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‘Baratinha’ elétrica de universitários é nota dez
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‘Baratinha’ elétrica de universitários é nota dez

Leandro AlvaresNão à toa, o E 2012, desenvolvido em um ano e dois meses por um grupo de estudantes da... leia mais

17 de set, 2013 · 5 minutos de leitura.

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 'Baratinha' elétrica de universitários é nota dez

Leandro Alvares

Não à toa, o E 2012, desenvolvido em um ano e dois meses por um grupo de estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conquistou o título da categoria Carros Elétricos da Fórmula SAE, competição realizada em junho nos EUA. O pequeno monoposto é muito bom de pilotar. Além de ser veloz ele é eficiente.

De acordo com os criadores dessa “baratinha” com motor elétrico movido pela energia acumulada em 76 baterias de lítio e ferro fosfato, a autonomia é de 25 km. Como comparação, o Concept X5 eDrive, conceito híbrido lançado pela BMW no Salão de Frankfurt (Alemanha), tem capacidade para percorrer até 30 km apenas com o motor elétrico.

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Os índices de força do E 2012 também impressionam. Seu propulsor de 25 kg, preparado pelo Instituto de Pesquisas Eldorado, entrega 124 cv e os ótimos 76,4 mkgf de torque estão disponíveis instantaneamente – basta acelerar para ter toda a força a disposição no ato.

Se o piloto exagerar na dose, há risco de o carro, de 2,80 metros de comprimento, com chassi de aço e carroceria de Kevlar (com exceção do bico, feito de fibra de carbono), rodar logo na largada.


Como ocorre em todo fórmula, a tarefa mais difícil é a de se acomodar no cockpit, que tem banco do tipo concha, cinto de segurança de seis pontos e volante escamoteável. Para um condutor com 1,84 metro de altura, o sufoco é inevitável,
Após apertar o botão liga/desliga, um alerta sonoro indica que o E 2012 está pronto para acelerar. Não há câmbio. Para trocar de marcha, basta pressionar o pedal do acelerador e se divertir com o modelo que, tal qual os carrinhos de controle remoto, faz um ruído agudo à medida que vai ganhando velocidade.

Nas primeiras voltas, é preciso tomar cuidado nas frenagens, pois os quatro discos ventilados demoram um pouco a reagir às exigências do piloto. Também é necessário ter força nos braços para encarar uma longa série de voltas com o carrinho, cuja direção, com respostas muito diretas, não conta com assistência.

No pequeno circuito montado pelos estudantes da Unicamp para a avaliação, o E 2012 demonstrou agilidade empolgante nas curvas. Segundo seus criadores, o modelo elétrico pode melhorar nesse quesito. “É um dos pontos que pretendemos evoluir no E 2013, que também terá rodas menores (de 10 polegadas, no lugar das de 13″), controle de tração e será 50 kg mais leve”, afirma o líder do projeto, Diego Moreno Bravo.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”