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Multa por molhar pedestre passa de R$ 100; veja outras, pontos e valores
Legislação

Multa por molhar pedestre passa de R$ 100; veja outras, pontos e valores

Fumar e comer ao volante e parar longe da guia são infrações que nem todo motorista conhece, mas que geram multa e pontos na CNH

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

06 de jan, 2023 · 8 minutos de leitura.

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Fumar ao volante também rende multa
Crédito:Helvio Romero/Estadão

Todo motorista sabe que usar o celular ao volante ou andar sem cinto de segurança gera multa. Porém, nem todos têm ideia de que molhar pedestres na calçada e fumar enquanto dirige são atos considerados como infrações de trânsito. Além do custo financeiro, essas e outras atitudes geram pontos na Carteira de Habilitação (CNH). Confira outras infrações pouco conhecidas previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Com as chuvas de verão, é comum que irregularidades e buracos na pista acumulem água. Porém, se o carro passar por poças e molhar pedestres, o motorista está sujeito a penalidades. Considerada como falta de grau médio, essa infração pode gerar multa de R$ 130,16 e 4 pontos na CNH. É isso que está previsto no artigo 171 do CTB.

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Após chuva, formação de poças d’água é comum; Foto> Gabriela Biló/Estadão

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Mas não é só isso. Se o limpador de para-brisa estiver quebrado ou o motorista não ligá-lo sob chuva, também pode receber multa. Isso porque o equipamento é considerado como de segurança. Afinal, garante melhor visibilidade da via e do entorno. Quem infringir essa regra comete infração grave. Ou seja, com multa de R$ 195,23 e 5 pontos na CNH, conforme artigo 230 do CTB.

Fumar ao volante dá multa

O cigarro não é exatamente um vilão no trânsito. Porém, o motorista que fuma enquanto dirige também comete infração. Isso porque o motorista deve estar sempre com as duas mãos no volante. A exceção e para mudar de marcha, no caso de carros com câmbio manual. Trata-se de uma infração é média, que gera 4 pontos e multa de R$ 130,16. Vale lembrar que isso inclui comer, se maquiar, mexer em bolsas, etc. Segundo o artigo 252 do CTB.

Utilizar o celular enquanto dirige é considerado uma infração gravíssima passível de multa
Motorista que usar o telefone ao volante comete infração gravíssima; Foto: Alexandre Boucher/Unsplash



Da mesma forma, jogar a bituca, ou guimba, na via também é infração de trânsito de nível médio. De acordo com o artigo 172 do CTB, não é permitido “atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias”. Como resultado, o infrator fica sujeito a 4 pontos na CNH e multa no valor de R$ 130,16.

Embora o uso do celular também implique tirar as mãos do volante, a penalidade é ainda mais pesada. O motorista que for flagrado manuseando ou segurando o telefone comete infração gravíssima. Portanto, o valor da multa sobe para R$ 293,47 e o infrator recebe 7 pontos no prontuário.

Nada de banguela

Atualmente, andar “na banguela” é bem incomum. A prática de deixar o câmbio na posição “neutro”, ou “ponto morto” em descidas visa reduzir o consumo de combustível. Porém, segundo o artigo 231 do CTB, não pode. A infração, de nível médio, gera 4 pontos na carteira e multa de R$ 130,16. Além disso, há risco de retenção do veículo.


Cabe ressaltar que, nos carros feitos há menos de 30 anos, andar “na banguela” não gera economia de combustível. O efeito é exatamente o contrário. Isso porque esses modelos têm injeção eletrônica, e não carburador. Assim, quando o câmbio estiver engrenado e o motorista deixar de pisar no acelerador, o sistema corta o envio de combustível.

Além disso, em descidas de serras, por exemplo, a prática exige maior esforço dos freios. Como resultado, discos e lonas podem superaquecer, comprometendo a capacidade de frenagem. Ou seja, há grande risco de acidentes graves.

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Amanda Perobelli/Estadão

Quem tem dificuldade de fazer baliza também deve ficar atento. Afinal, estacionar na rua longe do meio-fio é infração de trânsito. Segundo o artigo 181 do CTB, quem faz isso obstrui a via. Assim, se o motorista parar a mais de 50 cm e menos de 1 metro de distância da calçada comete falta leve. A penalidade é de 5 pontos na CNH e multa de R$ 88,38.

Porém, se o motorista estacionar a mais de 1 metro de distância da guia, a infração é grave. Nesse caso, são 5 pontos na CNH mais multa no valor de R$ 195,23.

Nova pontuação

Vale lembrar que, em 2021, a lei n° 14.071/20 estabeleceu novas regras no Código de Trânsito Brasileiro. Agora, o limite é de 40 pontos. No entanto, esse teto não é fixo. De acordo com a regulamentação, tudo depende de quantas infrações gravíssimas foram cometidas nos últimos 12 meses.


Assim, para o condutor que não cometeu nenhuma infração gravíssima, o limite é de 40 pontos. Para os que cometeram uma infração do tipo no período, o teto é de 30 pontos. Por fim, para quem teve duas ou mais multas gravíssimas nos últimos 12 meses, o limite é de 20 pontos.

O sistema de pontuação funciona conforme a gravidade da infração. Assim, as leves geram 3 pontos, as médias dão 4 pontos, as graves, 5 pontos e as gravíssimas, 7 pontos. Os valores são de, respectivamente, R$ 88,38; R$ 130,16; R$ 195,23 e R$ 293,47.

Entretanto, também há infrações gravíssimas cujos valores podem ser multiplicados em até 60 vezes. Assim, dos R$293,47 iniciais, o motorista pode ter de pagar R$17.608,20


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.