O lote inicial do SUV híbrido Haval H6 GT acaba de chegar ao Brasil e está em pré-venda. Mas a GWM ainda é uma marca desconhecida dos brasileiros. Por isso, o Jornal do Carro traz um pouco da história da montadora, que é considerada a maior fabricante de capital privado da China. Para começar, a sigla vem do nome Great Wall Motors. O batismo, como se vê, teve inspiração na Grande Muralha da China, um dos maiores símbolos do país asiático.
A história da GWM
Fundada em 1984, a Great Wall Motors é uma montadora jovem. Sua especialidade são SUVs e picapes, alguns deles muito populares na China. Atualmente, a GWM reúne quatro marcas: Great Wall, Haval, WEY e ORA.
A expansão da empresa ganhou velocidade sobretudo na última década. Em agosto de 2011, o Haval H6 – primeiro modelo da marca de SUVs – estreou no mercado chinês. Já em 2016, a GWM incorporou a WEY, divisão de utilitários de luxo. Em seguida, no ano de 2018, a montadora criou a submarca ORA, exclusiva de carros elétricos.
GWM já tem fábrica no Brasil
Se hoje a GWM já expandiu fronteiras e chegou ao Brasil, tentando conquistar clientes não só de outras chinesas, como Chery e BYD, mas até de fabricantes tradicionais como Toyota e Volkswagen, cabe lembrar que as coisas nem sempre foram assim. O flerte por aqui já se arrasta há cerca de uma década.
É tanto que, em 2011, a empresa já demonstrava interesse em vender seus carros por aqui. Entretanto, o negócio só engrenou, de fato, nos últimos três anos, quando os executivos da GWM procuraram autoridades brasileiras para sinalizar interesse em fabricar veículos na região Sudeste do Brasil. Iniciou-se aí a busca por regiões que ofereçam incentivos fiscais para a operação.
De lá para cá, muita coisa avançou. É tanto que, hoje, já se sabe que a chinesa vai focar em produzir SUVs (família H6 e o H4) e picapes ainda neste ano. Sem contar que a unidade de Iracemápolis vai produzir a nova geração da picape média Poer (foto abaixo) a partir de 2024. A rival de Toyota Hilux, Chevrolet S10, Mitsubishi L200 Triton e companhia terá versões a diesel e híbrida.
Presente em diversos mercados, como Rússia, Tailândia e Filipinas, por exemplo, a GWM tem uma pequena linha de montagem no Equador. De lá, saem produtos rumo a países como Uruguai, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Chile, que é o seu maior mercado no continente. Por aqui, promete fazer sucesso, afinal, o que começou como uma pequena empresa de vilarejo com várias dívidas e apenas 60 funcionários, em 30 anos tornou-se uma grande empresa internacional, com vendas anuais superiores a 1 milhão de veículos e receita de 100 bilhões de RMB (R$ 75,5 bi).
GWM vai lançar só híbridos e elétricos no Brasil
Para se destacar já de saída no mercado brasileiro, a GWM lançará somente carros elétricos e híbrido no País, com foco em tecnologia. O H6 GT, primeiro híbrido plug-in, tem dois motores elétricos e um a gasolina que rendem 393 cv de potência, e alcança autonomia de 170 km apenas em modo elétrico. Para isso, conta com baterias Blade de 34 kWh. Para comparação, o Jeep Compass 4xe não percorre mais de 50 km utilizando apenas eletricidade.
De início, o modelo virá importado da China. Na sequência, passará a ser produzido localmente. Afinal, o pontapé inicial da GWM no Brasil – lá em agosto de 2021 – foi comprar a antiga fábrica da Mercedes-Benz, em Iracemápolis (SP). A planta foi entregue, precisamente, em 27 de janeiro de 2022. A meta consiste em investir 11,5 bilhões de yuans (R$ 10 bilhões) em 10 anos.
Em paralelo, a marca já está com tudo pronto para a inauguração dos primeiros 50 pontos de vendas e serviços, que – ainda no primeiro semestre – cobrirão as cinco regiões do País. Até o segundo semestre de 2024, no entanto, a montadora projeta reunir 133 estabelecimentos no País, distribuídos por 112 cidades.
Inovação
De acordo com a marca, a ideia é lançar um novo conceito. Durante a coletiva de imprensa para apresentação do Haval H6 GT, em meados de fevereiro, os executivos frisaram que tudo na GWM tem um pé na modernidade. Sob o slogan “Hello, Tomorow” (Olá, Amanhã, em português), a marca quer inovação em todos os sentidos. Por exemplo, dá para substituir a experiência de compra por assinatura, os pontos de vendas pela denominação “partners” (parceiros), bem como chamar os vendedores de embaixadores, afirma a fabricante. Ou seja, o foco no futuro vai muito além da motorização.