LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
No mercado costuma-se dizer que quem chega depois deve oferecer algo a mais para se diferenciar. É o caso do mexicano Nissan March, que quer ganhar espaço entre os hatches compactos de entrada – segmento mais concorrido do País – com boa relação custo benefício e desempenho agradável. Por R$ 27.790, ele traz de série air bag duplo, computador de bordo, ar quente e conta-giros, entre outros itens. Seu motor 1.0 tem até 74 cv.
O pacote é melhor que o das versões 1.0 dos líderes de vendas VW Gol e Fiat Uno, cujas tabelas são mais salgadas: R$ 30.380 e R$ 28.480, respectivamente. Seu motores têm até 76 cv e 75 cv, também na ordem. O Nissan ainda leva vantagem nas cotações de seguro, nos preços de peças de manutenção e no desempenho.
Por isso ele foi o vencedor por apenas um ponto neste comparativo.
Mas o March também tem seus defeitos. O câmbio é ruidoso, principalmente até a terceira marcha. Ouve-se o barulho das engrenagens, o que não ocorre nos concorrentes, e o faz lembrar um jipe. Na unidade avaliada, acertar a quinta marcha foi um desafio: comum era um “arranhado” a cada troca.
A direção, que tem como equipamento opcional assistência elétrica, é leve, mas requer muito movimento no volante até que o hatch altere a trajetória. As suspensões têm acerto muito firme e os ocupantes do veículo percebem cada detalhe do piso.
O Gol, segundo colocado no comparativo, dos três é o que oferece melhor acabamento, câmbio perfeito (em escalonamento e precisão nas trocas) e acerto de suspensão adequado. Frente ao March e ao Uno, nesses aspectos ele parece de categoria superior.
Porém, o modelo produzido em São Bernardo do Campo (SP) perde pontos na lista de itens de série, a mais curta dos três. Quase tudo nele é opcional, até o conta-giros, equipamento que o March oferece de fábrica.
O Uno tem acabamento razoável, equivalente ao do March. Ele deixa a desejar no desempenho, o mais fraco – isso apesar de ser o mais leve, com 895 kg, ante 925 kg do Nissan e 947 kg do Volkswagen.
O Fiat assusta na hora de fazer o seguro. Sua apólice é até R$ 1,5 mil mais cara em uma companhia. Nas cotações de peças de reposição, ele foi o segundo mais em conta.
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