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Aceleramos: Renault Megane E-Tech inicia vendas no Brasil; veja o preço
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Aceleramos: Renault Megane E-Tech inicia vendas no Brasil; veja o preço

Renault Megane E-Tech chega por R$ 279.900 e tem entregas a partir da primeira semana de outubro; modelo tem tamanho de T-Cross e motor elétrico de 220 cv

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

21 de set, 2023 · 12 minutos de leitura.

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Renault
Megane E-Tech chega ao Brasil para concorrer com BYD Yuan Plus Volvo XC40 Recharge
Crédito:Vagner Aquino/Especial para o Estadão

Quando começou essa segunda invasão de carros chineses no Brasil (a primeira foi no início da década passada), acabou a paz da Renault. Até pouco tempo, a fabricante francesa vendia um dos elétricos mais baratos do País (o Kwid E-Tech). Agora, até para anunciar o preço de sua nova aposta em eletromobilidade a marca teve que esperar até o último minuto por causa de uma pedra no sapato chamada BYD Seal.



Novo Renault Megane E-Tech elétrico: preço, tamanho e desempenho

Pois bem, chegou a hora. O Megane E-Tech (a grafia Megane agora dispensa o acento agudo no “E”) está de volta ao Brasil e, a partir de hoje nas concessionárias, custa R$ 279.900. As entregas começam na primeira semana de outubro. Até o fim do ano, há um lote de 320 carros disponíveis. Depois disso, a operação entra em fluxo contínuo, conforme explicou a Renault.

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Renault
Lanterna traseira percorre toda a tampa do porta-malas (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

A princípio, o modelo ecologicamente sustentável é uma mistura de hatch e SUV. O estilo é futurista e tem base na vertente “Sensual Tech”. Isso se traduz pelo formato parrudo dos faróis e para-choque, e pelas rodas de 18″, que passam a ideia de esportividade. Nas laterais, maçanetas embutidas nas portas da frente dão um charme final. Atrás, puxadores escondidos na coluna dos vidros. Destaque também para as lanternas bem finas, que atravessam a tampa do porta-malas e formam um conjunto único.

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Versão brasileira tem 2 cm de altura a mais que a europeia (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Medidas

Em medidas, o modelo feito na França, na plataforma modular CMF-EV, tem 4,20 metros de comprimento – exatamente, o mesmo tamanho do Volkswagen T-Cross. Já o entre-eixos é um pouco maior. Enquanto o hatch elétrico tem 2,69 m, o VW tem 2,65 m. Mas o porta-malas é acima da média da categoria de SUVs compactos. Nele, cabem 440 litros, ou seja, exatamente a mesma dimensão do SUV médio Toyota Corolla Cross.

Na cabine

Na parte de dentro, há bom espaço para quatro pessoas. Mas talvez o passageiro central traseiro fique um pouco apertado. Para o motorista, boa ergonomia. E o acabamento é caprichado. Por exemplo, mescla Alcântara, material têxtil, plástico e, nos bancos, revestimento premium e material têxtil 100% reciclado. Os painéis de portas são forrados com carpete. Além disso, tem iluminação ambiente dinâmica, que pode ser personalizada em até 48 cores. Na parte de trás, tem tomadas USB do tipo C, para recarregamento de aparelhos.

Hatch tem duas telas em uma (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Ademais, a vida a bordo do concorrente de BYD Yuan Plus, Volvo XC40 Recharge e companhia rende elogios. A modernidade que se vê por fora também está presente por dentro. É bastante tecnológico, cheio de linhas horizontais e tem soluções simples – sem exageros e sem perder o refinamento. Assim como modelos da Mercedes-Benz, da BMW e até de alguns exemplares que ainda não aterrissaram por aqui, como o Hyundai Ioniq 5, há junção de duas telas – quadro de instrumentos (12,3″) e central multimídia (9″) – em uma mesma peça, que tem antirreflexo. Na Europa, tem um modelo com tela central maior (foto abaixo).

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Na Europa, é oferecida tela central na vertical (Renault/Divulgação)

Potência

Ao contrário da gama oferecida no mercado externo, por aqui, o Megane E-Tech tem apenas a opção topo de linha. Nela, a potência é de 220 cv provido de um motor elétrico dianteiro. Com 0 a 100 km/h em 7,4 segundos, pode chegar a 160 km/h de velocidade máxima (limitada eletronicamente). Para alcançar 337 km de autonomia – de acordo com o parâmetro brasileiro PBEV, aferido pelo Inmetro -, conta com bateria (60 kWh de capacidade). A recarga em corrente contínua (DC) de até 130 kW é feita – dos 15% até 80% – em 36 minutos. Em Wallbox de 22 kW, 1h50.


