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Estradas atuais já apontam para o futuro
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Estradas atuais já apontam para o futuro

Enquanto as rodovias inteligentes ainda não chegaram, veja as soluções que estão disponíveis hoje

21 de out, 2015 · 7 minutos de leitura.

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 Estradas atuais já apontam para o futuro
Rodovia dos Imigrantes tem túneis com detectores automáticos de incidentes, conectados a uma central

Não são apenas os veículos que vêm ganhando tecnologia. As rodovias também estão se aprimorando para receber os frutos dessa evolução, como o fluxo cada vez maior de carros, de modo a garantir segurança para o usuário e por meio do compartilhamento de informações que tornem a viagem cada vez melhor.

No futuro, tudo será facilitado pela conexão fina entre as chamadas rodovias inteligentes e os carros autônomos, que prometem se “entender” sem interferência humana. Por ora, as estradas do País já dão alguns passos rumo ao futuro.

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Ouvimos especialistas e órgãos de trânsito para mapear os recursos disponíveis atualmente, as soluções que estão sendo testadas e a direção para onde as estradas devem nos levar.

AGORA

Monitoramento 24 horas
Câmeras e radares em pontos estratégicos alimentam banco de dados no centro de controle e operação (CCO), que também recebe informações de estações meteorológicas.


Interação com o usuário
Painéis eletrônicos reportam ocorrências na via, para que o motorista possa escolher rotas alternativas. As informações também são veiculadas na internet. O usuário pode acionar o CCO por ligações 0800 (grátis) e “call boxes” (interfones).

Detectores automáticos de incidentes
Presentes em trechos mais “sensíveis”, como os túneis da Rodovia dos Imigrantes, os sistemas detectam casos de movimentações incomuns, como pedestres na via e carros parados, e notificam o CCO para enviar uma viatura ao local.

Fontes alternativas de energia
A luz solar, captada por meio de painéis fotoelétricos, ajuda a abastecer os equipamentos de iluminação e segurança da estrada, que também usa rede elétrica e baterias próprias.


EM BREVE (ATÉ 2020)

Pedágio ponto a ponto
A cobrança não é feita em barreiras, mas por pórticos que se comunicam com dispositivo instalado no veículo. Em vez da tarifa integral, usuário paga por trecho percorrido. Está em testes nas rodovias SP-340 e SP-75, em São Paulo.

Radioestrada
Trata-se de uma emissora FM que informa sobre operações especiais, interdições, ocorrências e localização de pontos de serviço. Fará parte das novas concessões paulistas.


Socorro por veículo multitarefa
A Ecovias (concessionária que atua no Sistema Anchieta-Imigrantes) está testando um protótipo que alia caminhão-pipa, guincho, guindaste e escavadeira. Isso permite fazer diversos tipos de resgate sem ter de acionar vários veículos.

Pavimentação ecológica
Feito com bloquetes entrelaçados, o sistema melhora o escoamento da água, não retém calor e é fácil de manter. Já está em uso em trecho da SP-139, no Vale do Ribeira (SP) – foto abaixo.

META (APÓS 2020)


Avisos automáticos
Estradas inteligentes terão detectores de fibra óptica para monitorar fluxo e ocorrências da via e emitirão avisos para os motoristas com rapidez, sem a mediação de uma central.

Sinalização variável
Placas darão lugar a painéis cujo conteúdo seguirá a necessidade do momento. Limites de velocidade poderão variar, conversões liberadas poderão ser proibidas e o número de faixas de rolamento em cada sentido poderá ser alterado.

Tarifas flutuantes
Valor do pedágio oscilará com a demanda, como forma de distribuir melhor o fluxo de veículos, incentivando o uso da via nos horários mais livres (e baratos).


Conexão com o carro autônomo
Rodovia se comunicará com o carro autônomo e controlará sua velocidade. Os avisos ao motorista serão enviados ao próprio painel do veículo – que também receberá alertas preventivos se for identificada alguma infração de trânsito.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”