Desde o início de 2021, quando começou a faltar chip para os carros novos no mundo inteiro, o ranking das marcas tem apresentado surpresas. Quem diria que a Volkswagen um dia cairia para a 6ª colocação no mercado brasileiro? A marca alemã historicamente briga pela liderança, mas, em 2022, está em apuros com a escassez de semicondutores e outros componentes, com paralisações constantes nas fábricas. Mas a Jeep não tem nada com isso, e fechou abril na frente da VW.
Essa situação que atormenta a fabricante também tirou da General Motors a liderança do mercado. Por seis meses do ano passado, a empresa deixou de produzir a linha Chevrolet Onix (hatch e sedã) por falta de chips. Resultado: a Fiat aproveitou as complicações da rival e tomou a liderança com a nova geração da Strada. A picape, inclusive, continua líder geral de vendas em 2022. E a marca italiana já começa a abrir vantagem e se isolar no topo.
Algumas marcas sofrem menos
Para se ter uma ideia, a Fiat fechou o mês de abril com cinco modelos no ranking dos 10 carros mais vendidos, tendo a picape Strada, portanto, como principal trunfo. No acumulado, a marca já soma 113.440 emplacamentos, com uma participação robusta de 22,12% do mercado. Com esses números, tem larga vantagem sobre a GM (14%), que está em 2º lugar no ranking com cerca de 40 mil carros a menos no acumulado de janeiro a abril.
Em 3º lugar, temos a Toyota, com 11,1% de participação. A japonesa vem se desenvolvendo bem nos últimos meses com a dupla Corolla sedã e Cross. No entanto, também surpreendeu com as boas vendas da picape Hilux em abril, com mais de 4 mil unidades entregues. Em seguida, vem a Hyundai em 4° lugar (10,7%), com o HB20 na liderança dos carros de passeio. O hatch e o sedã HB20S, além do SUV Creta, todos feitos em Piracicaba (SP), garantiram bons números.
Declínio da VW
Sempre brigando pela liderança, a Volkswagen foi completamente abatida pela falta de componentes e pelas novas leis de emissões do Proconve L7, que afetaram seus modelos mais antigos, como o Gol. Dessa forma, ficou difícil de brigar com a Toyota e com a Hyundai, e acabou se estabelecendo em 5° lugar no acumulado geral, com 9,2% de participação.
Em abril, a montadora alemã teve um desempenho ainda pior. Ficou em 6ª colocada no ranking das marcas, algo antes inimaginável para a VW. Sem considerar o período de maior impacto da pandemia, esse é um dos piores resultados da marca em sua história no País. Com dificuldades na produção, a empresa concentra seus esforços nos SUVs Nivus e T-Cross.
Em janeiro deste ano, a Volkswagen estava no “top 3” das montadoras, com 13.802 vendas. Mas, desde então, passou por altos e baixos e fechou o último mês com apenas 9.501 unidades emplacadas. Esses números reforçam a situação complicada.
Ford não se recupera
Quem também enfrenta problemas nesse sentido é a Ford. Contudo, apesar da crise de abastecimento, um dos principais motivos nesse caso é o fechamento das fábricas no País. No passado, a marca do oval azul fazia parte do clube das “quatro grandes”, com altos números de vendas por mês. Hoje, encontra-se em 14° lugar no acumulado, atrás da Mitsubishi Motors.
Mesmo após apostar em lançamentos como a picape Maverick e a nova geração da Ranger, já confirmada para 2023 e aguardada por aqui, será muito difícil se recuperar. Isso porque faz mais de um ano que a Ford nem entra no “top 10” do ranking.
Ascensão da Stellantis
Em contrapartida, quem está festejando é a Stellantis. Além do sucesso da Fiat – que mantém Mobi e Toro como mais vendidos – há a Jeep, que fechou abril à frente da VW, com uma diferença de pouco mais de mil unidades. A marca de SUVs, que acabou de lançar seu primeiro híbrido no Brasil, tem como principais peças a dupla Compass e Renegade. No acumulado geral, a Jeep ainda está atrás da VW. No entanto, esse cenário pode mudar com a nova linha 2023 do Renegade, que tenta recuperar o fôlego de 2021, quando foi líder dos SUVs.
Outra que também faz parte da Stellantis e vem crescendo é a Peugeot, que entrou no “top 10” do ranking das marcas em janeiro. Na época, a francesa conseguiu superar a Nissan. Apesar de ter recuado uma posição (11°), mantém-se em alta sobretudo porque tem carros a pronta-entrega, o que se tornou um detalhe decisivo na hora de fechar negócio.
Além disso, é importante mencionar a Citroën, que faz parte da PSA e da Stellantis. Mesmo estando em 12° lugar no acumulado, a francesa aguarda ansiosa pela estreia da nova geração do C3, já em produção na fábrica de Porto Real (RJ). Com expectativa de preços acessíveis, o compacto virá com estilo de SUV e promete disputar posições no topo do ranking.
Ranking promete muitas variações
Outras marcas também se destacam em 2022. Esse é o caso da Renault, que se mantém na mesma posição desde o final de 2021, em 7° lugar no acumulado. Recentemente, a francesa lançou a nova picape Oroch, que promete ser uma “pedra no caminho” da Toro. Além dela, também lançou o novo Duster e o Kwid reestilizado, que continua a ser o carro mais barato à venda no País. No entanto, os emplacamentos do hatch ainda não despontaram.
Já a Honda é outra montadora que permaneceu entre os 10 primeiros, mesmo sem seus medalhões Civic, Fit e HR-V. E ainda sem entregar números expressivos dos City hatch e sedã. Mas a japonesa se mantém firme na oitava posição e promete subir nos próximos meses com os lançamentos das novas gerações do HR-V e do Civic (que virá importado e híbrido). Em abril, a marca, então, confirmou mais três lançamentos para os próximos anos no Brasil.
Ranking: a disputa das marcas de carros em abril
- 1º) Fiat – 34.369 (25,21%)
- 2º) General Motors – 21.231 (15,57%)
- 3º) Toyota – 16.314 (11,97%)
- 4º) Hyundai – 14.098 (10,34%)
- 5º) Jeep – 10.830 (7,94%)
- 6º) Volkswagen – 9.501 (6,97%)
- 7º) Renault – 8.168 (5,99%)
- 8º) Honda – 4.176 (3,06%)
- 9º) Nissan – 3.404 (2,50%)
- 10º) Caoa Chery – 3.259 (2,39%)
- 11º) Peugeot – 2.370 (1,74%)
- 12º) Mitsubishi – 1.656 (1,21%)
- 13º) Ford – 1.622 (1,19%)
- 14º) BMW – 1.108 (0,81%)
- 15º) Citroën – 819 (0,60%)