Poucos meses depois de ser revelado, no fim de 2021, o novo Range Rover já está a caminho do Brasil. O Jornal do Carro foi até a Califórnia, nos Estados Unidos, conferir de perto a quinta geração do SUV de topo de linha da Land Rover, que mantém o tradicional motor V8, mas promete acelerar a eletrificação da marca britânica. Para isso, tem versões híbridas, incluindo uma inédita opção Plug-In com mais 100 km de alcance em modo elétrico.
Por ora, a filial brasileira da Land Rover está definindo as configurações e preços para o Brasil. Porém, é certo que o SUV manterá o posicionamento, com foco no extremo luxo a bordo. Há, por exemplo, ajustes elétricos para os assentos traseiros e sistema de redução ativa de ruídos nos apoios de cabeça. Assim, a cabine fica completamente silenciosa. O primeiro lote virá na versão First Edition. Portanto, terá ainda mais equipamentos.
A bordo, para além da riqueza de materiais, com muitas peças em madeira de lei e metal, há muita tecnologia. Segundo os executivos da marca inglesa, são cerca de 7.000 chips no novo Range Rover que operam inúmeros recursos. No painel, há uma enorme tela multimídia de 13,1 polegadas que reúne todos os comandos. Ela é conectada e permite ajustar desde coisas básicas, como o ar-condicionado e o som, até a altura da suspensão, que pode ser elevada em dois níveis para o off-road, ou mesmo rebaixada para facilitar o embarque dos passageiros.
Primeira classe
Neste primeiro contato, pudemos experimentar quase toda a gama de versões disponíveis do novo Range Rover, exceto o Plug-In Hybrid. O SUV tem, por exemplo, uma nova opção tipo limusine, com entre-eixos alongado e quatro assentos. Nela, os bancos reclinam e trazem apoios extras para as pernas, tal como na classe executiva dos aviões. A percepção de luxo é absoluta, com monitores individuais e headphones sem fio, bem como porta-copos e até uma mesa retrátil e modular, com base feita em impressora 3D.
A cabine traz uma dezena de alto-falantes premium da marca Meridian, que tornam os passeios no SUV ainda mais imersivos, como se não houvesse um mundo lá fora. Há diversas entradas USB-C, assim como carregadores por indução muito potentes para smartphones, que enchem as baterias sem superaquecer os aparelhos. Praticamente tudo que se poderia imaginar está presente neste novo Range Rover. Há uma vasta seleção de programas de massagem, função aquecimento e múltiplos ajustes.
Outro ponto alto é a modernidade, sobretudo ao volante. A Land Rover enfatiza o conceito de ”luxo moderno”, e esta quinta geração do Range Rover apresenta várias inovações para os modelos da marca. Há poucos botões no painel e basicamente tudo é controlado pela grande tela central e pelos comandos no volante. Há (novamente) uma dezena de câmeras de altíssima resolução, que auxiliam em todos os momentos – seja durante uma simples manobra de estacionamento, seja no off-road.
A vida a bordo
Neste primeiro contato com o SUV de luxo, tivemos a sorte de acelerar longas distâncias. Isso nos deu a chance de testar não só o desempenho dos motores e versões, mas também o nível de conforto a bordo. E o modelo realmente impressiona e vem forte para a disputa com rivais de peso, como Audi Q8, BMW X7, Mercedes-Benz GLS e Porsche Cayenne. São três metros de entre-eixos e há espaço para esticar as pernas e relaxar, literalmente. Entretanto, desta vez, a Land Rover quer subir um pouco a régua em vários aspectos. E deu para sentir isso a bordo do novo Range Rover.
A quantidade de materiais mais ricos se combina a um nível tecnológico jamais visto em um modelo da marca. Tudo ficou mais fácil a bordo, seja para o motorista e o passageiro da frente, seja para os que vão atrás. O utilitário tem sua própria rede de Wi-Fi, porém, não se sabe ainda como isso vai funcionar no Brasil e que operadora de telefonia vai fornecer o serviço. Diferente de modelos de outras marcas, a tela têm orientação vertical e GPS nativo conectado. Mas não é só. Os mapas também são exibidos na tela atrás do volante e mesmo no Head-Up display, de forma bastante simples e intuitiva. Há conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, mas o sistema da Land Rover é tão interessante que dispensa outras plataformas.
