A Lamborghini revelou o seu primeiro supercarro híbrido do tipo plug-in, que recarrega em tomadas. O Revuelto chega com a missão de substituir o Aventador, último modelo da marca do touro com motor V12 a gasolina. Assim, a fabricante de Sant’Agata Bolognese, na Itália, avança uma casa na eletrificação da gama e entrega um superesportivo poderoso, que combina o tradicional V12 a outros três motores elétricos para gerar 1.015 cv de potência.
Com o novo conjunto híbrido, o Lamborghini Revuelto mostra evolução sobre o Sián, primeiro híbrido da montadora italiana. O supercarro foi revelado em setembro de 2019, no Salão de Frankfurt (Alemanha), já com faróis e lanternas em formato de “Y”, estilo que claramente influenciou o novo superesportivo. Entretanto, o Sián teve produção limitada, enquanto o Revuelto chega para substituir o Aventador com fabricação em série.
O nome Revuelto
O novo supercarro da Lamborghini mantém a tradição da marca com nomes de touros de briga. E para fazer valer a herança, o Revuelto traz consigo o motor V12 mais potente já instalado em um esportivo da casa. Entretanto, com uma novidade: há outros dois motores elétricos para as rodas dianteiras, e um terceiro motor elétrico que trabalha com o V12 aspirado.
Por isso, o Revuelto não é um mero Aventador repaginado. A Lamborghini extraiu 825 cv do enorme bloco de 12 cilindros. O Revuelto é apenas o sexto modelo com motor V12 a sair de Sant’Agatha Bolognese em 60 anos. Ele descarta o turbo, assim como no Aventador, mas supera o último “touro de briga”, que tinha 779 cv. E tem os motores elétricos.
Estes são a principal mudança depois de 12 anos de produção do Aventador. Os novos motores elétricos funcionam em conjunto com o 6.5 V12. Dois motores dianteiros geram 150 cv e garantem a tração integral, mas também um desempenho “balístico”. O motor a gasolina é ligado às rodas traseiras e tem, portanto, auxílio de um terceiro motor elétrico.
Lamborghini Revuelto supera o Aventador
Somadas as potências, o novo superesportivo tem um total de 1.015 cv de potência, bem como um torque máximo colossal de 109,4 mkgf. São valores surpreendentemente altos. O V12 gera 73,7 mkgf e os 35,7 de torque restantes vêm dos motores elétricos. Da mesma forma, o Revuelto é uma evolução técnica considerável frente ao Sián. Este tem um super capacitor elétrico que adiciona 34 cv de força extra para aliviar o motor a combustão.
Já o câmbio do Lamborghini Revuelto é automatizado de dupla embreagem com oito marchas. Uma das “bossas” do esportivo é a presença de um modo elétrico, que, então, limita a potência a 180 cv e envia a força apenas para as rodas da frente. Ou seja, o modo elétrico segura a potência em uso urbano e torna o cupê um carro de tração dianteira.
Mas não julgue mal, pois o Revuelto tem desempenho superior ao do Aventador em sua versão mais poderosa. Com aceleração de zero a 100 km/h feita em 2,5 segundos, o superesportivo vai aos 200 km/h em menos de 7 segundos e alcança 350 km/h. Tais números o colocam no patamar de competidores diretos, como é o caso, por exemplo, da Ferrari SF90 Stradale, também híbrido com 1.000 cv. Assim, o Revuelto o Lamborghini mais veloz da história.
Baterias do Revuelto carregam rapidamente
Para administrar todas as usinas de força disponíveis, o modelo conta, então, com três modos de operação: Recharge, onde o V12 recarrega as baterias de 3,8kWh; Hybrid, onde os motores elétricos e à combustão trabalham em equilíbrio de economia e potência; e Performance, onde todos trabalham em prol do máximo desempenho. Mas os tradicionais modos “Corsa”, “Sport” e “Strada” também estão disponíveis.
Capaz de carregar as baterias na tomada usando uma fonte de 7kWh, o modelo leva 30 minutos para cumprir a tarefa. Ou apenas 6 minutos com a força do V12 como gerador. O posicionamento das baterias, entre os passageiros e o motor, obrigou a Lamborghini a reposicionar a transmissão para trás do motor, layout mais radical desde o Miura, por exemplo.
O novo esportivo também é mais leve em quase todos os componentes. Do câmbio à arquitetura em monobloco, feita de fibra de carbono, o foco em baixar o peso foi levado à sério. A aerodinâmica também é melhor que no Aventador Ultimae, onde há ganhos de mais de 60% em pressão vertical (downforce). Mais rígido e 10% mais leve, o Revuelto ainda conta com distribuição de peso elogiável: são 56% na traseira e 44% na dianteira.
Visual agressivo e tecnologia semiautônoma
O estilo é peça-chave do Revuelto, com forte influência nas linhas tradicionais da marca. A frente em forma de cunha remonta aos grandes clássicos do passado, como o Miura, Countach e mesmo o Diablo, por exemplo. Mas as linhas agressivas na dianteira o diferenciam do restante da linha.
Na traseira, lanternas em “Y” e a saída de escape em posição alta, no meio do carro, acompanham o visual de poucos amigos, que faz par com as largas rodas traseiras. O Lambo calça pneus 345/30 atrás, com rodas de 21 polegadas. Na frente, as rodas são de 20″ com desenho inédito e pneus 265/35.
Por dentro, há boas inovações. O cockpit, por exemplo, bebe da fonte do lado externo com formas em “Y”, algo temático no carro. O velocímetro, um cluster digital de 12,3″, faz par com outras duas telas. A do multimídia, no centro do painel, tem 8,4″. O passageiro também tem sua própria tela, esta com 9,3″. Altamente customizável, o interior mescla itens como fibra de carbono, Alcantara e couro, bem como tem mais de 70 opções de cores.
Primeiro Lamborghini com assistentes semiautônomos de condução, o Revuelto vem com piloto automático adaptativo, assistente de manutenção de faixa, entre outros. Por meio do volante multifuncional, o motorista também poderá contar com alta conectividade. Pode-se acessar a assistente virtual Alexa, da Amazon, ou o rádio via satélite.
Ainda não se fala em preço, mas espera-se que o Lamborghini Revuelto seja mais caro que o Aventador. Variantes como Roadster (conversível) e a de alta performance (SV) também estão no horizonte do mais novo supercarro italiano.
O Jornal do Carro está no Instagram, confira!