Vender um Seal U é mais lucrativo para a BYD na Europa do que na China. E a diferença é grande, cerca de 10 vezes mais. É o que aponta um relatório do Rhodium Group, grupo independente de pesquisas norte-americano especializado em economia chinesa. Desse modo, o SUV – que estreia no Brasil no ano que vem – rende para a montadora US$ 15.400 no mercado europeu, enquanto no chinês o lucro é de US$ 1.400.
Ainda de acordo com o levantamento, uma investigação da Comissão Europeia (EC) revelou no último dia 12 de junho que os carros elétricos e a cadeia de fornecedores de autopeças chineses recebem subsídios injustos. Como resultado, foram implantadas novas taxas de importação (além da taxa de 10% que já existia anteriormente) para os veículos provenientes do país asiático que variam entre 17,4% e 38,1%, dependendo do fabricante.
Aumento dos impostos na Europa
O Rhodium Group afirma, contudo, que o imposto de 30% sobre o Seal U não será suficiente para igualar os lucros obtidos na Europa e na China. Isso porque o valor obtido na venda ainda ficaria cerca de US$ 5 mil acima no Velho Continente que em sua terra natal. Isso deve manter as exportações muito vantajosas para a BYD.
Além disso, o lucro nas vendas deixa a montadora chinesa com margem para baixar os preços com o objetivo de ganhar participação de mercado na Europa. Segundo o relatório, apenas tarifas mais altas, entre 45% e 55% seriam necessárias para que o mercado europeu se tornasse menos atraente para a marca.
Entretanto, o aumento dos impostos pode ter um efeito prejudicial a outras fabricantes do ocidente. Taxas entre 15% e 30% podem afetar as operações de empresas como BMW e Tesla, que importam para a Europa de fábricas chinesas. O lucro nas vendas seria menor que na própria China, por exemplo. Essas tarifas, contudo, são provisórias, já que a EC tenta encontrar outras soluções em cooperação com o governo chinês para equilibrar a balança comercial.
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