sistemas conectados

Emily Nery, para o Jornal do Carro

21 de mai, 2021 · 6 minutos de leitura.

Publicidade

Stellantis e Foxconn se unem para fabricar plataformas de conectividade
Stellantis e Foxconn se unem para fabricar plataformas de conectividade
Crédito:Divulgação/Foxconn

Já faz algum tempo que as empresas de tecnologia estão migrando para o setor automotivo. São exemplos a Baidu e a Xiaomi. Nesse grupo soma-se a Foxconn, fornecedora da Apple. A empresa recentemente anunciou uma parceria com a Stellantis para fornecer sistemas para os futuros carros elétricos e conectados das marcas do grupo.

A Foxconn não é nova no negócio. Conforme antecipamos aqui, a empresa de Taiwan já havia feito parceria com a montadora chinesa Byton. As duas vão desenvolver veículos elétricos em conjunto.

Anteriormente, a Hon Hai, controladora da Foxconn, anunciou a formação de uma joint-venture com antiga FCA, também para criar carros elétricos na China. O andamento da parceria precisou esperar a fusão da Fiat-Chrysler com a PSA Peugeot Citroën, que, assim, constituiu a Stellantis.

Publicidade


Adventure Intelligence Jeep Renegade
Assim como a Jeep, a Fiat lançou recentemente uma nova plataforma de conectividade chamada de Fiat Connect Me Divulgação/Jeep

Na última terça-feira (18), as duas companhias assinaram um memorando de entendimento não vinculativo. E anunciaram o nascimento da Mobile Drive. Essa joint-venture terá sede na Holanda, tal como a Stellantis. Porém, com foco na reintrodução do grupo automobilístico na China, já que, de acordo com a agência Reuters, menos de 3% da receita da Stellantis vem atualmente do mercado asiático.

A especialidade da nova joint-venture, portanto, será o desenvolvimento de infotainment, bem como plataformas de conectividade e serviços em nuvem. Ou seja, a Foxconn fornecerá sistemas de software e hardware para a Stellantis. E quem sabe até para outras montadoras.


Até o momento, não se sabe a quantia envolvida no negócio. De qualquer forma, a notícia animou o mercado financeiro: as ações da Stellantis na bolsa de Milão subiram 1,5%.

Outras parcerias da Foxconn

A startup de mobilidade norte-americana Fisker também anunciou planos para construir carros elétricos com a Hon Hai. Conjuntamente, as empresas deverão começar a fabricar o SUV Ocean, primeiro modelo da Fisker, a partir de 2022. A ideia é que o modelo custe menos de US$ 30 mil (R$ 158,4 mil). E tenha descontos de incentivos governamentais para, assim, estimular as vendas.


ocean
Fisker Ocean é o primeiro carro da startup californianaFisker/Divulgação

A Hon Hai também afirmou que pretende apresentar até 2024 uma bateria de estado sólido. A tecnologia promete oferecer maior autonomia, eficiência e rapidez de recarga. Da mesma maneira, a Apple também trabalha para desenvolver uma bateria com tecnologia semelhante.

Os planos são ambiciosos. A companhia taiwanesa pretende fornecer componentes para cerca de 10% de todos os modelos elétricos do mundo entre 2025 e 2027. Mas o crescimento recorde das vendas de elétricos mostra que a Hon Hai está certa em apostar neste segmento.


Brasil no mapa dos elétricos?

O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, recentemente foi enfático sobre o futuro da eletrificação no Brasil. O executivo ponderou que a planejamento das empresas só terá sucesso se, assim, for de interesse do governo.

De acordo com Tavares, um dos maiores impasses para produzir carros elétricos na América Latina é a baixa demanda por esse modelos. Como sabemos, híbridos e elétricos são mais caros. E a população da região não tem poder de compra para, assim, absorver altos volumes.

Para o CEO da Stellantis, por enquanto, é melhor focar na alta produção de veículos rentáveis. É o que ocorre com outras fabricantes, como a Ford, que deixou de fabricar no país, e a Renault, que vai mudar de estratégia.




Deixe sua opinião