O escândalo das fraudes nos testes de segurança de montadoras japonesas ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira (3). Além da Toyota, sob investigação desde abril de 2023, as fabricantes Mazda, Yamaha, Honda e Suzuki também apresentaram algum tipo de adulteração nos processos de validação dos carros, conforme comunicado do Ministério dos Transportes do Japão. Ao todo, o governo inspecionou 85 empresas no país.
A Toyota suspendeu a venda e entrega de três modelos produzidos atualmente: Corolla Fielder, Corolla Axio e Yaris Cross (SUV que chegará ao Brasil em 2025). A situação é a mesma com o Roadster RF e Mazda 2, da Mazda, e a motocicleta YZF-R1, da Yamaha. Os veículos descontinuados envolvidos são o Crown, Isis, Sienta e RX, da Toyota; Atenza, Axela e Atenza/Mazda 6, da Mazda; e YZF-R3 e T-Max, da Yamaha.
As três empresas (Mazda, Toyota e Yamaha) afirmaram que novos testes foram realizados. E que todos os automóveis estão aptos para uso, sem oferecer nenhum tipo de risco à segurança ou baixo desempenho para os proprietários.
Quais são as fraudes apontadas contra as montadoras?
As adulterações encontradas estavam presentes em diferentes fases dos testes. No caso da Toyota, o problema envolve dados falsos apresentados em testes de proteção para pedestres no Corolla Fielder, Corolla Axio e Yaris Cross. Além de fraudes em testes de colisão do Crown, Isis, Sienta e RX.
Já a Mazda reescreveu o software de controle do motor durante os testes de saída do Roadster RF e Mazda 2. Bem como fraudou os testes de colisão no Atenza, Axela e Atenza/Mazda 6. Os erros na Yamaha foram encontrados nos testes de ruído, realizados em condições inadequadas, na YZFR1. E declarações falsas sobre os resultados dos testes de buzina na YZF-R3 e T-Max.
Além disso, de acordo com o Ministério dos Transportes, a Honda apresentou afirmações falsas nos resultados dos testes de ruído de 22 modelos produzidos anteriormente. E a Suzuki nos testes do sistema de freios de um veículo antigo.
Quais são os próximos passos?
A investigação começou em abril do ano passado. Na ocasião, a Toyota admitiu que a Daihatsu, sua marca de carros de baixo custo, manipulou testes de segurança de quase 88 mil automóveis.
Nos próximos dias, o Ministério dos Transportes fará visitas à sede de cada uma das montadoras para checar se as adulterações se confirmam. “Com base nos resultados da inspeção no local e na confirmação da conformidade com os padrões, tomaremos medidas rigorosas com base na Lei de Veículos de Transporte Rodoviário”, afirmou a pasta em nota.
Como a fraude foi descoberta?
Em abril de 2023, executivos da Toyota e da Daihatsu reconheceram que a empresa fraudou testes de impacto na Ásia. Desde então, a marca japonesa está sob investigação. O caso se tornou público após denúncia de que a subsidiária aplicou reforço estrutural nas portas dos exemplares submetidos a testes de colisão. O problema é que o material não está presente nas unidades de produção em série, entregues aos clientes.
Em seguida, a história ganhou mais um capítulo. De início, apenas os SUVs Toyota Raize e Daihatsu Rocky tiveram as vendas suspensas. Ambos utilizam a mesma plataforma DNGA da Daihatsu, que é uma versão mais simples da base TNGA da dupla Corolla sedã e Corolla Cross feita em Sorocaba (SP). Com isso, outros modelos e submarcas estão envolvidos. A lista inclui, por exemplo, o Yaris Cross, SUV que estreia no Brasil em 2025. Bem como o novo Yaris sedã (foto) à venda na Ásia.
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