O Chevrolet Spin carrega a responsabilidade de substituir dois grandes modelos da GM: os monovolumes Meriva e Zafira, e tem feito isso com sucesso na última década. Agora, reformulado, o modelo ganhou atualizações pontuais, a fim de manter satisfeito quem utiliza a minivan como veículo familiar ou para o trabalho. Apesar de mudar bastante por dentro, as mudanças são consideradas uma evolução, não uma nova geração.
A convite da General Motors, o Jornal do Carro foi até Ibiúna, no interior de São Paulo, conhecer os melhoramentos feitos no monovolume. Itens estruturais e visuais foram retrabalhados, mas o já conhecido motor 1.8 flex aspirado continua. Conduzimos a versão Premier, de topo de linha, com câmbio automático de seis marchas. (veja aqui os preços e versões)
Visualmente, a dianteira foi modificada e ganhou desenho inspirado na picape compacta-média Montana. Capô mais alto, grade com filetes maiores e farol bipartido pela grade são as novidades, e a traseira também foi redesenhada. Os faróis estão aprimorados: agora com luzes de LEDs, tem três vezes mais luminosidade frente aos antigos com lâmpadas halógenas.
Por dentro do novo Chevrolet Spin
Por dentro, novo volante de base reta, quadro de instrumentos digital de 8 polegadas e multimídia MyLink com tela de 11″ são boas adições, bem como o Wi-Fi nativo. Entretanto, há um pequeno delay ao utilizar o display central, mas nada muito prejudicial.
A posição de dirigir, bem alta, força o condutor a olhar bem para baixo, a fim de acompanhar o painel e a tela do multimídia. Além disso, o volante não conta com ajuste de profundidade, apenas de altura. No console central, há um carregador de celular por indução, mas que esquenta muito o aparelho, algo bastante incômodo.
No geral, as atualizações trouxeram um ar mais requintado ao modelo, com novos materiais nas portas e bons opcionais para aproveitar o espaço. Uma nova cor, Azul Boreal, está disponível. Além disso, os novos porta-objetos nas portas foram um acerto, assim como as rodas de 16 polegadas, agora posicionadas 20 mm mais para fora, por conta de bitolas mais largas. Estas melhoram a dirigibilidade e aumentaram a aderência e equilíbrio em curvas.
Dirigibilidade foi melhorada, motor aspirado tem seu propósito
Da mesma forma, a suspensão recebeu 16 mm a mais de altura, algo bem útil em asfalto ruim, buracos e valetas. Os ângulos de entrada e de saída do monovolume também aumentaram. Um pouco mais rígido, o conjunto da suspensão diminui a rolagem da carroceria, e entrega uma condução mais segura em entradas e saídas de curva, por exemplo.
Em um trajeto composto por condução em rodovias e estradas vicinais, foi possível notar a vocação familiar do modelo. Os bancos, com novos compostos, tornam a condução confortável, mas elevada e típica na categoria. O motor 1.8 flex aspirado de até 111 cv e 17,7 mkgf de torque (com etanol) recebeu nova programação, para ficar mais econômico.
Prezado pelo público pela confiabilidade mecânica e facilidade de manutenção, o motor 1.8 ainda tem seus pecados. O conjunto sofre um pouco para lançar o Spin morro acima, e a caixa automática de seis velocidades apresenta certa letargia para reduções. Um conjunto turbo até faria sentido, mas poderia espantar a clientela, pouco fã da tecnologia e já habituada ao aspirado. A facilidade de manutenção também é outro fator determinante.
A montadora afirma que, por conta de um novo módulo de gerenciamento eletrônico, emprestado do SUV Tracker, o 1.8 está até 11% mais econômico. Mesclando entre o rodoviário e o urbano, conseguimos média de 11,6 km/h, dentro do comum entre os valores registrados com gasolina. Segundo o Inmetro, os números de consumo são de 13,4 km/l na estrada e 10,5 km/l na cidade com gasolina, além de 9,3 km/l e 7,3 km/l, respectivamente, com etanol.
Espaço interno é ponto forte do Chevrolet Spin
Sem dúvida, o Spin é feito para quem precisa de espaço, e tem como grande trunfo a boa área aproveitável, maior que SUVs e sedãs, por exemplo. Na versão para cinco passageiros, o monovolume tem o maior porta-malas entre os nacionais (4×2): 756 litros, que aumentam para 1.068 litros com a segunda fileira rebatida.
Na versão com sete lugares, entretanto, o espaço diminui drasticamente. A terceira fileira de bancos, fixa, deixa apenas 162 litros de espaço. Contudo, se não houver o uso, o rebatimento é fácil, e o número sobe para 553 litros. Alguns acessórios à parte podem auxiliar na divisão da bagagem.
Em relação à segurança, o modelo teve atualizações importantes. Agora, há sistemas ADAS, de auxílio a condução, tais como: alerta de ponto cego, sistema de detecção de pedestre, alerta de colisão com frenagem automática de emergência e alerta de mudança de faixa. Completam a lista seis airbags, onde os laterais vão até a última fileira de bancos.
Por fim, vale mencionar alguns pormenores. Agora com ar-condicionado digital, o modelo oferece saídas de ar para quem viaja na segunda fileira, bem como saídas USB-A para carregamento de celular. A versão topo de linha Premier, que aceleramos, custa R$ 149.990 e tem como principal rival o SUV Citroën C3 Aircross Shine, com preço de R$ 135.590. Mais potente e barato, é um concorrente a se considerar na proposta dos sete lugares, por exemplo.
Por fim, o Chevrolet Spin e seus melhoramentos mostram o renovar de uma fórmula (quase) esquecida: o monovolume com proposta familiar, mercado engolido pelos SUVs compactos. Mesmo com ares visuais que tentam imitar essa categoria, o Spin ainda é um nome forte no mercado, prezado por famílias grandes e profissionais do transporte, sejam taxistas ou motoristas de aplicativo. O modelo surpreende e mudou para continuar a agradar quem precisa de espaço.
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