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Andamos no elétrico Renault Zoe
Avaliação

Andamos no elétrico Renault Zoe

Avaliação do modelo mostra que os veículos de ligar na tomada são excelentes opções urbanas

16 de jan, 2015 · 7 minutos de leitura.

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 Andamos no elétrico Renault Zoe

A intenção da avaliação do Zoe, no início, era contar como o futuro será com os carros elétricos. Mas não dá mais para tratar os automóveis de ligar na tomada como algo de amanhã, eles já estão entre nós. Em nossa curta estada com ele em São Paulo vivenciamos, inclusive, a experiência de recarregar o moderno compacto de 88 cv da Renault em um shopping que beira a Paulista, principal avenida da cidade. Se isso não é um tapa do presente revindicando sua participação, não sabemos mais o que é.

O Zoe chama muita atenção nas ruas, não por ser elétrico, quase ninguém o conhece por esse avanço tecnológico. O que agrada são suas linhas fofinhas e modernas, com nuances bem diferentes do que vemos nos compactos regulares do mercado brasileiro.

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Fora o fato de tornar o motorista o centro das atenções, o que pode ser bom para uns e nem tanto para outros, passear com o Zoe é uma “missão” um tanto bipolar. Como só há um posto de recarregamento indicado pela Renault na cidade, o medo de acabar a autonomia e ficar parado em um beco escuro coberto por névoas e com luzes suspeitas vindas do céu é latente.

São 100 quilômetros de autonomia, número mais que suficiente para rodar bastante por aí em âmbito urbano. Mas o medo é um alucinógeno poderoso e, por enquanto, os carros elétricos terão que conviver com isso até terem uma tecnologia de baterias que permita uma autonomia maior.

E tudo parece querer gastar a bateria do Zoe. A grande tela de informações do computador de bordo, o painel totalmente digital, os faróis com facho potente, o ar-condicionado glacial… Mas aí o motorista vai percebendo que se a autonomia mostrada no painel cai dois quilômetros em uma arrancada de sinal, ela permanece no mesmo número por três, e acaba relaxando a ponto de perceber que o Zoe é um carro compacto muito interessante, perfeito para quem só anda na cidade.


O acabamento é ótimo, os bancos inteiriços são muito confortáveis e o porta-malas de 338 litros serve bem ao propósito citadino. O desempenho do motor elétrico que gera o equivalente a 88 cv a 3 mil rpm e torque de 22,4 mkgf a 250 rpm agrada. Não chega a colar a nuca do motorista no banco durante a acelerada, mas a entrega é linear e com boa força para o uso na cidade, com velocidade máxima de 135 km/h. Nisso ajuda o fato do câmbio ter apenas uma marcha, que funciona de maneira esperta para o carrinho que tem torque máximo o tempo todo.

O peso do Zoe, por causa das baterias, de 1.392 kg, não é baixo para um compacto, mas não chega a ceifar o desempenho. A suspensão é um pouco dura. Como ainda não é vendido aqui, o carro não foi tropicalizado e roda com a mesma especificação para as lisas ruas da Europa. No entanto, isso ajuda o pequeno Zoe na hora de fazer curvas, cumpridas com a desenvoltura do espacate de uma dançarina de cancan.

Chega o dia da entrega e a hora de fazer as contas. O Zoe gasta R$ 12 para rodar 100 quilômetros. Esse é o preço do estacionamento do shopping, que não cobra pela energia da recarga que demora 1h30 para ser completada. Em um carro 1.0 comum, o preço para rodar a mesma quilometragem com gasolina seria de cerca de R$ 30. E não tem óleo, bomba de combustível, radiador e não libera um poluente sequer na atmosfera. Mas e o preço para trocar as baterias? Aí teremos que voltar para o papo de futuro, pois ninguém sabe ao certo até hoje como isso vai ser.


Ficha Técnica

Motor: Elétrico sincronizado com rotor

Câmbio: Automático de uma marcha


Potência: 65kW a 3 mil rpm

Torque: 22,4 mkgf a 250 rpm

Prós:


CONJUNTO: Bom de guiar, vai bem em curvas, é esperto na cidade e ajuda o meio ambiente.

Contras:

AUTONOMIA: No Brasil, os motoristas têm só um carro e 100 km de autonomia limita o uso.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”