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Volkswagen acerta acordo para exportar 250 mil motores do Brasil para o México
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Volkswagen acerta acordo para exportar 250 mil motores do Brasil para o México

Acordo de exportação ajuda a fábrica de São Carlos (SP) a trabalhar com sua capacidade máxima

Redação

03 de mai, 2017 · 4 minutos de leitura.

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Crédito:Nilton Cardin/Sigma Press

A Volkswagen anunciou, nesta quarta-feira (3), um novo contrato de exportação de motores para o México, a partir de sua fábrica brasileira em São Carlos (SP). O investimento na unidade será de R$ 50 milhões, adicionais aos R$ 460 milhões previstos em 2015.

Segundo o acordo, a fábrica enviará 250 mil motores 1.4 TSI (turbo) até 2020, com o objetivo de equipar os modelos Golf, Golf Variant e Jetta produzidos em Puebla, no México (os dois últimos são importados para o Brasil). A previsão é que as primeiras unidades sejam exportadas a partir do segundo semestre de 2017.

“As qualidades técnicas e de produção do motor 1.4 atraíram a atenção do México. Acabamos de vencer a concorrência entre todas a unidades do mundo”, comemorou David Powells, presidente da Volkswagen no Brasil.

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A fábrica de São Carlos já exporta motores 1.0 de 3 cilindros para a Alemanha desde 2015, para equipar os modelos Up! e Polo feitos em Chemnitz, segundo informações do gerente executivo da unidade, Marcus Gorish.

Solução à crise interna. Os acordos de exportação têm sido a alternativa encontrada pela indústria automotiva nacional para superar a crise no mercado interno, desaquecido em função da recessão econômica.

De acordo com a Volkswagen, a capacidade de produção diária na fábrica é de 3.500 motores. Atualmente, porém, a unidade trabalha com volume de 50% a 60% do total. “Nós vamos usar essas exportações em um primeiro passo para segurar os postos de trabalho aqui”, afirmou Powells.


O resultado da estratégia foi positivo: o 1º trimestre de 2017 registrou recorde de exportações, com 172.693 carros enviados ao exterior. A quantidade é 69,7% superior ao mesmo período do ano passado. A marca que mais exportou foi justamente a Volkswagen. “Em 2017, os resultados apontam para um bom ano nas exportações. Nos três primeiros meses dobramos nosso volume em comparação com o mesmo período de 2016″, explicou o presidente. Com o aumento de exportações e a redução das vendas no Brasil, o mercado externo recebeu 28,3% de toda a produção do setor automotivo nacional. Em 2016, esta proporção foi de 20,5%.

Apesar dos novos acordos de exportação, o mercado argentino continua sendo o principal destino de veículos produzidos no Brasil, tendo recebido 67% das vendas no 1º trimestre do ano. Em 2016, outros países além da Argentina que receberam carros enviados do Brasil foram Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Costa Rica, Curaçao, Guatemala, Honduras, Ilhas Cayman, Jamaica, Panamá, República Dominicana e México.

Na Europa, a Volkswagen está substituindo o motor 1.4 TSI por um novo 1.5, com mesma potência, mas mais econômico. Segundo David Powells, essa tendência não deve ser seguida no Brasil. “Não temos planos de produzir o 1.5 TSI no Brasil. Focamos no 1.0 TSI e 1.4 TSI”, disse Powells.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”