Viralizou nas redes sociais o perfil de um motorista Uber que montou uma loja de cosméticos dentro do próprio carro. Tudo começou quando Mattheus Alencar, de 27 anos, decidiu fazer uma renda extra vendendo alguns produtos enquanto trabalhava no app de corridas em Goiânia. “No começo, coloquei uma prateleira na parte de trás do banco do passageiro com 10 produtos. No primeiro dia de venda, consegui lucrar R$ 85”, disse ao Jornal do Carro.
Mas o empreendimento não veio ao acaso. Há cerca de dois anos, sua esposa abriu uma loja física de maquiagens, que acabou fechando por causa da pandemia. Assim, Mattheus contava com um estoque grande de produtos parados em casa. De acordo com ele, desde que fez o primeiro teste há cinco meses, o negócio só aumentou e gerou lucros. Dessa forma, ele batizou o projeto de “Loja em Movimento” dentro de um Nissan Versa.
Logo em seguida, Mattheus resolveu compartilhar sua rotina e, até mesmo, os lucros nas redes sociais. Com tanto resultado, foi customizando cada vez mais o interior do carro. Assim, o que antes era um suporte para os produtos virou uma prateleira em “L” que ocupa toda a lateral direta da frente do sedã. Afinal, ele resolveu tirar o banco do passageiro.
Loja viralizou nas redes sociais
A ideia já parecia agradar os clientes. Entretanto, foi quando uma influenciadora digital entrou no carro e publicou um vídeo no TikTok que o projeto viralizou. “Eu tinha apenas 11 seguidores na época, mas o vídeo que compartilhei da blogueira chegou a mais de 10 milhões de visualizações. Agora tenho 50 mil seguidores”, comentou Alencar, que já trabalha há 6 anos como motorista de aplicativo.
Embora seu trabalho principal seja o de motorista de Uber, Mattheus comenta que vende diversos produtos em sua loja. Isso inclui, por exemplo, perfumes, maquiagens, água, entre outros. “Em alguns casos, eu tenho até 100% de lucro”, diz.
E não para por aí. De acordo com o rapaz, ele quem montou toda a estrutura dentro do carro, que conta até com iluminação. Então, resolveu fabricar e vender as prateleiras para outros colegas. Segundo ele, são “mais de 10 lojas no Brasil”.
Ao JC, Mattheus Alencar comentou que todos os produtos são bem encaixados nas estantes. Assim, “pode passar até em um quebra-molas, mas eles não caem”. Ele também afirmou que o passageiro pode olhar os produtos durante o trajeto da viagem e ele faz a venda apenas no final, quando encerra a corrida.
É seguro?
Embora seja uma boa estratégia de negócio, a prática tem alguns riscos. Mesmo nas redes sociais, o negócio de Mattheus divide opiniões quando o assunto é segurança. Para entender melhor, o Jornal do Carro procurou a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Em relação aos aplicativos de corridas e mobilidade, Mattheus informa que nenhuma empresa o impediu de continuar com sua loja. A 99 falou em nota que “motoristas parceiros são profissionais autônomos e têm liberdade para comercializar produtos ou serviços em seus veículos, desde que sejam legalizadas, cumpram a legislação aplicável em âmbito federal, estadual e municipal e não infrinjam os Termos de uso da plataforma”.
Vale lembrar que a Resolução 349 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina que é proibido transportar objetos soltos dentro do veículo. A ação pode gerar uma multa de R$ 195,23, bem como 5 pontos na CNH.