Motor elétrico tem 220 cv e 30,6 mkgf (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

O hatch da Renault que, todavia, já comemorou dois anos no mercado europeu, tem sistema otimizado de frenagem regenerativa. São quatro níveis, no total – de zero a três. Na rota do test-drive, que misturou cidade e estrada, deu para testar essa funcionalidade. Atrás do volante (com regulagens de altura e profundidade) têm pequenas borboletas que são usadas para esse controle. Por exemplo, com nível mais forte de regeneração dá para, praticamente parar sem pisar no freio. Quanto mais atuante, mais pesadão o carro fica. É como se alguém tivesse, o tempo todo, pisando no freio por você.

Ágil e confortável

Ao volante, o bom espaço e as regulagens (manuais) do banco do motorista garantem boa ergonomia. Mesmo com linha de cintura bastante alta, o modelo te deixa em posição elevada. A área envidraçada, apesar de pouco espaçosa não deixa desafios para a visibilidade. Por falar nisso, o retrovisor interno pode ser substituído por imagens de uma câmera (posicionada lá atrás, na tampa do porta-malas).


Já neste primeiro contato, no entanto, deu para notar o bom comportamento do Renault Megane E-Tech. Totalmente ágil e silencioso. O máximo de ruído externo vem do vento (bem de leve) e do contato dos pneus com o solo. Ponto para o isolamento acústico, aliás. Tem, ainda, suspensão na medida certa – mais puxada para o lado do conforto. O conjunto independente nas quatro rodas – McPherson na dianteira e Multilink atrás -, foi tropicalizado pela marca no Brasil – afinal, o solo europeu é outra história.

Grudado no chão

Ainda sobre dirigibilidade, ponto para o controle bem feito em curvas, que não faz a carroceria rolar para lá e para cá. É grudadinho no chão. Até mesmo por causa do centro de gravidade baixo e das baterias posicionadas no assoalho. A direção, no entanto, tem assistência elétrica e torna as manobras totalmente fáceis – e ágeis. Tem, por fim, quatro modos de condução, para mais economia ou mais esportividade, basta apertar uma tecla do lado direito do volante.

Agilidade também graças ao torque, de 30,6 mkgf, que aparece instantaneamente. As arrancadas vigorosas tornam os modelos elétricos ainda mais divertidos de guiar. Afinal, quem não curte sair do pedágio acelerando (até o limite da estrada, claro) ou mesmo ter a certeza de não é preciso ficar atrás daquele motorista lerdo que segue se rastejando à frente – contanto que haja local específico para a possível ultrapassagem!


Renault
Iluminação é feita totalmente por LEDs (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Bem equipado

De acordo com a Renault, o Megane E-Tech tem diversos equipamentos, que vão desde carregador de smartphone por indução até dispositivos de assistência ao motorista tanto na hora da condução, quanto do estacionamento e, também, para a segurança. Tem, por exemplo, alerta de cintos de segurança desafivelados, sensor de ré e alerta sonoro externo para avisar os pedestres sobre a presença (funciona a até 30 km/h).

Na lista, ainda figuram os alertas de saída de faixa e de pontos cegos, bem como assistente de manutenção de faixa. Tem, ainda, frenagem automática de emergência (inclusive em marcha à ré, de 3 km/h a 10 km/h) e o Occupant Safe Exit. Este, portanto, emite um alerta a fim de evitar que o ocupante abra a porta para sair do carro enquanto uma bike, moto ou veículo se aproxima. Faltou só o teto solar panorâmico e as regulagens elétricas para os bancos dianteiros.


O Megane E-Tech, por fim, está disponível em três cores para a carroceria. São elas: cinza Rafale, cinza Schiste e azul Nocturne. A pintura, aliás, é sempre biton (teto preto Étoilé).

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Prós

  • Modelo é bem equipado, com dispositivos de assistência ao motorista para condução, estacionamento e segurança; tem ótimo comportamento dinâmico, com centro de gravidade baixo e agilidade no trânsito

Contras

  • Poderia ter regulagens de bancos dianteiros com comando elétrico; tela central de 12" oferecida na Europa está indisponível no Brasil; teto solar panorâmico poderia ser incluso à lista

Ficha Técnica

Renault Megane E-Tech

Motor

Elétrico, eixo dianteiro, tração dianteira

Potência

220 cv

Torque

30,6 mkgf

Baterias

Íons de lítio, 60 kWh

Autonomia

337 km

Aceleração entre 0 e 100 km/h

7,4 segundos

Velocidade máxima

160 km/h (limitada eletronicamente)

Comprimento

4,20 m

Largura

1,77 m

Altura

1,52 m

Entre-eixos

2,69 m

Porta-malas

440 litros

Peso

1.680 kg

Preço

R$ 279.900

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Oficina Mobilidade

Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.