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?Lei Seca? brasileira fica próxima da ?tolerância zero?
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?Lei Seca? brasileira fica próxima da ?tolerância zero?

A lei brasileira é parecida com a de Suécia e Colômbia. Na Hungria e na Romênia, a legislação é ainda mais rígida e não tolera álcool no sangue

21 de jan, 2013 · 4 minutos de leitura.

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 ?Lei Seca? brasileira fica próxima da ?tolerância zero?

Thiago Lasco

A partir de dezembro, a lei brasileira que pune motoristas flagrados após consumir álcool passou a ser uma das mais rigorosas do mundo e caminha para a “tolerância zero”. O texto original do Código de Trânsito, de 1997, definia que o condutor não poderia guiar se apresentasse concentração de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue, o equivalente a dois copos de cerveja. A partir de 2008, a taxa passível de multa, suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo foi reduzida para 0,2 grama por litro de sangue. A partir de 0,6 grama, o condutor fica sujeito a prisão.

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A lei brasileira ficou parecida com a de Suécia e Colômbia. França, Alemanha, Argentina e Austrália permitem guiar com até 0,5 grama de álcool no corpo. Inglaterra, Canadá, Venezuela e alguns estados norte-americanos admitem 0,8 grama. Na Hungria e na Romênia, a legislação é ainda mais rígida e não tolera álcool no sangue.

Essa intolerância é defendida pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). Diretor executivo da entidade, Roberto Douglas, diz que não há níveis seguros para o consumo de álcool combinado ao volante, pois seus efeitos variam de acordo com o peso e o metabolismo de cada indivíduo. “Consumir o conteúdo de uma lata de cerveja já altera as frequências cardíaca e respiratória, além do comportamento do motorista. Duas horas depois, talvez essa quantidade não seja mais detectada no teste do bafômetro, mas a sonolência pode persistir.”

Efetividade. As mudanças têm como objetivo aumentar a efetividade da lei. A novidade mais importante é a ampliação dos meios de prova admitidos para constatar a ingestão de álcool.


Antes o motorista tinha de soprar o bafômetro para que fosse constatado o consumo de álcool. Protegidos pela Constituição, muitos se recusavam a fazer o teste e não eram autuados.

Agora, a alcoolemia pode ser constatada também por meio de exames clínicos, perícia, imagens como vídeos e até prova testemunhal. A situação se inverteu: o condutor pode fazer o teste do bafômetro para provar que não consumiu bebida alcoólica.


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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”