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Rabo Quente vira raridade
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Rabo Quente vira raridade

O Renault 4CV, apelidado de Rabo Quente no País em razão do motor traseiro, virou uma raridade por aqui. Há poucos (originais) em bom estado porque nos anos 60 a garotada costumava preparar o modelo francês para correr em Interlagos

23 de out, 2011 · 4 minutos de leitura.

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 Rabo Quente vira raridade

TIÃO OLIVEIRA

O Renault 4CV, apelidado de Rabo Quente no País em razão do motor traseiro, virou uma raridade por aqui. Há poucos (originais) em bom estado porque nos anos 60 a garotada costumava preparar o modelo francês para correr em Interlagos. O das fotos, feito em 1955, foi comprado no interior do Estado há cerca de quatro anos por um empresário paulista que o restaurou completamente.

“Esse carro faz parte da minha lembrança da época de juventude. Eu queria muito um desses e estive muito perto de comprá-lo, mas cheguei um dia atrasado – ele já havia sido vendido”, relembra o colecionador, que prefere não se identificar.

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Lançado na França em 1947, o Rabo Quente chegou ao Brasil no início dos anos 50. Com cerca de 600 quilos e 3,6 metros de comprimento, o modelo vinha com motor de 747 cm³ e 21 cv.

O carro do leitor traz o 1093, de 850 cm³ e 49 cv, que viria a equipar o Gordini, sucessor do 4CV, em 1962. “Motor, suspensão, freio… Tudo foi refeito”, afirma o mecânico Hamilton Carraro, que aparece na foto maior e foi o responsável por boa parte da reforma do carro.

O câmbio é de três marchas, para aguentar a potência extra, os freios são da versão esportiva.
De acordo com o dono deste Rabo Quente, não havia “podres” na carroceria, mas ela estava desalinhada. “Por isso, foi totalmente desmontada, refeita e repintada.”A cor verde, original, deu lugar à azul.


A reforma “mais pesada” levou cerca de dois anos e meio para ser concluída. Faltam só detalhes, como emblemas do motor e calotas. “Elas vieram da França sem as presilhas, então tive de mandar fazer as peças aqui.”

Ele conta que foi preciso “garimpar” vários componentes. “Um dos mais raros é do sistema de iluminação interna. Não achei nem lá fora. Acabei comprando de um vendedor no interior de São Paulo e paguei que ele pediu”, diz, sem citar valores.

Como a reforma demorou para ser concluída, o colecionador diz que ainda não teve tempo de “curtir” o carro. Por isso, quando questionado se venderia o Rabo Quente, ele nem titubeou. “Não (rindo), nem penso nisso.”


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