Às mãos
No console entre os bancos, novamente são poucos comandos. Basicamente tem-se o botão de partida do motor e o seletor do programa de tração, que pode ficar recolhido em modo automático. A alavanca do câmbio é eletrônica, do tipo Joystick, que dispensa cabos. Nas versões da linha SV, sigla de Special Vehicles, há opção de molduras de porcelana nos botões e no pomo, além de matérias exclusivos. Inclusive, o novo Range Rover terá um nível de personalização digno de SUVs de super luxo, como o Aston Martin DBX. Na versão V8, por exemplo, há um mini frigobar debaixo do apoio de braços na frente capaz de realmente gelar as bebidas e com capacidade para três ou quatro garrafinhas.
Ao volante do novo Range Rover
Para o motorista, a nova geração do SUV mais caro da Land Rover vai surpreender em vários aspectos. Dinamicamente, o modelo é muito estável e faz curva como carros compactos, pois as rodas do eixo traseiro também esterçam. Isso lhe dá um diâmetro de giro pequeno para os seus mais de cinco metros de comprimento. Da mesma forma, fica fácil manobrar, sobretudo com a ajuda das muitas câmeras e da visão 360⁰, com o avatar do SUV na tela central. Durante o test drive, pudemos experimentar a capacidade off-road e, tal como esperado, o novo Range Rover mantém a tradição da marca, mesmo que seus donos não queiram levá-lo a lugares tão selvagens.
Há todos os recursos já conhecidos. Talvez a grande mudança esteja nessas novas tecnologias, como a do ”capô transparente”, que mostra a visão frontal totalmente limpa e permite ver os obstáculos em detalhes. Dessa forma, mesmo quem nunca encarou uma trilha será capaz de transpor obstáculos com facilidade e sem grandes problemas. Já sobre o asfalto, o equilíbrio dinâmico se sobrepõe, sem oscilações e inclinação em curvas. O conjunto de suspensão pneumática privilegia o conforto 100% do tempo, mesmo na versão V8. Porém, há um modo Sport no câmbio para uma tocada mais forte, bem como enormes borboletas no volante para trocar manuais de marcha.
Performance
Falando nos motores, experimentamos as opções a diesel e gasolina. Todos os diesel são híbridos leves, e o Brasil terá ter a opção D350 MHEV (Mild Hybrid). Esta traz um motor 3.0 turbodiesel de seis cilindros em linha e capaz de gerar 350 cv de potência e 71,4 mkgf de torque máximo. Ele trabalha combinado a uma bateria/gerador que ajuda a reduzir o consumo. O câmbio é automático de oito marchas. Nesta versão, o desempenho já é robusto e suficiente, com excelente resposta nas acelerações.
Mas, quem quiser pisar fundo e arrancar mais forte terá de escolher a versão First Edition P530 com motor 4.4 V8 biturbo a gasolina. Ele gera 530 cv e 76,5 mkgf de torque máximo, combinado ao mesmo câmbio automático de oito marchas. A tração, claro, é sempre 4×4 e a aceleração de zero a 100 km/h aqui leva só 4,6 segundos. Está versão deve ficar na faixa de R$ 1 milhão no Brasil.
Vai eletrificar a Land Rover
O Brasil também receberá a inédita versão 510PS Plug-In Hybrid com autonomia para até 113 km em modo 100% elétrico. Esta usa o motor 3.0 a gasolina com 6 cilindros em linha combinado a um motor elétrico de 105 kW de potência. A bateria é robusta e tem 38,2 kWh de capacidade. Em estações de carga rápida, com potência 50 kW de potência, recarregar até 80% das baterias leva menos de 1h. Nos carregadores de parede, a carga completa requer cerca de 5h. Por ora, não se sabe se virá junto com as outras opções. O mais provável é que o seu lançamento fique para 2023. E no ano seguinte (2024), a marca finalmente lançará o Range Rover 100% elétrico, que dará início à próxima fase.