Item de uso obrigatório, o cinto de segurança pode salvar vidas ao manter a integridade dos ocupantes depois de uma colisão ou uma frenagem mais brusca. Mas, embora seja projetado para resistir a muitos traumas, ele precisa ser substituído em alguns casos.
“Alguns especialistas e fabricantes dizem que o cinto de segurança deve ser verificado e, caso necessário, trocado após 10 ou 15 anos”, diz o engenheiro mecânico Cléber Willian Gomes, professor de engenharia automotiva do Centro Universitário FEI. “O consenso, porém, é que, em caso de batida, o sistema precisa passar por uma avaliação, a fim de verificar o estado e funcionamento do sistema.”
Ele afirma que durante a fase de projeto e montagem na linha de produção, o componente é tratado com extrema cautela e rastreabilidade de lotes de fabricação com o objetivo de reduzir ao máximo as chances de falha. Cabe ao motorista seguir à risca as orientações do manual do proprietário, como manter o cinto sempre seco e longe de objetos que possam cortar ou atacar quimicamente o equipamento.
Os estudos de projeto dos automóveis são realizados adotando como referência pessoas com variadas estaturas e dimensões físicas para assegurar que estejam protegidas em um acidente. “Os fabricantes levam em conta que o cinto será usado conforme determina o manual”, explica o engenheiro. “Se isso não ocorrer, o usuário está sujeito a uma lesão séria e até mesmo risco de morte.”
Problemas no cinto de segurança
A posição e a inclinação do banco também devem ser consideradas. O chamado “efeito submarino” (quando o corpo do ocupante escorrega no banco e passa por baixo do cinto de segurança, ficando sem a proteção) pode ser fatal.
Os problemas mais comuns do cinto são danos no tecido da correia, no fecho e na mola de retração. Por isso, confira sempre se a correia apresenta sinais de desgaste ou início de ruptura no material, além de observar se o fecho trava e destrava com facilidade e se a mola não está deixando o cinto frouxo. Depois de uma colisão, o ideal é levar o carro até a oficina para checar se algum componente interno foi afetado.
Evolução do cinto de segurança
O cinto de segurança só começou a ser levado a sério na década de 1950, quando cientistas concluíram que a maior parte dos traumas na cabeça de vítimas de acidentes de trânsito acontecia porque eles ficavam soltos no veículo. Ou seja, suscetíveis a pancadas nas colunas do carro e no para-brisa.
Com o tempo, o item evoluiu. Em 1959, a Volvo desenvolveu o cinto de três pontos – bem mais eficiente que o modelo de dois pontos – e disponibilizou para toda a indústria automotiva.
Veja alguns dados que comprovam a importância do cinto de segurança:
- Em uma batida, um corpo solto dentro do automóvel mantém a mesma velocidade que estava até encontrar uma barreira. Ou seja, sem o cinto, você pode atingir o para-brisa a 60 km/h ou mais;
- O risco de morte em colisões cai pela metade quando os ocupantes estão com o cinto;
- Em uma batida a 50 km/h, uma pessoa que pesa, por exemplo, 70 kg, sofre uma força de 2.450 kg e não conseguirá se segurar sozinha;
- O cinto de segurança reduz em até 40% o risco de traumatismo craniano,
- 80% das mortes de pessoas sentadas no banco da frente são causadas pelo forte impacto dos ocupantes do banco traseiro que estavam sem o cinto de segurança.
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